A Diversificação das Receitas Bancárias: Seu Impacto sobre o Risco e o Retorno dos Bancos Brasileiros

ID:
52286
Resumo:
O objetivo deste estudo é determinar o impacto da diversificação das receitas bancárias sobre o risco e o retorno dos bancos brasileiros. Essa estratégia foi adotada por bancos em diversos países, inclusive no Brasil. Em 2003, as receitas noninterest (não decorrentes de juros) representavam 17,80% da receita operacional dos bancos analisados e, em 2014, essa participação havia aumentado para 27,40%. Embora muitos estudos tenham abordado a questão para bancos americanos, europeus e asiáticos, este tema ainda não foi abordado para uma amostra de bancos brasileiros. Como o setor bancário é uma variável crucial à estabilidade do sistema financeiro, é importante estudar os fatores que afetam o risco e o retorno dos bancos. Analisamos a amostra para o período entre 2003 e 2014, utilizando dados em painel dinâmico através do Método Generalizado dos Momentos para abordar questões de endogeneidade, heterocedasticidade e autocorrelação. Nossos principais resultados mostram que as receitas noninterest possuem um papel importante no desempenho dos bancos estudados; nossa análise das atividades de intermediação financeira mostrou que as operações de crédito produziram melhores resultados do que as atividades de negociação de títulos. Além disso, confirmando as hipóteses propostas, as receitas noninterest apresentaram, de maneira geral, um impacto positivo sobre o retorno e o retorno ajustado ao risco nos bancos estudados. Entretanto, ao contrário do que esperávamos, as receitas noninterest mostraram uma relação positiva com o risco desses bancos (embora estatisticamente não significativa). É importante destacar as variáveis de controle, ou seja, a taxa de juros real, o PIB e o crescimento bancário, as quais foram relevantes para a determinação do desempenho dos bancos.
Citação ABNT:
FERREIRA, J.; ZANINI, F.; ALVES, T. A Diversificação das Receitas Bancárias: Seu Impacto sobre o Risco e o Retorno dos Bancos Brasileiros . Revista Contabilidade & Finanças - USP, v. 30, n. 79, p. 91-106, 2019.
Citação APA:
Ferreira, J., Zanini, F., & Alves, T. (2019). A Diversificação das Receitas Bancárias: Seu Impacto sobre o Risco e o Retorno dos Bancos Brasileiros . Revista Contabilidade & Finanças - USP, 30(79), 91-106.
DOI:
10.1590/1808-057x201805810
Link Permanente:
http://www.spell.org.br/documentos/ver/52286/a-diversificacao-das-receitas-bancarias--seu-impacto-sobre-o-risco-e-o-retorno-dos-bancos-brasileiros-/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Araújo, L. M. G.; Gomes, G. M. R.; Guerra, S. M.; Tabak, B. M. (2011). Comparação da Eficiência de Custo para BRICs e América Latina. [Working Paper]. Banco Central do Brasil. http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/TD252.pdf

Arellano, M.; Bond, S. (1991). Some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations. Review of Economic Studies, 58(1), 277-297.

Banco Central do Brasil (BACEN). SGS: Sistema Gerenciador de Series Temporais. https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries.

Berger, P. G.; Ofek, E. (1995). Diversification’s effect on firm value. Journal of Financial Economics, 37(1), 39-65.

Bhargava, A. (1991). Identification and panel data models with endogenous regressors. Review of Economic Studies, 58.

Calmès, C.; Liu, Y. (2009). Financial structure change and banking income: A Canada-US comparison. Journal of International Financial Markets, Institutions and Money, 19(1), 128-139.

Chiorazzo, V.; Milani, C.; Salvini, F. (2008). Income diversification and bank performance: Evidence from Italian banks. Journal of Financial Services Research, 33(3), 181-203.

Davidson, R.; MacKinnon, J. G. (1989). Testing for consistency using artificial regressions. Econometric Theory 5, 363-384.

Davidson, R.; MacKinnon, J. G. (1993). Estimation and inference in econometrics. Oxford University Press.

De Jonghe, O. (2010). Back to the basics in banking?A microanalysis of banking system stability. Journal of Financial Intermediation, 19(3), 387-417.

