Desafios na Política Pública de Mensuração dos Ativos para a Formação das Tarifas no Setor Elétrico: Alguém Deve Ser Beneficiado e Alguém Deve Ser Sacrificado?

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Periódico: Revista Contabilidade & Finanças
Resumo: Este artigo contribui para fomentar a discussão sobre a política pública de tarifação de serviços públicos quando baseada no valor do investimento feito pelos geradores desses serviços. O objetivo deste estudo foi, de forma pioneira, e reunindo as teorias da avaliação patrimonial e de finanças, identificar o método de avaliação de ativo que pode conduzir ao justo valor para o equilíbrio entre a modicidade tarifária para o consumidor e o retorno adequado dos investimentos às concessionárias. O valor atribuído a esses ativos influi duplamente no valor da tarifa: (i) via sua depreciação/amortização, influi no custo do serviço; (ii) via remuneração sobre esse investimento, na parcela correspondente ao lucro do investidor. Analisou-se o setor de energia elétrica brasileiro, em que as tarifas determinadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) atualmente utilizam a abordagem do valor novo de reposição (VNR). Efetuaram-se testes empíricos a partir de dados disponibilizados no site da ANEEL no 2º Ciclo de Revisão Tarifária Periódica (CRTP) e de informações obtidas nas demonstrações financeiras a partir de 1995. A análise contemplou os métodos do VNR e custo histórico corrigido (CHC), sendo esse último atualizado pelo índice de preços ao consumidor amplo (IPCA). Após as análises descritiva e estatística, aplicou-se o teste de médias para verificar as diferenças das variáveis quanto aos métodos VNR x CHC. A primeira conclusão foi a não existência de diferença significativa entre os métodos do VNR e CHC, ou seja, na média, o preço de reposição não apresentou diferença significativa com relação ao que seria a utilização da pura e simples correção monetária dos ativos. Mas verificou-se que isso esconde algo relevante, o fato de que essa média deriva de dois grandes blocos: o dos consumidores que estão pagando mais do que deveriam pelos serviços de energia, o que constitui benefício visível aos investidores e prejuízo a esses consumidores, e o dos consumidores que estão pagando menos do que deveriam, o que os beneficia, mas prejudica os investidores.
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Citação ABNT: ANDRADE, M. E. M. C.; MARTINS, E. Desafios na Política Pública de Mensuração dos Ativos para a Formação das Tarifas no Setor Elétrico: Alguém Deve Ser Beneficiado e Alguém Deve Ser Sacrificado? . Revista Contabilidade & Finanças, v. 28, n. 75, p. 344-360, 2017.
Citação APA: Andrade, M. E. M. C., & Martins, E. (2017). Desafios na Política Pública de Mensuração dos Ativos para a Formação das Tarifas no Setor Elétrico: Alguém Deve Ser Beneficiado e Alguém Deve Ser Sacrificado? . Revista Contabilidade & Finanças, 28(75), 344-360.
Volume: 28
Número: 75
Ano: 2017
Página inicial: 344
Página final: 360
Quantidade de Páginas: 17
DOI: 10.1590/1808-057x201703160
Link Permanente: https://www.spell.org.br/documentos/ver/46952/desafios-na-politica-publica-de-mensuracao-dos-ativos-para-a-formacao-das-tarifas-no-setor-eletrico--alguem-deve-ser-beneficiado-e-alguem-deve-ser-sacrificado--/i/pt-br
Tipo de documento: Artigo
Idioma: Português
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