O Papel da Resiliência na Construção do Significado do Trabalho para Jovens Brasileiros Vítimas de Assédio Moral Outros Idiomas

ID:
58812
Periódico:
Resumo:
Este estudo objetivou analisar o papel da resiliência no comportamento de jovens trabalhadores que vivenciaram o assédio moral, pela percepção dos profissionais de uma associação de ensino profissionalizante. Assim, realizou-se um estudo de caso, de natureza descritiva e abordagem qualitativa. Foram feitas entrevistas com 21 profissionais da referida associação, cujos dados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo. Ressalte-se que a pesquisa tinha como objetivo inicialmente entrevistar os jovens trabalhadores assistidos pela associação, mas o contato direto com eles foi proibido. Percebeu-se que o assédio moral é percebido por meio de mudanças de comportamento dos jovens quando eles sofrem esse tipo de agressão, tais como isolamento, silêncio, introspecção, quietudes, ou levar as agressões na brincadeira. Também percebeu-se que os jovens tendem a ser resilientes frente às agressões sofridas para manterem seus empregos, seja por necessidade seja por gratidão. Por fim, as consequências do assédio moral que mais afetam a vida pessoal e profissional dos jovens são a desmotivação, o prejuízo ao desempenho no trabalho, a perda do prazer de trabalhar, além de baixa autoestima e problemas psicológicos. Assim, é importante que se desenvolvam e se apliquem ações contra a violência no ambiente do trabalho, promovendo um clima e ambiente saudável para os seus trabalhadores.
Citação ABNT:
OLETO, A. F.; GUERRA, D. S.; PALHARES, J. V.; PAIVA, K. C. M. The Role of Resilience in the Creation of Meaningful Work for Young Brazilian Workers, Victims of Moral Harassment. Reuna, v. 25, n. 2, p. 53-69, 2020.
Citação APA:
Oleto, A. F., Guerra, D. S., Palhares, J. V., & Paiva, K. C. M. (2020). The Role of Resilience in the Creation of Meaningful Work for Young Brazilian Workers, Victims of Moral Harassment. Reuna, 25(2), 53-69.
DOI:
http://dx.doi.org/10.21714/2179-8834/2020v25n2p53-69
Link Permanente:
http://www.spell.org.br/documentos/ver/58812/o-papel-da-resiliencia-na-construcao-do-significado-do-trabalho-para-jovens-brasileiros-vitimas-de-assedio-moral/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Inglês
Referências:
ALMEIDA, M. M.; SILVA, R. C. Compreendendo as estratégias de sobrevivência de jovens antes e depois da internação na FEBEM. Revista Brasileira de Orientação Profissional, v. 5, n. 1, p. 87-102, 2004.

ASSIS, S. G. Superação de dificuldades na infância e adolescência: conversando com profissionais de saúde sobre resiliência e promoção da saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP/CLAVES/CNPq, 2006.

BARBOSA, J. K. D.; PAIVA, K. C. M. Temos todo tempo do mundo? Estudo sobre Percepções Temporais, Prazer e Sofrimento com Jovens Trabalhadores. FOCO (Faculdade Novo Milênio), v. 13, n. 1, p. 04-30, 2020.

BARLACH, L. O que é resiliência humana? Uma contribuição para a construção do conceito. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

BARRETO, M. M. S. Violência, saúde, trabalho: uma jornada de humilhações. São Paulo: EDUC, 2003.

BAUER, M. W.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

BRASIL. Lei n. 10.097, de 19 de dezembro de 2000. Altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Brasília: Diário Oficial da União, 2000.

CAIXETA, I. C. O assédio moral nas organizações: um estudo nos Tribunais Regionais do Trabalho das regiões Sudeste e Sul do Brasil. 2010. 153fs. Dissertação (Mestrado em Administração) ─ Faculdade Novos Horizontes, Belo Horizonte.

CERVO, A, L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.

CODO, W. O que é alienação? 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.

CONNER, D. R. Gerenciamento na velocidade da mudança. Rio de Janeiro: Infobook, 1995.

DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. 5. ed. São Paulo: Cortez Oboré, 1993.

FISCHER, F. M. et al. Efeitos do trabalho sobre a saúde de adolescentes. Ciênc. saúde coletiva, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 973-984, 2003b.

FISCHER, F. M. et al. Occupational accidents among middle and high school students of the state of São Paulo, Brazil. Revista de Saúde Pública, v. 37, n. 3, p. 351-56, 2003a.

FRANCO, D. S.; MAGALHÃES, A. F.; PAIVA, K. C. M.; SARAIVA, L. A. S. Entre a inserção e a inclusão de minorias nas organizações: Uma análise crítica sob o olhar de jovens trabalhadores. E&G Revista Economia e Gestão, v. 17, n. 48, p. 43-61, 2018.

FREITAS, M. E. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas organizações. Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 2, p. 8-19, 2001.

FRONE, M. R. Interpersonal conflict at work and psychological outcomes: testing a model among young workers. Journal of Occupational Health Psychology, v. 5, n. 2, p. 246-55, 2000.

GIDDENS, A. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

GOLDSCHMIDT, C. C.; PAIVA, K. C. M.; IRIGARAY, H. A. R. Organizational Resilience: Proposition for an Integrated Model and Research Agenda. Tourism & Management Studies, v. 15, n. 3, p. 37-46, 2019.

GROTBERG, E. H. Introdução: Novas tendências em resiliência. In: MELILLO, A; OJEDA, E. N. S. e colaboradores. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 15-22.

GUEDES, M. N. Terror psicológico no trabalho. 3. ed. São Paulo: LTR, 2008.

