ID: 4667
Autoria:
Carlos Alberto Cioce Sampaio, Luzia Neide Coriolano.
Fonte:
Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, v. 3, n. 1, p. 4-24, Janeiro-Abril, 2009. 21 página(s).
Palavras-chave:
America Latina , Marraquech , Modos de vida e de produção , Turismo comunitário e solidário
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A discussão sobre turismo comunitário e solidário sugere reflexões a
respeito das modalidades: turismo cultural, etnoturismo, ecoturismo e
agroturismo, muitas vezes, apropriadas a lógicas darwinista de mercado e
dinâmica capitalista, limitando a potencialidade de experiências
turísticas à conservação de modos de vida de populações tradicionais. O
objetivo deste trabalho é dialogar com experiências de cerimoniais de
trocas mercantis vivenciadas em Marraquech, em dezembro de 2008, para
compreensão do turismo comunitário e solidário que vem acontecendo na
America Latina. O turismo em Marraquech é seccionado por uma muralha. Na
Medina, dentro da muralha, o apelo sociocultural beribére e árabe
predomina sob cerimonial mercantil único: “não se sabe bem ao certo ou
‘nunca’ se saberá se está fazendo ou não um bom negócio”. Fora da
muralha, o circuito sociocultural ocidentalizado prevalece em redes de
hotéis, restaurantes e lojas internacionais conhecidas como “quanto mais
caro, melhor deve ser!” O que faz refletir é o quanto os cerimoniais, representados
por modos de vida estão próximos ou distantes. Certamente a muralha
física é bem menor do que o muro simbólico estabelecido entre aldeias:
ocidental e comunitária, e entre o turismo convencional e de base local e
solidária.