ID: 50187
Autoria:
Josiane Barbosa Gouvêa.
Fonte:
Farol - Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, v. 4, n. 10, p. 915-955, Maio-Agosto, 2017. 41 página(s).
Palavras-chave:
estudos organizacionais , práticas sociais , raça , racismo
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Através de uma abordagem teórica, o presente ensaio tem por objetivo apresentar aspectos relativos à construção do ser negro, no contexto social e organizacional, em uma sociedade na qual se criou a imagem da harmonia racial e do não preconceito. Foi possível apreender, a partir do estudo proposto, que antes de ser cunhada biologicamente, a ideia de inferioridade do negro já estava devidamente articulada no contexto discursivo e materializada através de práticas sociais, mantidas até hoje em grande parte de nossa sociedade. Porém, no Brasil, há uma particularidade em relação a outros países do mundo, uma vez que se estabeleceu aqui o mito da democracia racial, apresentando-nos como um ambiente livre de preconceito. Logo, as práticas discriminatórias tornaram-se veladas e negadas, tanto nas relações sociais dos sujeitos quanto no contexto das organizações. Apresentar esta discussão à área de estudos organizacionais e da Administração é uma das contribuições fundamentais desta pesquisa, tendo em vista que ainda silenciamos, neste campo, acerca de questões que envolvem as relações raciais nas organizações. Há, portanto, um longo caminho a ser percorrido em busca de igualdade e respeito às diferenças.