A Governança Corporativa influencia a eficiência das empresas brasileiras? Outros Idiomas

ID:
32224
Resumo:
O conflito de interesses entre executivos e proprietários é uma questão amplamente difundida na academia, já documentada em 1932 por Berle e Means, trazendo à tona o clássico conflito de interesses entre agente e principal discutido pela Teoria da Agência. A premissa por trás da governança corporativa é que as pessoas que estão dentro das corporações não necessariamente agem visando o melhor para os provedores de fundos. Partindo deste pressuposto, o trabalho em questão visa verificar a influência dos aspectos de governança corporativa na eficiência das empresas de capital aberto brasileiras. O estudo une técnicas de otimização estática através de Análise Envoltória de Dados (DEA) para identificar a eficiência das empresas de capital aberto, com Dados em Painel para identificar a influência da governança corporativa na eficiência das empresas. Os dados foram coletados manualmente dos relatórios 20-F da Security Exchange Commission(SEC) das empresas brasileiras que possuem American Depositary Receipts(ADRs), já que a base de dados não está disponível, no Brasil, de uma forma completa. Grande parte das hipóteses foi confirmada, evidenciando as condições particulares das finanças corporativas no Brasil no que tange a Governança Corporativa. A incipiência do mercado de capitais brasileiro é percebida em várias análises, ressaltando que o histórico do sistema corporativo brasileiro é um dos limitantes da eficiência das empresas. As condições que prevalecem são: (i) alta sobreposição propriedade-direção; (ii) conselhos de administração de baixa efetividade; (iii) em grupos familiares, os papéis dos acionistas, dos conselhos e da direção não são bem definidos; (iv) existe pouca clareza quanto à relação benefício-custo da boa governança; (v) baixa eficácia dos conselhos de administração; e (vi) indícios de conflitos de interesses, relativizados por incentivos explícitos e implícitos.
Citação ABNT:
SONZA, I. B.; KLOECKNER, G. O. A Governança Corporativa influencia a eficiência das empresas brasileiras?. Revista Contabilidade & Finanças, v. 25, n. 65, p. 145-160, 2014.
Citação APA:
Sonza, I. B., & Kloeckner, G. O. (2014). A Governança Corporativa influencia a eficiência das empresas brasileiras?. Revista Contabilidade & Finanças, 25(65), 145-160.
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/32224/a-governanca-corporativa-influencia-a-eficiencia-das-empresas-brasileiras-/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Adams, R. B. (2009). Asking directors about their dual roles. Working Paper, University of Queensland.

Adams, R. B.; & Ferreira, D. (2007). A theory of friendly boards. Journal of Finance, 62(1), 217-250.

Agrawal, A.; Jaffe, J. F.; & Karpoff, J. M. (1999). Management turnover and governance changes following the revelation of fraud. Journal of Law and Economics, 42(1), 309-342.

Aldrighi, D. M.; & Mazzer, R. (2007). Evidências sobre as estruturas de propriedade de capital e de voto das empresas de capital aberto no Brasil. Revista Brasileira de Economia, 61(2), 129-152.

Almeida, H.; Campello, M.; & Galvão, A. F. (2010). Measurement errors in investment equations. Review of Financial Studies, 23(9), 3279-3328.

Arellano, M.; & Bond, S. (1991). Some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations. Review of Economic Studies, 58(2), 277-297.

Arthaud-Day, M. L.; Certo, S. T.; Dalton, C. M.; & Dalton, D. R. (2006). A changing of the guard: executive and director turnover following corporate financial restatements. Academy of Management Journal, 49(6), 1119-1136.

Babenko, I. (2009). Share repurchases and pay-performance sensitivity of employee compensation contracts. Journal of Finance, 64(1), 117-151.

Baker, G. P.; Jensen, M. C.; & Murphy, K. J. (1988). Compensation and incentives: practice vs. theory. Journal of Finance, 43(3), 593-616.

Beasley, M. S. (1996). An empirical analysis of the relation between the board of director composition and financial statement fraud. Accounting Review, 71(4), 443- 465.

Bebchuk, L. A.; & Fried, J. M. (2003). Executive compensation as an agency problem. Journal of Economic Perspectives, 17(3), 71-92.

Belkaoui, A.; & Pavlik, E. (1992 August). The effects of ownership structure and diversification strategy on performance. Managerial and Decision Economics, 13(4), 343-352.

Bennett, M. J. (2010). Does ownership structure affect corporate performance? Evidence from the market for asset sales. The IUP Journal of Corporate Governance, 9(1-2), 57-98.