De Paula, L. F.; Marques, M. B. L. (2006). Tendências Recentes da Consolidação Bancária no Brasil. Análise Econômica, 45, 235-263.

Demsetz, R. S.; Strahan, P. E. (1997). Diversification, Size, and Risk at Bank Holding Companies. Journal of Money, Credit and Banking, 29(3), 300-313.

Denis, D. J.; Denis, D. K.; Sarin, A. (1997). Agency problems, equity ownership, and corporate diversification. Journal of Finance, 52(1), 135-160.

DeYoung, R.; Roland, K. P. (2001). Product Mix and Earnings Volatility at Commercial Banks: Evidence from a Degree of Total Leverage Model. Journal of Financial Intermediation, 10(1), 54-84.

Elsas, R.; Hackethal, A.; Holzhäuser, M. (2010). The anatomy of bank diversification. Journal of Banking and Finance, 34(6), 1274-1287.

Gujarati, D. N.; Porter, D. (2011). Econometria básica. Porto Alegre: AMGH.

Hadri, K. (2000). Testing for Stationarity in Heterogeneous Panel Data, Econometric Journal, 3, 148-161.

Hausman, J. A. (1978). Specification tests in econometrics. Econometrica, 46, 1251-1272.

Hayashi, F. (2000). Econometrics. New Jersey: Princeton University Press.

Laeven, L.; Levine, R. (2007). Is There a Diversification Discount in Financial Conglomerates? Journal of Financial Economics, 85, 331-367.

Lee, C. C.; Hsieh, M. F.; Yang, S. J. (2014). The relationship between revenue diversification and bank performance: Do financial structures and financial reforms matter? Japan and the World Economy, 29, 18-35.

Lee, K.; Kim, B.Y.; Park, Y.Y.; Sanidas, E. (2012). Big businesses and economic growth: Identifying a binding constraint for growth with country panel analysis. Journal of Comparative Economics, 41, 561-582.

Lepetit, L.; Nys, E.; Rous, P.; Tarazi, A. (2008). Bank income structure and risk: An empirical analysis of European banks. Journal of Banking and Finance, 32(8), 1452-1467.

Lepetit, L.; Strobel, F. (2013). Bank insolvency risk and timevarying Z-score measures. Journal of International Financial Markets, Institutions and Money, 25(1), 73-87.

Levin, A.; Lin, C. F.; Chu, C. (2002). Unit Root Tests in Panel Data: Asymptotic and Finite-Sample Properties. Journal of Econometrics, 108, 1-24.

Lin, J. R.; Chung, H.; Hsieh, M. H.; Wu, S. (2012). The determinants of interest margins and their effect on bank diversification: Evidence from Asian banks. Journal of Financial Stability, 8(2), 96-106.

Maddala, G. S.; Wu, S. (1999). A Comparative Study of Unit Root Tests with Panel Data and a New Simple Test. Oxford Bulletin of Economics and Statistics, 61, 631-652.

Markowitz, H. (1952). Portfolio Selection. The Journal of Finance, 1, 77-91.

Mercieca, S.; Schaeck, K.; Wolfe, S. (2007). Small European banks: Benefits from diversification? Journal of Banking and Finance, 31(7), 1975-1998.

Navarro, P. S.; Procianoy, J. L. (1997). A reação dos acionistas à institucionalização do banco múltiplo. Revista de Administração, v. 32, 68-79.

Sanya, S.; Wolfe, S. (2011). Can Banks in Emerging Economies Benefit from Revenue Diversification? Journal of Financial Services Research, 40(1), 79-101.

Stiroh, K. J. (2004). Diversification in Banking: Is Noninterest Income the Answer? Journal of Money, Credit, and Banking, 36(5), 853-882.

Stiroh, K. J. (2006). A Portfolio View of Banking with Interest and Norlinterest Activities. Journal of Money, Credit and Banking, 38(5), 1351-1361.

Stiroh, K. J.; Rumble, A. (2006). The dark side of diversification: The case of US financial holding companies. Journal of Banking and Finance, 30(8), 2131-2161.

Templeton, W. K.; Severiens, J. T. (1992). The effect of nonbank diversification on bank holding company risk. Quarterly Journal of Business and Economics, 4, 3-17.

Wolf, M. (2009). A reconstrução do sistema financeiro global. Rio de Janeiro: Elsevier.