Participação feminina na alta gestão e a sustentabilidade empresarial no Brasil Outros Idiomas

ID:
65609
Resumo:
Respaldado pela Teoria dos Stakeholders, o presente estudo tem como objetivo analisar a relação entre a participação feminina na alta gestão e a sustentabilidade empresarial, a partir de uma análise realizada em 83 das 100 empresas listadas na B3 S.A. com maior valor de mercado, de acordo com os dados do exercício de 2018, disponíveis na base Economática®. De natureza quantitativa, a pesquisa utilizou técnicas da estatística descritiva, da Análise de Correspondência Simples (Anacor), do teste de médias e da regressão logística. A participação feminina é medida pela proporção do número de mulheres presentes no Conselho de Administração (CA) e na Diretoria Executiva (DE) em relação ao total de seus membros titulares, enquanto a proxy da sustentabilidade empresarial é mensurada a partir da participação no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). A Anacor demonstrou que há uma associação entre a participação feminina no CA e a sustentabilidade empresarial; entretanto, não foi encontrada associação entre a participação feminina na DE com a sustentabilidade. O teste de diferenças entre médias revelou que há diferenças significativas entre as empresas sustentáveis e as não sustentáveis no que tange à variável participação feminina no CA, o que foi ratificado mediante aplicação da regressão logística. Destaque-se que a participação feminina no CA e o tamanho da empresa são as variáveis com mais probabilidade de exercer essa correlação. Com isso, os resultados confirmam os prognósticos da Teoria dos Stakeholders, na medida em que sinaliza que a participação feminina nos órgãos de alta gestão promove resultados efetivos que atendam às necessidades dos acionistas e stakeholders.
Citação ABNT:
AMORIM, R. B.; NASCIMENTO, ?. C. S.; MELO, G. C. V.; MOREIRA, C. S. Participação feminina na alta gestão e a sustentabilidade empresarial no Brasil . Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, v. 10, n. 2, p. 218-244, 2021.
Citação APA:
Amorim, R. B., Nascimento, ?. C. S., Melo, G. C. V., & Moreira, C. S. (2021). Participação feminina na alta gestão e a sustentabilidade empresarial no Brasil . Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, 10(2), 218-244.
DOI:
http://dx.doi.org/10.17648/aos.v10i2.2076
Link Permanente:
http://www.spell.org.br/documentos/ver/65609/participacao-feminina-na-alta-gestao-e-a-sustentabilidade-empresarial-no-brasil-/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Adams, B. R., & Ferreira, D. (2009). Women in the boardroom and their impact on governance and performance. Journal of Financial Economics, 94(1), 291-309.

Alves, S. (2014). The eff ect of board independence on the earnings quality: evidence from Portuguese listed companies. Australasian Accounting Business & Finance Journal, 8(3), 23-44.

Amarante, J. G. M. C. C., Deretti, S., & Silva, E. D. (2015). Governança Corporativa e Responsabilidade Social Corporativa: uma revisão sistemática dessa relação. Revista de Ciências da Administração, 17(43), 123-140.

Andres, P., & Vallelado, E. (2008). Corporate governance in banking: the role of board of directors. Journal of Banking and Finance, 32(12), 2570-2580.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Bazanini, R., Silva, I. V., Bazanini, H. L., Biff , M. A., & Mendes, K. R. N. (2018). Redes de Relacionamento: A Atuação dos Stakeholders no Mercado de Bens Simbólicos da Educação. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, 8(1), 86-116.

Ben-Amar, W., Chang, M., & Mcllkenny, P. (2015). Board gender diversity and corporate response to sustainability initiatives: evidence from the Carbon Disclosure Project. Journal of Business Ethics, 142(2), 369-383.

Biggins, J. V. (1999). Making board diversity work. Corporate Board, 20(117), 11-17.

Boulouta, I. (2012). Hidden connections: the link between board gender diversity and corporate social performance. Journal of Business Ethics, 113(2), 185-197.

Brundtland, G. H. (1987). Our common future – Call for action. Environmental Conservation, 14, 291–294

Cardoso, V. I. C., De Luca, M. M. M., & Gallon, A. V. (2014). Reputação corporativa e o disclosure socioambiental de empresas brasileiras. Contabilidade, Gestão e Governança, 17(2), 26-44.

Carvalho Neto, A. M., Tanure, B., & Andrade, J. (2010). Executivas: carreira, maternidade, amores e preconceitos. RAE-eletrônica, 9(1).

Cheffi ns, B. R. (2012). The History of Corporate Governance. Working Paper, 184.

