Resumo:
O estudo tem por objetivo estabelecer um conjunto de indicadores e métricas para avaliação da sustentabilidade da produção suinícola, visando à evidenciação das externalidades positivas e negativas da atividade. Utiliza-se da Técnica Delphi como procedimento metodológico de apoio para o desenvolvimento da pesquisa, as etapas de operacionalização foram: (i) Identificação inicial de indicadores de sustentabilidade por meio da literatura; (ii) Realização de entrevistas junto aos especialistas e posterior aplicação de questionário, visando identificar parâmetros legais e aceitáveis para as métricas dos indicadores de desempenho ambiental, social e econômico-financeiro; (iii) A partir das métricas ordinais (níveis superiores e inferiores), identificam-se as escalas cardinais por meio das funções de valores lineares, permitindo identificar as taxas de compensação e a valoração do conjunto de indicadores ambientais, sociais e econômico-financeiros; (iv) Aplicação do constructo de indicadores e métricas, denominado Sistema de Gestão e Avaliação da Sustentabilidade da Suinocultura – SIGEASS, junto a uma entidade rural.. O SIGEASS é composto por um conjunto 10 indicadores e 60 métricas de avaliação da sustentabilidade. O resultado do teste de aderência do SIGEASS evidenciou externalidades negativas nos indicadores ambientais de avaliação do solo e energia. Os indicadores ar/efeito estufa e remuneração do capital investido apresentaram externalidades positivas, enquanto seis indicadores se apresentaram com avaliação de conformidade. A avaliação da sustentabilidade a partir do SIGEASS, evidencia as externalidades positivas e negativas da atividade suinícola, visando minimizar externalidades negativas em prol de melhores práticas de sustentabilidade.
Resumo Espanhol:
El estudio tiene por objetivo establecer un conjunto de indicadores y métricas para la evaluación de la sostenibilidad de la producción porcina, visando la evidencia de las externalidades positivas y negativas de la actividad. Metodológicamente la investigación se caracteriza como cualitativa de carácter fenomenológico. Se utiliza de la Técnica Delphi como procedimiento metodológico de apoyo para el desarrollo de la investigación, las etapas de operacionalización fueron: (i) Identificación inicial de indicadores de sustentabilidad a través de la literatura; (ii) Realización de entrevistas a los especialistas y posterior aplicación de cuestionario, buscando identificar parámetros legales y aceptables para las métricas de los indicadores de desempeño ambiental, social y económico-financiero; (iii) A partir de las métricas ordinarias (niveles superiores e inferiores), se identifican las escalas cardinales por medio de las funciones de valores lineales, permitiendo identificar las tasas de compensación y la valoración del conjunto de indicadores ambientales, sociales y económico-financieros; (iv) Aplicación del constructo de indicadores y métricas, denominado Sistema de Gestión y Evaluación de la Sostenibilidad de la Suinocultura - SIGEASS, junto a una entidad rural. El SIGEASS está compuesto por un conjunto de 10 indicadores y 60 métricas de evaluación de la sostenibilidad. Los resultados de la prueba de adherencia del SIGEASS evidenció externalidades negativas en los indicadores ambientales de suelo y energía. Los indicadores aire / efecto invernadero y remuneración del capital invertido presentaron externalidades positivas, mientras que seis indicadores se presentaron con evaluación de conformidad. La evaluación de la sostenibilidad a partir del SIGEASS, evidencia las externalidades positivas y negativas de la actividad porcina, con el objetivo de minimizar externalidades negativas en favor de mejores prácticas de sostenibilidad.
Referências:
ANGLADE, J. Agriculture durable et écologie: les indicateurs de durabilitè de la IDEA. Mèmorie de maîtrese de biologie dês organismes à L’Université d’Orsay (Paris-Sud XI), 1999.
BAIARDI, D.; MENEGATTI, M. Pigouvian tax, abatement policies and uncertainty on the environment. Journal of Economics, v.103, n.3, p. 221-251, 2011.
BAUMOL, W. J. On taxation and the control of externalities. American Economic Review, p. 62, v.3, p. 307-322, 1972.
BITHAS, K.. Sustainability and externalities: Is the internalization of externalities a sufficient condition for sustainability? Ecological Economics, v.70, p.1703-1706, 2011.
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2017.
BRASIL. Lei nº 16.342, de 21 de janeiro de 2009. Santa Catarina. Altera e revoga dispositivos da Lei nº. 14.675, que institui o Código Estadual do meio ambiente e estabelece outras providências. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2017.
BRUNTLAND, G. H. Chairman’s foreword. In: UNITED NATONS. Report of the world commission on environment and development. World Commission on Environment and Development (WCED). New York, 1987.
CECHIN, A.; VEIGA, J. E. A economia ecológica e evolucionária de Georgescu-Roegen. Revista de Economia Política, v. 30, n. 3, p. 438-454, 2010.
DAHL, A. L., The big picture: comprehensive approaches. In: MOLDAN, B.; BILHARZ, S. Sustainability indicators: report of the project on indicators of sustainable development. Chichester: John Wiley, 1997.
