ID: 52183
Autoria:
Lia de Azevedo Almeida, Ricardo Corrêa Gomes.
Fonte:
Administração Pública e Gestão Social, v. 11, n. 1, p. 16-27, Janeiro-Março, 2019. 12 página(s).
Palavras-chave:
análise de políticas públicas , modelos teóricos , sistemas complexos , teoria da complexidade
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O presente ensaio buscou comparar as perspectivas teóricas próprias da análise de políticas públicas de meados dos anos 1980 e início dos anos 1990, com as novas teorias da área, buscando identificar diferenças ou semelhanças quanto à incorporação de aspectos próprios da teoria da complexidade e dos sistemas complexos, especificamente os conceitos de emergência, equilíbrio dinâmico, adaptação e co-evolução. Dentre os modelos tradicionais, optou-se por comparar os modelos considerados consagrados (o modelo de múltiplos fluxos, o de equilíbrio pontuado e o de coalizões de advocacia) com as novas teorias da área que assumem explicitamente a complexidade do processo político: o modelo de Ecologia de Jogos e o modelo de Robustez. Os modelos tradicionais tocam na complexidade de forma tangencial, utilizando-se de alguns conceitos como uma metáfora para explicar determinadas situações do processo político, como a ascensão de temas à agenda e o aprendizado político. Nas novas teorias analisadas, a interdependência dinâmica entre agente e estrutura aparece mais explicitamente. Se comparado ao modelo de Robustez, o modelo de Ecologia dos Jogos parece mais completo, incorporando os principais conceitos do sistema complexo, como equilíbrio dinâmico, emergência, adaptação, co-evolução. As diferenças entre os modelos novos e os tradicionais, tem razões explicativas no próprio entendimento do que vem a ser o processo político e do papel que a análise de políticas públicas deve cumprir, se uma função mais prescritiva ou descritiva.