Bergstresser, D.; & Philippon, T. (2006). CEO incentives and earnings management. Journal of Financial Economics, 80(3), 511-529.

Berle, A.; JR.; & Means, G. (1932). The modern corporation and private property. Chicago: Commerce Clearing House.

Bertrand, M.; & Mullainathan, S. (2001). Are CEOs rewarded for luck? The ones without principals are. Quarterly Journal of Economics, 116(3), 901-932.

Boubakri, N.; & Cosset, J. C. (1998). The financial and operating performance of newly privatized firms: evidence from developing countries. Journal of Finance, 53(3), 1081-1110.

Boyer, M. M.; & Ortiz-Molina, H. (2008). Career concerns of top executives, managerial ownership and CEO succession. Corporate Governance: An International Review, 16(3), 178-193.

Brick, I. E.; & Chidambaran, N. K. (2010). Board meetings, committee structure, and firm value. Journal of Corporate Finance, 16(4), 533-553.

Bulan, L.; Sanyal, P.; & Yan, Z. (2010). A few bad apples: an analysis of CEO performance pay and firm productivity. Journal of Economics and Business, 62(4), 273-306.

Chen, Q.; Goldstein, I.; & Jiang, W. (2008). Directors’ ownership in the U.S. mutual fund industry. Journal of Finance, 63(6), 2629-2677.

Chung, K. H.; & Pruitt, S. W. (1994). A simple approximation of Tobin's Q. Financial Management, 23(3), 70-74.

Cohen, L.; Frazzini, A.; & Malloy, C. (2012). Hiring cheerleaders: board appointments of “independent” directors. Management Science, 58(6), 1039-1058.

Cooper, W.W.; Seiford, L. M.; & Zhu, J. (2004). Handbook on data envelopment analysis. Boston: Kluwer Academic Publishers.

Delmas, M.; & Tokat, Y. (2005). Deregulation, governance structures, and efficiency: the US electric utility sector. Strategic Management Journal, 26(5), 441-460.

Destefanis, S.; & Sena, V. (2007). Patterns of corporate governance and technical efficiency in italian manufacturing. Managerial and Decision Economics, 28(1), 27-40.

Dickins, D.; & Houmes, R. (2009). Revisiting the relationship between insider ownership and performance. Journal of Business & Economic Studies, 15(2), 32-43.

Fahlenbrach, R.; & Stulz, R. M. (2009). Managerial ownership dynamics and firm value. Journal of Financial Economics, 92(3), 342-361.

Faleye, O.; Hoitash, R.; & Hoitash, U. (2011). The costs of intense board monitoring. Journal of Financial Economics, 101(1), 160-181.

Ferreira, R. do N. (2012). Governança corporativa e desempenho: uma análise em empresas brasileiras de capital aberto. Tese de doutorado, Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brasil.

Florackis, C.; Kostakis, A.; & Ozkan, A. (2009). Managerial ownership and performance. Journal of Business Research, 62(12), 1350-1357.

Franks, J.; & Mayer, C. (2001). Ownership e control in German corporations. The Review of Financial Studies, 14(4), 943-977.

Frick, B.; & Lehmann, E. (2005).Corporate governance in Germany: ownership, codetermination and firm performance in a stakeholder economy. In H. Gospel & A. Pendleton. Corporate governance and labour management: an international comparison. (pp. 122-147). Oxford: Oxford University Press.

Frydman, R.; Gray, C.; Hessel, M.; & Rapaczynski, A. (1999). When does privatization work? The impact of private ownership on corporate performance in the transition economies. Quarterly Journal of Economics, 114(4), 1153-1191.

Funchal, J. A.; & Terra, P. R. S. (2006). Remuneração de executivos, desempenho econômico e governança corporativa: um estudo empírico em empresas latino-americanas. Anais do Encontro Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Administração, Salvador, BA, Brasil, 30.

Ghosh, A.; & Ruland, W. (1998). Managerial ownership, the method of payment for acquisitions, and executive job retention. Journal of Finance, 53(2), 785-798.

Ghosh, S. (2007). Bank Monitoring, managerial ownership and Tobin’s Q: an empirical analysis for India. Managerial and Decision Economics, 28(2), 129-143.

Gilson, S. C. (1989). Management turnover and financial distress. Journal of Financial Economics, 25(2), 211-262.

Gilson, S. C. (1990). Bankruptcy, boards, banks and blockholders: evidence on changes in corporate ownership and control when firms default. Journal of Financial Economics, 27(2), 355-388.

Goyal, V. K.; & Park, C. W. (2002). Board leadership structure and CEO turnover. Journal of Corporate Finance, 8(1), 49-66.

