ID: 42686
Autoria:
Rejane Prevot Nascimento, Lígia do Carmo Martins Damasceno, Diana Rebello Neves.
Fonte:
Revista de Administração Mackenzie, v. 17, n. 4, p. 15-38, Julho-Agosto, 2016. 24 página(s).
Palavras-chave:
Controle , Flexibilidade , Gestão de recursos humanos , Setor bancário , Trabalho
Tipo de documento: Artigo (Inglês)
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Objetivo: Analisar, a partir um enfoque crítico, o impacto do discurso da flexibilidade nas práticas do setor bancário, segundo o ponto de vista dos funcionários. Originalidade/lacuna/relevância/implicações: A pesquisa é relevante por abordar, sob o ponto de vista dos empregados, o tema da flexibilidade, que ainda hoje é debatido na academia. A pesquisa responde a uma lacuna sobre o tema, que é a identificação, por parte dos empregados, do uso do discurso da flexibilidade como um instrumento de controle. Principais aspectos metodológicos: O estudo utilizou uma abordagem qualitativa, com entrevistas semiestruturadas para a coleta dos dados. Os dados foram analisados com base na análise de conteúdo. Síntese dos principais resultados: A transformação do perfil do trabalhador bancário, no sentido de ser mais flexível, o expôs a práticas de gestão mais perversas, pois, imbuídos pelo discurso da empresa, tornam-se escravos do alto desempenho. O bancário passou a ser visto principalmente como um vendedor. Apesar se mostrarem-se insatisfeitos com as condições de trabalho, os sujeitos entrevistados submetem-se às pressões do trabalho para manutenção do seu padrão de vida. Principais considerações/conclusões: As práticas flexíveis estão tão inseridas no cotidiano de trabalho dos bancários que não são percebidas como instrumento de controle e dominação sobre eles. Por fim, concluiu-se que a ideologia predominante na sociedade contemporânea potencializa o discurso da gestão de pessoas que, por sua vez, operacionaliza o discurso da flexibilidade, conforme apontado por Sennet (2008) e Gaulejac (2007).