ID: 60285
Autoria:
Pablinne de Paula Oliveira, Fernanda Fernandes Rodrigues, Mariana Guerra.
Fonte:
Contabilidade, Gestão e Governança, v. 23, n. 3, p. 309-326, Setembro-Dezembro, 2020. 18 página(s).
Palavras-chave:
Estratégias , Evidenciação , JBS , Legitimidade , Lindblom
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Objetivo: Avaliar os relatórios financeiros narrativos da JBS S.A. e identificar como a empresa tem buscado influenciar o usuário da informação frente aos recentes escândalos de corrupção nos quais está envolvida. Método: Com base na Teoria da Legitimidade (Lindblom, 1994), realizou-se uma análise qualitativa dos relatórios financeiros narrativos da empresa no ano-base 2017 – Comunicados ao Mercado, Fatos Relevantes, Relatório da Administração e Formulário de Referência e Prospectos. Originalidade/Relevância: Definem-se parâmetros que podem ser utilizados pelos gestores, isoladamente ou em conjunto, intencionalmente ou não, para alcançar, preservar ou recuperar a legitimidade; identificam-se, na evidenciação corporativa, os mecanismos de manipulação da sociedade em geral. Resultados: Em todos os relatórios analisados, mas com maior frequência nos Fatos Relevantes, a JBS utilizou, por força regulatória e penal (i.e., CVM e Ministério Público Federal), a primeira estratégia de legitimidade de Lindblom (1994), ao reconhecer a influência gerada pelo evento negativo (i.e., os escândalos de corrupção divulgados na mídia) e apresentar informações pertinentes para a solução do problema que ameaça sua legitimidade. Contribuições teóricas/metodológicas: Ao contrário do reportado na literatura, a segunda e a terceira estratégia de Lindblom (1994) foram pouco frequentes (9% e 12,5%, respectivamente). Este estudo, à luz da literatura já existente, pode auxiliar no entendimento do ambiente político-econômico quanto ao fato de a divulgação financeira ser utilizada como instrumento de legitimação e manipulação da sociedade.