ID: 49006
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Cláudio Ulysses Ferreira Coelho.
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Revista Mineira de Contabilidade, v. 2, n. 3, p. 28-30, Abril-Junho, 2001. 3 .
: Artigo (Portuguese)
A situação atual não permite prescindir que, em qualquer discussão relacionada aos profissionais de contabilidade e ao futuro da profissão de um modo geral, se dê atenção especial a questão da ética e do resgate da importância social da contabilidade. A questão ética faz-se presente e assume relevância, inclusive na formação profissional, pelo fato de que, por vezes, sua importância na contabilidade não é sentida nem pela sociedade, nem pelo empresariado e, até mesmo, em algumas situações, nem pelos próprios profissionai. Vivem-se tempos difíceis, em que a desconfiança permeia todas as ações governamentais, empresariais e profissionais. Isso torna-se bastante evidente em nosso país, visto que o aumento do número de fraudes, de suspeitas de desvios de verbas e corrupção se junta ao fato de que as empresas brasileiras e sua economia como um todo, são uma das menos auditadas no mundo. O próprio governo contribui para a situação, pois só obriga a apresentação de Demonstrações Contábeis com auditoria externa das Companhias Abertas, das instituições financeiras e das seguradoras. Às empresas restantes, inclusive as subsidiárias de empresas multinacionais, tal obrigação, pela legislação fiscal, não existe. Ainda que a apresentação de balanços esteja prevista no Direito Comercial para todas as empresas, como o governo só se preocupa com aquelas aqui citadas, as outras, que na verdade são a grande maioria, seguem seus rumos sem nenhum compromisso de prestar contas à sociedade, não fazendo uso do rigor técnico das modernas práticas de contabilidade e controladoria, hoje possíveis com os recursos tecnológicos disponíveis, para planejamento de suas ações.