Guedri, Z.; & Hollandts, X. (2008). Beyond dichotomy: the curvilinear impact of employee ownership on firm performance. Journal of Corporate Governance, 16(5), 460-474.

Hall, B. J.; & Liebman, J. B. (1998). Are CEOs really paid like bureaucrats? Quarterly Journal of Economics, 113(3), 653-691.

Hansen, L. P. (1982). Large sample properties of generalized method of moments estimators. Econometrica, 50(4), 1029-1054.

Hitt, M. A.; & Ireland, R. D. (1986). Relationships among corporate level distinctive competencies, diversification strategy, corporate structure and performance. Journal of Management Studies, 23(4), 401-416.

Hu, Y.; & Izumida, S. (2008). Ownership concentration and corporate performance: a causal analysis with Japanese panel data. Corporate Governance, 16(4), 342-358.

Jensen, M. C. (1993). The modern industrial revolution, exit, and the failure of internal control systems. Journal of Finance, 48(3), 831-880.

Jensen, M. C.; & Meckling, W. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360.

Jensen, M. C.; & Murphy, K. J. (1990). Performance pay and topmanagement incentives. The Journal of Political Economy, 98(2), 225-264.

Jensen, M. C.; & Warner, J. B. (1988). The distribution of power among corporate managers, shareholders and directors. Journal of Financial Economics, 20(1), 3-24.

Kaplan, S. N. (1994). Top executive rewards and firm performance: a comparison of Japan and United States. Journal of Political Economy, 102(3), 510-546.

Kaplan, S. N. (1994). Top executives, turnover and firm performance in Germany. The Journal of Law, Economics & Organization, 10(1), 142-159.

Laeven, L.; & Levine, R. (2008). Complex ownership structures and corporate valuations. Review of Financial Studies, 21(2), 579-604.

Lehmann, E. R. I. K.; Warning, S.; & Weigand, J. (2004). Governance structures, multidimensional efficiency and firm profitability. Journal of Management and Governance, 8(3), 279-304.

Luo, D.; & Yao, S. (2010). World financial crisis and the rise of Chinese commercial banks: an efficiency analysis using DEA. Applied Financial Economics, 20(19), 1515-1530.

Macedo, M. A. D. S.; & Corrar, L. J. (2012). Análise comparativa do desempenho contábil-financeiro de empresas com boas práticas de governança corporativa no Brasil. Revista Contabilidade e Controladoria - RC&C, 4(1), 42-61.

Megginson, W. L.; Nash, R. C.; & Randenborgh, M. V. (1994). The financial and operating performance of newly privatized firms: an international empirical analysis. The Journal of Finance, 49(2), 403-452.

Nanka-Bruce, D. (2009). The impact of large shareholdings and board structure on efficiency. Working-Paper, Universidade Autônoma de Barcelona.

Sargan, J. D. (1958 July). The estimation of economic relationships using instrumental variables. Econometrica, 26(3), 393-415.

Security Exchange Comission. SEC. (1999-2009). Recuperado em 13 dezembro, 2011 de http://www.sec.org.

Sheu, H. J.; & Yang, C. Y. (2005). Insider ownership and firm performance in Taiwan’s electronics industry: a technical efficiency perspective. Managerial and Decision Economics, 26(5), 307-318.

Simar, L.; & Wilson, P. W. (2007). Estimation and inference in two-stage, semi-parametric models of production processes. J Econometrics, 136(1), 31-64.

Slovin, M. B.; & Sushka, M. E. (1993). Ownership concentration, corporate control activity, and firm value: evidence from the death of inside blockholders. Journal of Finance, 48(4), 1293-1321.

Souza, M. O.; Souza, G. S.; & Staub, R. B. (2009). Influência das variáveis contextuais em medidas não-paramétricas de eficiência: uma aplicação com métodos de reamostragem. Pesquisa Operacional, 29(2), 289-302.

Tirole, J. (2006). The theory of corporate finance. Princeton: Princeton University Press.

Weisbach, M. S. (1988). Outside directors and CEO turnover. Journal of Financial Economics, 20(1), 431-460.

Yermack, D. (1996). Higher market valuation of companies with a small board of directors. Journal of Financial Economics, 40(2), 185-211.

Zelenyuk, V.; & Zheka, V. (2006). Corporate governance and firm’s efficiency: the case of a transitional country, Ukraine. Journal of Productivity Analysis, 25(1-2), 143-157.

Zheka, V. (2005). Corporate governance, ownership structure and corporate efficiency: the case of Ukraine. Managerial and Decision Economics, 26(7), 451-460.