HEUGTEN, K. V. Resilience as an Underexplored Outcome of Workplace Bullying. Qualitative Health Research v. 23, n. 3, p. 291 – 301, 2012.

HIRIGOYEN M. F. Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

HIRIGOYEN, M. F. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

KANAN, J. C.; ZANELLI, L. A. Fatores de risco e de proteção psicossocial: organizações que emancipam ou que matam. Lages: Editora da Uniplac, 2018.

KLUG, K.; BERNHARD-OETTEL, C.; MÄKIKANGAS, A.; KINNUNEN, U.; SVERKE, M. Development of perceived job insecurity among young workers: a latent class growth analysis. International Archives of Occupational and Environmental Health, v. 92, p. 901–918, 2019.

LEYMANN, H. Mobbing and psychological terror at workplaces. Violence and Victims, v. 5, n. 2, p. 119-26, 1990.

LUTHAR, S. S.; CICCHETTI, D.; BECKER, B. The construct of resilience: a critical evaluation and guidelines for future work. Child Development, v. 71, n. 3, p. 543-562, 200.

MELO, N. D. Assédio moral: individual e coletivo. Âmbito Jurídico, Rio Grande, v. 11, n. 54, 2008. Disponível em: . Acesso: 15 fev. 2018.

MOURA, R. G.; CAMPOS, C. M. A. “O Assédio Sexual, Ele Deixa Cheiro, Ele Deixa Cor, Ele Deixa Nojo”: o estabelecimento da precariedade subjetiva por meio do assédio sexual. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓSGRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 53, 2019, São Paulo. Anais… São Paulo: ANPAD, 2019.

NUNES, T. S.; TOLFO, S. R. Assédio moral em universidade: as possíveis consequências em comentar e/ou denunciar a violência. Administração Pública e Gestão Social, v. 5, n. 4, p. 144-151, 2013.

OLETO, A. F.; SANTOS, J. V. P.; PAIVA, K. C. M.; BARBOSA, J. K. D. Estratégias de Enfrentamento de Jovens Trabalhadores diante das Relações Abusivas de Poder nas Organizações. Revista Alcance Eletrônica, v. 27, n. 1, p. 99-113, 2020.

OLETO, A. F.; SILVA, A. G. C.; PAIVA, K. C. M. Assédio Moral e Pessoas com Deficiência: um Estudo de Processos do Tribunal Superior do Trabalho ou Encontros entre a Diversidade e o Abuso. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 50, 2016, Costa do Sauípe. Anais… Costa do Sauípe: ANPAD, 2016.

OLETO, A.; PALHARES, J. V.; PAIVA, K. C. M.; GUIMARÃES, L. R. Percepções De Tutores Sobre O Assédio Sexual Sofrido Por Jovens Trabalhadores Nas Organizações. Revista Gestão.Org, v. 16, n. 1, p. 43-56, 2018.

OLIVEIRA, A. L. de; GODOY, M. M. da C. O processo de resiliência do jovem aprendiz e as estratégias de conciliação estudo-trabalho. Boletim de Psicologia, v. 65, n. 143, p. 175-191, jul. 2015.

PAIVA, K. C. M. Gestão de Recursos Humanos: teorias e reflexões. Curitiba: Intersaberes, 2019.

PAIVA, K. C. M., et al. Shedding light on hidden violence: harassment in Brazilian organizations. In: EGOS COLLOQUIUM, 35, 2019, Edinburgh. Anais… Edinburgh: EGOS, 2019.

PELLEGRINI, P. G., et al. Assédio moral no trabalho contra mulheres servidoras públicas. In: ENCONTRO DE GESTÃO DE PESSOAS E RELAÇÕES DE TRABALHO, 6, 2017, Curitiba. Anais… Curitiba: ANPAD, 2017.

PINHEIRO, D. P. N. A resiliência em discussão. Psicologia em Estudo, v. 9, n. 1, p. 67-75, 2004. Disponível em: . Acesso: 15 fev. 2018.

RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

SALVADOR, L. Assédio moral. Direito e justiça. O Estado do Paraná S/A, Curitiba, p. 8-9, 2002.

SANTOS, A. Assédio sexual nas relações trabalhistas e estatuárias. 2. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2002.

SARRIERA, J.C; SILVA, M. A; KABBAS, C. P; LOPES, V. B. Formação da identidade ocupacional em adolescentes. Estud. psicol. (Natal) [online]. v. 6, n. 1, p. 27-32, 2001.

SCHMIDT, M. H. F. M. O assédio moral no direito do trabalho. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Curitiba, Serviço de Biblioteca e Jurisprudência, v. 27, n. 47, p. 177-227, jan./jun. 2002.

SILVA, V. V.; NAKATA, L. E. Da deterioração das relações à escolha pela permanência: o assédio moral no trabalho. ReCaPe – Revista de Carreiras e Pessoas, v. 6, n. 2, p. 206-214, 2016.

SOBOLL, L. A. P. Violência psicológica e assédio moral no trabalho bancário. 2006. 214 fs. Tese (Doutorado em Medicina Preventiva) ─ Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo.

THOMÉ, L. D.; TELMO, A. Q.; KOLLER, S. H. Inserção laboral juvenil: contexto e opinião sobre definições de trabalho. Paidéia, v. 20, n. 46, p. 175-85, 2010.

TUCKER, S.; LOUGHLIN, C. Young workers. In: KELLOWAY, E. K.; BARLING, J.; HURRELL, J. (eds.). Handbook of Workplace Violence. Thousand Oaks: Sage, 2006. p. 417-444.

VERGARA, S. C. Métodos de pesquisa em administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006.