ID: 51691
Autoria:
Francielle Rodrigues dos Reis, Antonio Carlos Brunozi Júnior, Bianca Pereira de Lima.
Fonte:
Sociedade, Contabilidade e Gestão, v. 13, n. 3, p. 1-30, Setembro-Dezembro, 2018. 30 página(s).
Palavras-chave:
Accruals discricionários , Gerenciamento de Resultados , IFRS , Persistência dos Resultados Contábeis
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O gerenciamento de resultados representa ações inseridas nas escolhas contábeis que podem ser realizadas por meios discricionários e não discricionários. Quando as práticas são discricionárias, há a tendência de utilizar accruals (Lucro Líquido subtraído do Fluxo de Caixa) para manipular os dados divulgados, atendendo a anseios pessoais de gestores, e conduzindo à assimetria de informações para a qualidade dos lucros. Este cenário sustenta a importância desta pesquisa. Com base nisso, este estudo teve como objetivo analisar a relação entre as práticas de gerenciamento de resultados, accruals discricionários, e a persistência dos resultados contábeis em empresas de capital aberto listadas no Brasil, a partir de pressupostos da Teoria de Agência. Buscou-se também, analisar as relações moderadoras das IFRS para o gerenciamento de resultados e a proxie de qualidade dos lucros. Para tanto, em aspectos metodológicos, foram analisadas 242 empresas, no período de 2003 a 2015. O gerenciamento de resultados foi mensurado por meio dos accruals discricionários baseados no modelo de Jones Modificado (DECHOW; SLOAN; SWEENY, 1995). Para a persistência dos resultados contábeis, houve a utilização dos estudos de Sloan (1996) e Pincus et al. (2007). A operacionalização ocorreu com a técnica de dados em painel dinâmico com GMM. Os resultados indicaram que há relações negativas entre o gerenciamento de resultados e a persistência dos dados contábeis, inclusive para estas práticas em níveis mais altos e baixos. Além disso, observou-se que as IFRS, por si só, ainda não são suficientes para limitar a manipulação dos resultados como ações de obscuridade da qualidade dos lucros. Os achados deste estudo demonstram que o gerenciamento de resultados pode ser com motivações de oportunismo e não. Quando ele é extremo, há prejuízos para as informações divulgadas e suas avaliações e aplicações futuras nas decisões das entidades. Em termos gerais, percebeu-se que muita discricionariedade é ruim, mas pouca também é por limitar a essência dos dados contábeis.