ID: 61618
Autoria:
Diana Priscila Sá Alberto.
Fonte:
Cenário Revista Interdisciplinar em Turismo e Território, v. 9, n. 1, p. 104-119, Janeiro-Abril, 2021. 16 página(s).
Palavras-chave:
Amazônia , Turismo , Turistas , Viagens , Viajantes
Tipo de documento: Artigo (Português)
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As viagens na região Amazônica trazem à tona muitas perspectivas de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento. Estudos na História, principalmente, mostram-se como janelas para a noção desse espaço que sempre tomou conta do imaginário eurocêntrico. E o Turismo também tem buscado ampliar as investigações sobre a região, com base nas teorias das viagens. Os viajantes e naturalistas foram os principais personagens que vieram e aqui desembarcaram para escrever, pintar e estudar os componentes naturais e humanos da região. Esses viajantes, no masculino, formavam maioria. Mas, as mulheres também se fizeram presentes aqui, explorando e pesquisando a Amazônia, especificamente o Estado do Pará. A ciência foi um dos principais pilares para que a exploração da Amazônia se tornasse parte da vivência desses e dessas, talvez, “primeiros e primeiras turistas”. O objetivo desta pesquisa é o de apresentar como duas cientistas, uma alemã Emília Snethlage e uma brasileira Heloísa Alberto Torres desenvolveram pesquisas na Amazônia paraense e a partir de seus estudos apontar uma possível conexão com a História do Turismo na região. Essas duas cientistas tornaram-se nomes importantes das ciências naturais e sociais, respectivamente, no Brasil e no mundo. Abordagem teórica desse artigo está construída na História da Ciência e no Turismo. Passando pelo estudo do Gênero, pois o foco são duas mulheres cientistas. A metodologia abalizada na História, onde as fontes em bibliotecas como Museu Paraense Emílio Goeldi, e em sites da Biblioteca Nacional Digital e do acervo do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro são os objetos de análise das viagens dessas cientistas. Instrumentos utilizados são os relatórios de viagens, cartas, recortes dos jornais, publicações em que surgem as incursões dessas pesquisadoras. Dentre os principais resultados até o presente momento tem-se que as viagens dessas mulheres cientistas contaram com elementos que hoje entende-se como equipamentos turísticos, tais como: hospedagem, transportes, alimentação, redes de guias. Interessante notar como essas pesquisas aproximam-se de compreender como a região foi investigada por elas. E mais ainda suas cartas e relatórios apontam como essas viagens além de científicas, vislumbraram a compreensão de como a História e o Turismo podem unir-se enquanto disciplinas para se entender como a atividade turística desenvolveu-se na região amazônica.