ID: 42440
Autoria:
Thalita Alves de Oliveira, Fernanda Maciel Peixoto, André Francisco Alcântara Fagundes.
Fonte:
Revista de Finanças Aplicadas, v. 2, n. 1, p. 1-45, Abril-Junho, 2015. 45 página(s).
Palavras-chave:
Ancoragem , Finanças Comportamentais , Mercado Imobiliário
Tipo de documento: Artigo (Português)
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OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo verificar a influência da heurística da ancoragem e sua possível relação com as estimativas de preços de imóveis realizadas pelos corretores profissionais de imóveis.
METODOLOGIA
Para este estudo empreendeu-se um experimento que seguiu a proposta de Jacowitz e Kahneman (1995). Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário composto por perguntas de caráter quantitativo e qualitativo, que considerou a ancoragem por meio de três grupos retirados de uma mesma população, que são: o grupo de calibragem e dois grupos experimentais (grupo de âncora alta e grupo de âncora baixa). Os dados foram coletados no mês de março de 2014, tendo participado da pesquisa uma amostra de 150 corretores de imóveis da cidade de Uberlândia-MG.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
Os resultados apontaram que no grupo de âncora alta o índice de ancoragem foi de 1,285, o que significa que as medianas das estimativas dos grupos com a âncora estabelecida se moveram mais que 128% em direção ao valor inicialmente proposto para o imóvel. Já no grupo de âncora baixa, o índice de ancoragem teve menor expressividade, apresentando 0,209, ou seja, as medianas das estimativas deste grupo se moveram mais que 20% em direção ao valor colocado como âncora. Assim, como resultado, foi demonstrado que existe ancoragem na estimativa de preços por corretores profissionais de imóveis na cidade pesquisada. Portanto, os resultados sugerem que os grupos de ancoragem influenciam na avaliação do imóvel e no grau de confiança do corretor com relação a esse imóvel. Ademais, buscou-se analisar se as características sócio-demográficas dos corretores influenciavam a avaliação do imóvel e seu grau de confiança, todavia não se encontrou suporte para essa suposição.
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
A partir dos resultados desta pesquisa, que sugerem a influência da ancoragem tanto na avaliação dos imóveis como no grau de confiança dos corretores, emergem implicações práticas para o estudo. A principal destas implicações é que com esses resultados os corretores podem se conscientizar do viés a que estão sujeitos no processo de avaliação e buscar realizar estimativas mais precisas, podendo aprimorar essa atividade profissional, participando, por exemplo, de cursos sobre avaliação de imóveis, além de buscar melhor compreensão a respeito dos vieses cognitivos a que estão sujeitos.