ID: 49275
Autoria:
Larissa Naves de Deus.
Fonte:
RACE: Revista de Administração, Contabilidade e Economia, v. 17, n. 1, p. 275-304, Janeiro-Abril, 2018. 30 página(s).
Palavras-chave:
Inflação , Pós-keynesianos , Regime de Metas de Inflação
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Muitos países, a partir da década de 1990, passaram a utilizar o Regime de Metas de Inflação (RMI) como regime de política monetária, inclusive o Brasil, que o adotou em 1999. Entretanto, há inúmeras críticas ao modo de funcionamento desse regime, além da análise das consequências de seu uso à dinâmica macroeconômica dos países. No contexto do RMI, consideram-se os desvios do produto de seu nível natural à causa do aumento generalizado dos preços, e, assim, utiliza-se a taxa de juros como instrumento de política monetária. Neste trabalho, seguindo-se uma perspectiva pós-keynesiana, que tece críticas a esse regime, inclusive ao considerar que a inflação é um fenômeno multicausado, teve-se como objetivo investigar empiricamente quais são as variáveis explicativas das causas da inflação brasileira no período pós-RMI, especificamente, de 2003 a 2016. Assim, objetiva-se, inclusive, debater se a política monetária baseada nesse regime é condizente com o funcionamento de economias monetárias. Para tanto, além da revisão bibliográfica como método de procedimento, em que se busca apresentar as diferenças teóricas do chamado Novo Consenso Macroeconômico, que dá sustentação ao RMI, e a escola pós-keynesiana, neste trabalho utiliza-se a metodologia econométrica de Vetores Autorregressivos (VARs), que permite analisar inter-relações entre múltiplas variáveis, de modo a se auferirem as variáveis relevantes na explicação da dinâmica de preços no Brasil no período recente. Os resultados encontrados apontam que os fatores do lado da oferta da economia explicam em boa medida a dinâmica inflacionária brasileira no período analisado, indicando, assim, a fragilidade em se utilizar apenas a taxa de juros como instrumento de política monetária.