ID: 38449
Autoria:
Gino Augusto Bacchi, Daniel Rodrigues de Carvalho Pinheiro, Francisco Roberto Pinto.
Fonte:
Revista Ciências Administrativas, v. 18, n. 1, p. 301-330, Janeiro-Junho, 2012. 30 página(s).
Palavras-chave:
Assédio Moral , Local de Trabalho , Resiliência , Sofrimento
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O objetivo desta pesquisa é investigar eventuais correlações entre assédio moral (ou “bullying”) e resiliência no local de trabalho. O assédio moral no trabalho é caracterizado principalmente por conduta abusiva seja pelo empregador ou pelos empregados, com intuito de constranger, ou para efetuar a exclusão de alguém indesejado do grupo, caracterizando-se pela intencionalidade e repetitividade de longa duração. Já a resiliência é a capacidade que um ser humano, isoladamente ou como parte de um grupo social, tem de se recuperar psicologicamente quando submetido a desventuras e abusos, enfrentando-os, sendo transformadopor elas, e superando-as ao final. A compreensão dos conceitos visa a auxiliar a descoberta do problema da pesquisa, disposto com o seguinte questionamento: Qual a correlação entre o assédio moral e a resiliência? Este é um estudo quantitativo, quantum, classificado quanto aos fins, como uma investigação exploratória, explicativa. Quanto aos meios, tem duas dimensões: inicialmente é uma pesquisa bibliográfica, e adicionalmente é uma pesquisa de campo. O campo empírico utilizado é composto de pequenos e médios negócios do ramo varejista de informática, na cidade de Fortaleza, contando com a participação de 307 indivíduos, sendo utilizados 296 entre teleatendentes e vendedores. O instrumento de pesquisa foi um questionário adaptado de duas escalas validadas anteriormente por trabalhos científicos, a de Nery (2005) para a percepção do assédio moral e a Escala de Resiliência de Wagnild& Young, traduzido por Pesceet al. (2005). Os dados foram trabalhados com o software StatisticalPackage for the Social Sciences (SPSS) versão 18.0, módulos de estatística descritiva, Análise Fatorial e Teste de Mann-Whithney. Os resultados obtidos indicam que a percepção do assédio moral se deu pela definição de quatro fatores: desprestígio; deterioração proposital; atentado contra a dignidade, e isolamento e recusa à comunicação. Já com relação à resiliência, esta foi medida com base nas médias obtidas pelos respondentes, tendo como resultado principal a mensuração de indivíduos, indicando se eles se apresentavam mais ou menos resilientes. Com os resultados obtidos, entende-se que a resiliência pode ter seu efeito como uma defesa para as ações negativas, provenientes do assédio moral, já que serve como um instrumento de defesa contra tais atos, bem como pode ser utilizada como parâmetro de seleção de pessoas para as organizações.