ID: 26846
Autoria:
Elisabete Stradiotto Siqueira, Valéria Rueda Elias Spers.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 2, n. 1, p. 1-25, Janeiro-Abril, 2004. 25 página(s).
Palavras-chave:
dimensão simbólica , liderança , poder
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Este texto analisa 22 organizações empresariais de Piracicaba-SP e região, divididas entre os setores de hospitalidade e lazer, indústria, serviços e comunicação. Foram entrevistados 5 diretores, 8 gerentes e 9 supervisores. O objetivo da pesquisa era verificar como o discurso desses dirigentes se aproxima, ou não, das tendências teóricas do conceito de liderança. Para desenvolver tal caminho, traçamos um breve cenário das organizações no contexto contemporâneo - tratando da complexidade do mundo organizacional, com ênfase em sua dimensão simbólica e nas interações que envolvem os processos tecnológicos - um novo perfil do mundo do trabalho e a gestão com pessoas. A percepção dos entrevistados foi tomada como base comparativa de análise, sendo possível perceber que, tanto as vertentes teóricas quanto as falas dos dirigentes das organizações em questão, secundarizam o papel do líder no que tange às suas relações explícitas de poder, vinculando, de forma mais enfática, a ação da gestão à dimensão técnica e emocional. Procurou-se detectar possíveis descompassos entre esses dois discursos, no sentido de compreender os motivos que podem levar a tais distanciamentos. A análise do discurso dos entrevistados evidenciou as dificuldades no trato dessas questões, pois, ainda que eles reconheçam e expressem a necessidade de uma liderança mais aberta e flexível, do ponto de vista da gestão das relações interpessoais, também evidenciam uma característica bastante centrada na dimensão do comando e do controle por parte da liderança, revelando a unilateralidade do processo, relegando as interações dos indivíduos a um plano aparente, muito mais palco de representações do que, de fato, exercício de relações horizontalizadas de poder.