ID: 48811
Autoria:
Nério Amboni, Daniel Ouriques Caminha, Rui Otávio Bernardes de Andrade, Maurício Fernandes Pereira.
Fonte:
Revista de Administração da UFSM, v. 10, n. 5, p. 808-827, Dezembro, 2017. 20 página(s).
Palavras-chave:
Abordagens epistemológicas , Epistemologia , Estudos organizacionais , Paradigmas
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O artigo tem por objetivo discutir os avanços e as limitações da abordagem multiparadigmática no desenvolvimento de estudos organizacionais. O modelo dos quatro paradigmas (funcionalista, interpretativo, humanista radical e estruturalista radical) propostos por Burrell e Morgan (1979) catalisou a proliferação de perspectivas concorrentes, além de gerar a polarização e a segregação. Cada paradigma é tratado numa perspectiva única, sendo, portanto, incomensurável com outro paradigma, contrariando os estudiosos que defendem a comunicação entre paradigmas. A visão pluralista é relevante, porque incentiva os estudiosos a ver as organizações sob diferentes prismas, para sucumbir à visão reducionista da teoria das organizações, além de favorecer o desenvolvimento de novas perspectivas para a análise organizacional. Todavia, a utilização de paradigmas múltiplos também apresenta limites, já que o pesquisador, ao lidar com diferentes abordagens, pode ficar sem referência ou fundamentação, além de ter, às vezes, dificuldade para se distanciar do paradigma dominante. Todas essas articulações e junções paradigmáticas podem ser feitas, desde que o pesquisador tenha sempre uma referência e uma fundamentação, visando manter a coerência e a consistência do que está sendo pesquisado.