Coelho, C., Macedo, J. D. F., Coelho, A. L. A. L., Silva, A. W. P., & Santos, H. C. C. D. (2018). Desenvolvimento Sustentável no Acre: A Execução Orçamentária sob o Enfoque da Gestão Ambiental. Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, 7(1), 93-116.

Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Recomendações da CVM sobre governança corporativa. 2002. Disponível em: . Acesso em: 08 jan. 2019.

Corrêa, E. L., Silva, W. A. C. S., Pinheiro, J. L., & Melo, A. A. O. (2015). Estrutura de propriedade e criação de valor em companhias brasileiras. Tourism & Management Studies, 11(2), 130-137.

Cristófalo, R. G., Akaki, A. S., Abe, T. C., & Miraglia, S. G. K. (2016). Sustentabilidade e o mercado fi nanceiro: estudo do desempenho de empresas que compõem o índice de sustentabilidade empresarial (ISE). REGE-Revista de Gestão, 23(4), 286-297.

Dias Filho, J. M., & Corrar, L. J. Regressão logística (2009). In: Corrar, L. J., Paulo, E., & Dias Filho, J. M. (Org.). Análise multivariada: Para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. São Paulo: Atlas.

Dye, R. A. An evaluation of “essays on disclosure” and the disclosure literature in accounting. Journal of accounting and economics, 32(1-3), 181-235, 2001. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00024-6

Dyllick, T., & Hockerts, K. (2002). Beyond the business case for corporate sustainability. Business Strategy and the Environment, 11(2), 130-141.

Eidt, E. C., & Coltre, S. M. (2018). Perfi l das empresas pertencentes ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Caderno Profi ssional de Administração da UNIMEP, 8(1), 127-147.

Elkington, J. (2001). Canibais com garfo e faca. Makron Books.

Fávero, L. P., Belfi ore, P., Silva, F. L., & Chan, B. L. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. São Paulo: Campus.

Freeman, R. E. (1984). Stakeholder theory the state of the art. Cambridge: Cambridge University Press.

Freeman, R. E. (1984). Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Pitman.

Galbreath, J. (2011). Are there gender-related infl uences on corporate sustainability? A study of women on boards of directors. Journal of Management & Organization, 17(1), 17-38.

Garcia, A. S., & Orsato, R. J. (2013). Índices de sustentabilidade empresarial: por que participar? XXXVII Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, Brasil.

García-Sánchez, I. M., Suárez-Fernández, O., & Martínez-Ferrero, J. (2018). Female directors and impression management in sustainability reporting. International Business Review.

Gil, A. C. (2010). Como elaborar projeto de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas.

Glass, C., & Cook, A. (2018). Do women leaders promote positive change? Analyzing the eff ect of gender on business practices and diversity initiatives. Human Resource Management, 57(4), 823-837.

Guimarães, T. M., Peixoto, F. M., & Carvalho, L. (2017). Sustentabilidade empresarial e governança corporativa: uma análise da relação do ISE da BM&FBovespa com a compensação dos gestores de empresas brasileiras. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 11(2), 134-149.

Huyghebaert, N., & Wang, L. (2012). Expropriation of minority investors in Chinese listed fi rms: The role of internal and external corporate governance mechanisms. Corporate Governance: An International Review, 20(3), 308-332.

Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE. (2018). Disponível em: http://iseb3.com.br/. Acesso em 07 mar. 2019.

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. (2015). Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 5 ed., São Paulo: IBGC.

Jensen, M. (2001). Value Maximization, Stakeholder Theory, and the Corporate Objective Function. Journal of Applied Corporate Finance, 14(3), 8-21.

John, K., & Senbet, L. W. (1998). Corporate governance and board eff ectiveness. Journal of Banking & Finance, 22(4), 371-403.

Khan, W. A., & Vieito, J. P. (2013). CEO gender and fi rm performance. Journal of Economics Business, 67, 55-66.

La Porta, R., Lopez-de-Silanes, F., Shleifer, A., & Vishny, R. (2000). Investor protection and corporate governance. Journal of Financial Economics, 58(1), 3-27.

Lazzaretti, K., & Godoi, C. K. (2012). A participação feminina nos conselhos de administração das empresas brasileiras: uma análise das características de formação acadêmica e experiência profissional à luz da teoria do capital humano. Gestão & Conexões, 1(1), 159-186.

Lima, A. D. C. C., Lima, M. A., Ferreira, P. A., & Mafra, F. L. N. (2017). Implantação de Usinas Hidrelétricas e Teoria dos Stakeholders: Analisando o Processo de Negociação a Partir de um Estudo de Caso. Desenvolvimento em Questão, 15(41), 457-497.

