ID: 67831
Autoria:
Thais Zimovski, Marllon Emanoel Souza Medeiros de Vasconcelos, Alexandre de Pádua Carrieri.
Fonte:
Caderno de Administração, v. 30, n. 1, p. 13-30, Janeiro-Junho, 2022. 18 página(s).
Palavras-chave:
Criação , Dialética , Filosofia da arte , Subjetividade , Transformação
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
O objetivo deste ensaio é refletir sobre a constituição do sujeito e suas possibilidades de transformação a partir da relação entre subjetividade, trabalho e criação. Para tal, discorremos brevemente sobre a noção de dialética, tendo por base as apropriações das tradições marxistas e psicanalíticas. Posteriormente recorremos à crítica e reflexão da filosofia nietzschiana, sobretudo a partir das leituras de Michel Foucault e Rosa Dias, para expandir o debate e caminhar para outras formas de compreensão subjetiva. Neste caminho, destacamos algumas divergências entre tais vertentes considerando a crítica nietzschiana à noção de dialética, bem como alguns pontos de convergência, a partir dos sentidos comuns atribuídos ao trabalho no âmbito da psicossociologia e do ato da criação na filosofia da arte de Nietzsche. Comum nestas distintas concepções parece ser a compreensão que a subjetividade é uma produção social e, como tal, passível de transformação em meio às relações sociais. No entanto, vertentes inspiradas na dialética parecem indicar o trabalho como condição essencial humana, de modo que as transformações subjetivas se dão nos movimentos criativos que se opõem à alienação do trabalho por meio de uma reapropriação do seu sentido. Por sua vez, leituras de inspiração nietzschiana enfatizam a investigação da produção histórica da subjetividade, olhando atentamente as técnicas de si, movimentos que permitem com que o sujeito atue sobre si mesmo, criando formas de governar a própria vida em uma complexa trama de relações de poder.