ID: 17648
Autoria:
Carlos Osmar Bertero, Tatiana Iwai.
Fonte:
Revista de Administração Contemporânea, v. 9, n. n.spe2, p. 1-17, Dezembro, 2005. 17 página(s).
Palavras-chave:
empreendedorismo , estratégia , institucionalismo
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A figura do
Barão de Mauá ocupa lugar de indiscutível destaque no desenvolvimento
econômico do Brasil. Sua trajetória é largamente analisada não apenas
pelas importantes realizações que promoveu, mas também porque se tornou
símbolo de um empreendedor, cuja falência dos negócios é freqüentemente
debitada a um contexto institucional, que não soube entender sua visão
de desenvolvimento para o país e foi hostil a seus projetos de
industrialização e modernização do Brasil. No entanto, se revisitarmos
sua trajetória, veremos que não apenas suas ações empresariais podem ser
consideradas equivocadas, se analisadas à luz dos atuais conceitos
desenvolvidos na área de estratégia, como também guardaram certa
intimidade com a política governamental da época. Dessa maneira, Mauá
foi, em certo grau, prisioneiro do contexto institucional brasileiro do
período. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é rever a posição de que
Mauá, como empreendedor do tipo clássico, opôs-se à ordem institucional
vigente e, por isso, teria sido punido. Na verdade, veremos que, se ele
se opôs a essa ordem, nela também confiou e passou a dela depender.