Mac Lennan, M. L. F., Semensato, B. I., & Oliva, F. L. (2015). Responsabilidade Social Empresarial: classifi cação das instituições de ensino superior em reativas ou estratégicas sob a ótica da governança corporativa. REGE-Revista de Gestão, 22(4), 457-472.

Madalozzo, R. (2011). CEOs e Composição do Conselho de Administração: a falta de identifi cação pode ser motivo para existência de teto de vidro para mulheres no Brasil? Revista de Administração Contemporânea, 15(1), 126-137.

Martins, G. A., & Theóphilo, C. N. (2009). Metodologia da investigação científi ca para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas.

Massaini, S. A., Cepelhos, V. M., Kayo, E. K., & Oliva, F. L. (2014). Análise da representação feminina na alta administração e sua relação com o desempenho financeiro da empresa. In: Seminários em Administração, XVII SEMEAD, São Paulo, Brasil.

Mazzioni, S., Cofsevicz, C. M., Moura, G. D., Macêdo, F. F. R. R., & Kruger, S. D. (2017). Influência da Governança Corporativa na Evidenciação Voluntária de Informações de Natureza Socioambiental. Revista Organizações em Contexto, 13(26), 311-338.

Minussi, J. A., Damacena, C., & Ness Jr, W. L. (2002). Um modelo de previsão de solvência utilizando regressão logística. Revista de Administração Contemporânea, 6(3), 109-128. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-65552002000300007.

Miranda, A. R. A., Fonseca, F. P., Cappelle, M. C. A., Mafra, F. L. N., & Moreira, L. B. (2013). O exercício da gerência universitária por docentes mulheres. Revista Pretexto, 14(1), 106-123.

Moura, G. D., Almeida, I. X., Vecchia, L. A. D. (2018). Infl uência da Independência do Conselho de Administração no Gerenciamento de Resultados. Contabilidade, Gestão e Governança, 20(3), 370-391.

Nascimento, E. (2012). Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do social ao econômico. Estudos Avançados, 26(74), 51-64.

Nascimento, I. C. S., Pessoa, A. F. P., Santos, A. R. S., & Vasconcelos, A. C. (2018). Participação Feminina no Conselho de Administração e a Sustentabilidade Empresarial. Encontro da ANPAD, Curitiba, Brasil.

Organization for Economic Co-Operation and Development. (2004). OECD Principles of Corporate Governance. Paris: OECD.

Rahim, M. M., & Alam, S. (2013). Convergence of Corporate Social Responsibility and Corporate Governance in Weak Economies: The case of Bangladesh. Journal of Business Ethics, l, 1-14.

Rutherford, S. (2001). Any diff erence? An analysis of gender and divisional management styles in a large airline. Gender, Work & Organization, 8(3), 326-345.

Salotti, B., & Yamamoto, M. Ensaio sobre a teoria da divulgação (2005). Brazilian Business Review, 2(1), 53-70.

Santos, C. M. M., Tanure, B., & Carvalho Neto, A. M. (2014). Mulheres executivas brasileiras: O teto de vidro em questão. Revista Administração em Diálogo, 16(3), 56-75.

Santos, G. Z. (2002). Independência do Conselho de Administração e sua relação com o desempenho da empresa. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Silva Gomes, M. L., Silva Rebouças, L., Varela de Melo, G. C., Monteiro da Silva, M. N., & dos Santos, S. M. (2019). Evidenciação dos custos e investimentos ambientais das empresas do setor de químicos da B3. Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, 8(1) 161-181.

Silva Júnior, C. P., & Martins, O. S. (2017). Mulheres no Conselho Afetam o Desempenho Financeiro? Uma Análise da Representação Feminina nas Empresas Listadas na BM&FBovespa. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 12(1), 62-76.

Sousa, F. S., & Zucco, A. (2016). Índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e geração de valor para os investidores. Revista Capital Científi co-Eletrônica, 14(1), 105-122.

Teston, S. F., & Filippim, E. S. (2016). Perspectivas e desafi os da Preparação de sucessores para empresas familiares. Revista de Administração Contemporânea, 20(5).

Vaccari, N. A. D., & Beuren, I. M. (2017). Participação Feminina na Governança Corporativa de Empresas Familiares Listadas na BM&FBovespa. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 5(1), 113-131.

Verrecchia, R. E. Essays on disclosure. Journal of accounting and economics, 32(1-3), 97-180, 2001. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00025-8

Westphal, J. D., & Zajac, E. J. (1995). Who shall govern? CEO/board power, demographic similarity, and new director selection. Administrative Science Quarterly, 40(1), 60-83.