ID: 30802
Autoria:
Mônica Carvalho Alves Cappelle, Mozar José de Brito, Rosangela Violetti Bertolin.
Fonte:
Revista de Administração Mackenzie, v. 15, n. 2, p. 15-37, Março-Abril, 2014. 23 página(s).
Palavras-chave:
Aprendizagem organizacional , Corporeidade , Estética , Intersubjetividade , Subjetividade
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
Este ensaio visa refletir sobre a importância da corporeidade e do conhecimento estético no avanço teórico da aprendizagem organizacional. A teorização em torno da aprendizagem organizacional tem se direcionada rumo à superação das dicotomias tradicionalmente enraizadas nas ciências sociais assentadas em tradicionais dualidades como, sujeito/objeto, mente/corpo, indivíduo/organização. A emergência de novos estudos aponta para a necessidade de valorizar as temáticas do corpo e da estética para ampliar o entendimento da aprendizagem organizacional. Desta forma, objetiva-se discutir a aprendizagem organizacional a partir da perspectiva da teoria da estética, em que a corporeidade assume especial relevância. Uma das mais importantes contribuições da abordagem estética reside em buscar a superação de tais dicotomias que compõe a vida organizacional e em sociedade. A partir do momento em que as bases de constituição do conhecimento são questionadas, não sendo apenas lógica, mas também estética e sensível, uma série de outras questões emergem em conjunto. O conhecimento estético, fruto das corporeidades em interação, é constantemente ativado por sentimentos, desejos, emoções, representações acerca do que a organização mostra aos seus e fundamentam as escolhas dos atores em interação. Visa-se identificar o surgimento de novos insights que possam contribuir no avanço teórico da aprendizagem organizacional, ampliando assim a sua compreensão. Como principais insights conclusivos, evidencia-se o potencial da aprendizagem organizacional residindo na corporeidade e intercorporeidade, que, devido a sua complexidade constitutiva, demanda epistemologias e metodologias ampliadas das práticas organizacionais para clarear o entendimento da aprendizagem organizacional. Acredita-se que a aprendizagem organizacional deva ser vista como um processo fluido, que está diluído no tempo, no espaço e nas práticas individuais e sociais, em que corpos e subjetividades se entrelaçam para dar os contornos específicos em cada ponto do processo, e que ao mesmo tempo constituem e são constituídos em tal processo, significam e são significados, ressignificam e são ressignificados.