ID: 60165
Autoria:
Thiago Henrique Moreira Goes, Cláudio Antonio Pinheiro Machado Filho.
Fonte:
Teoria e Prática em Administração, v. 11, n. 1, p. 45-59, Janeiro-Junho, 2021. 15 página(s).
Palavras-chave:
autopre-servação , bens de capital , empresas familiares , investimento , riqueza socioemocional
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Entre os principais determinantes de uma política de investimentos estão a estrutura de pro-priedade e o comportamento dos gestores. Nesta vertente, um segmento de empresas com característi-cas específicas que se sobressaem nas políticas de investimento são as empresas familiares. Assim, o objetivo da pesquisa consistiu em analisar o impacto da estrutura de propriedade familiar nas decisões de investimento das empresas brasileiras entre os períodos de crises econômicas (2009-2013), consi-derados satisfatórios para a economia e caracterizados pela normalidade institucional. Metodologia: O estudo apresenta um modelo de regressões lineares múltiplas elaboradas para testar o impacto de vá-rias variáveis sobre uma variável dependente em uma relação simultânea. A variável dependente con-sistiu no índice de investimento em CapEx realizado pelas empresas. A variável de interesse foi uma variável dummy se a empresa era familiar ou não. Além disso, foram realizados testes para identificar os momentos da companhia, ou seja, testar o comportamento das empresas quando estas estavam me-lhores ou piores do que suas concorrentes não familiares. Resultados: Os resultados corroboram os pressupostos de autopreservação, visto que as empresas familiares investiram 13,5% menos do que as não familiares. Contudo, as empresas familiares, quando apresentam resultados piores que suas con-correntes, investem até 24% mais do que as não familiares. Desta forma, a pesquisa sustenta as hipóte-ses de que as empresas familiares estão mais alinhadas ao comportamento de autopreservação nas de-cisões de investimento. Contribuições teóricas: A pesquisa proporciona uma análise sobre os chama-dos mixed-gambles das empresas familiares, ou seja, a aversão ao risco e a busca pela perpetuidade da companhia, demonstrados pelo uso da variável dummy e pelos testes complementares com situações econômicas favoráveis e desfavoráveis. Contribuições práticas: Foram encontrados resultados que apontam o comportamento de maior autopreservação das empresas brasileiras em relação aos seus in-vestimentos.