DALE, V. H.; KLINE, K. L.; KAFFKA, S. R.; LANGEVELD, J.W. A. H. A landscape perspective on sustainability of agricultural systems. Landscape ecology, v. 28, n. 6, p. 11111123, 2013.
DALKEY, N.; HELMER, O. An experimental application of the Delphi method to the use of experts, Management Science, v.9, n.3, p.458-467, 1963.
DELONGE, M. S.; MILES, A.; CARLISLE, L. Investing in the transition to sustainable agriculture. Environmental Science & Policy, v. 55, p. 266-273, 2016.
DEMING, W. E. Some theory of sampling. Courier Corporation, 1966.
ELKINGTON, J. Canibais com garfo e faca. São Paulo: M. Books, 2012. Título original: Cannibals with forks: the triple bottom line of 21 st century business, Capstone Publishing, 1999.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Suinocultura e meio ambiente em Santa Catarina: indicadores de desempenho e avaliação sócio-econômica. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2009. 201p.
ENSSLIN, L.; GIFFHORN, E.; ENSSLIN, S. R.; PETRI, S. M.; VIANNA, W. B. Avaliação do desempenho de empresas terceirizadas com o uso da metodologia multicritério de apoio à decisão-construtivista. Pesquisa Operacional, v. 30, n.1, p.125-152, 2010.
ESHET, T., AYALON, O.; SHECHTER, M.. A critical review of economic valuation studies of externalities from incineration and landfilling.Waste Management & Research, v. 23, n.6, p. 487-504, 2005.
FARZIN, Y. H.. Optimal pricing of environmental and natural resource use with stock externalities. Journal of Public Economics, v.62, p.31-57, 1996.
FEDERAÇÃO CATARINENSE DE MUNICÍPIOSFECAM. Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Municipal Sustentável. Disponível em: . Acesso em: 03 jun. 2017.
FENG, S. C.; JOUNG, C. B. An overview of a proposed measurement infrastructure for sustainable manufacturing. In: Proceedings of the 7th Global Conference on Sustainable Manufacturing, Chennai, India. 2009. p. 360.
FIGGE, F.; HAHN, T. Sustainable value added: measuring corporate contributions to sustainability beyond eco-efficiency. Ecological economics, v. 48, n. 2, p. 173-187, 2004.
FRANCO, J. A.; GASPAR, P.; MESIAS, F. J. Economic analysis of scenarios for the sustainability of extensive livestock farming in Spain under the CAP. Ecological Economics, v. 74, p. 120-129, 2012.
HANSEN, J. W. Is agricultural sustainability a useful concept?. Agricultural systems, v. 50, n. 2, p. 117-143, 1996.
HARDI, P.; BARG, S.; HODGE, T. Measuring sustainable development: review of current practices. Occasional Paper, v. 11, p. 49-51, 1997.
HARDI, P.; ZDAN, T. Assessing Sustainable Development: Principles in Practice, Winnipeg: International Institute for Sustainable Development (IISD), 1997.
HENRIQUES, A.; RICHARDSON, J. The Triple Bottom Line: does it all add up? London: Earthscan, 2004.
HUGHES, George. Environmental indicators. Annals of tourism research, v. 29, n. 2, p. 457-477, 2002.
JANNUZZI P. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. Alínea Editora, 2001.
JOHN, A. A.; PECCHENINO, A..International and intergenerational environmental externalities. Scandinavian Journal of Economics, v.99, n.3, p.371-387, 1997.
JOSKOW, P. L.. Weighing environmental externalities: Let's do it right! The Electricity Journal, v. 5, n.4, p. 53-67, 1992.
KAPLOW, L.. Optimal control of externalities in the presence of income taxation. International Economic Review, v. 53, n.2, p. 487-509, 2012.
LINSTONE, H. A.; TUROFF, M. Delphi: A brief look backward and forward. Technological Forecasting and Social Change, v. 78, n. 9, p. 1712-1719, 2011.
MARZALL, K., ALMEIDA, J. Indicadores de sustentabilidade para agroecossistemas: estado da arte, limites e potencialidades de uma nova ferramenta para avaliar o desenvolvimento sustentável. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v.17, n.1, p .41-59, 2000.
TANZIL, D.; BELOFF, B. R. Assessing impacts: Overview on sustainability indicators and metrics. Environmental Quality Management, v. 15, n. 4, p. 41-56, 2006.
VAN BELLEN, H. M. Indicadores de sustentabilidade: uma análise comparativa. FGV Editora, 2005.
VAN DE BERGH, J. C. J. M. Externality or sustainability economics? Ecological Economics, v. 69, n.11, p. 2047-2052, 2010.
VAN PHAM, L.; SMITH, C. Drivers of agricultural sustainability in developing countries: a review. Environment Systems and Decisions, v. 34, n. 2, p. 326-341, 2014.
VELEVA, V.; ELLENBECKER, M. Indicators of sustainable production: framework and methodology. Journal of Cleaner Production, v. 9, n. 6, p. 519-549, 2001.
WEINBERG, M.; KLING, C. L. Uncoordinated agricultural and environmental policy making: An application to irrigated. American Journal of Agricultural Economics, p.78, v.1, p. 65, 1996.