ID: 19499
Autoria:
Rafael Copat, André Luís Martinewski, Rogério Ventura Villela.
Fonte:
REAd. Revista Eletrônica de Administração, v. 13, n. 3, p. 654-683, Setembro-Dezembro, 2007. 30 página(s).
Palavras-chave:
Capital de Giro por Produto , Ciclo Financeiro , Fluxo de Caixa , Margem de Contribuição Real , Modelo Fleuriet
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A fabricação e comercialização de um produto geram um resultado econômico, o qual irá permitir à empresa realizar investimentos e proporcionar retorno ao acionista. Entretanto, sob a ótica financeira, é possível que os pagamentos referentes à industrialização e à venda deste produto (como fornecedores de materiais, mão-de-obra, impostos, etc.) ocorram anteriormente ao recebimento da respectiva entrada de caixa. Isto faz com que a empresa necessite aplicar certo volume de recursos financeiros nas operações do produto a fim de manter seu nível de vendas. Diferentemente, um produto cujo recebimento dá-se antes dos pagamentos a si referentes possuirá uma necessidade de capital de giro negativa, ou seja, ao invés de exigir um investimento permanente para suas atividades, o mesmo disponibiliza recursos financeiros enquanto o seu nível de comercialização não for reduzido. Os recursos a serem investidos nas operações possuem um custo, seja de captação, seja de oportunidade, no caso da empresa estar capitalizada. Sendo assim, a necessidade de capital de giro de um produto acaba impactando sobre a própria rentabilidade. Este estudo tem por objetivo evidenciar como a necessidade de capital de giro de um produto afeta sua margem de contribuição. Para tanto, tomou-se um produto de uma indústria metalúrgica, sendo verificada inicialmente a sua margem de contribuição nominal. Posteriormente foram levantados seus prazos médios de recebimento, estoques e pagamento, chegando-se ao ciclo financeiro. A partir de então foi investigado, para o nível de faturamento do produto, quanto ele gera ou toma de recursos da empresa. Por fim, todos os custos variáveis e a receita foram trazidos a valor presente, sendo evidenciada a sua margem de contribuição real. Verificou-se que o produto é tomador de caixa, e a empresa financia um alto montante de recursos para manter seu nível de vendas. Conseqüentemente, o impacto do ciclo financeiro sobre a margem de contribuição mostrou-se relativamente elevado, principalmente devido ao prazo médio de estoques.