Saída e insucesso das cooperativas de crédito no Brasil: uma análise do risco Outros Idiomas

ID:
35090
Resumo:
Este estudo tem por objetivo investigar os fatores que afetam a saída do mercado das cooperativas de crédito singulares brasileiras de 1995 a 2009; ele também identifica e lista os determinantes dos diversos tipos de saída do mercado e analisa se a rentabilidade é um fator significativo para a sobrevivência da cooperativa de crédito. Este estudo foi realizado com dados contábeis fornecidos pelo Banco Central do Brasil, derivados apenas das cooperativas individuais, ou seja, as cooperativas de crédito singulares. As demonstrações financeiras trimestrais dessas cooperativas de crédito que estavam ativas desde 1995 até o segundo trimestre de 2009 foram empregadas, totalizando 71.325 observações para 1.929 cooperativas de crédito. Com base em modelos de sobrevivência e no modelo de riscos competitivos (como os modelos de Cox, Exponencial, Weibull, Gompertz e Risco Competitivo), os resultados demonstram que não há evidências estatísticas que garantam uma correlação entre rentabilidade e sobrevivência da cooperativa de crédito. Os resultados também sugerem que o porte das cooperativas de crédito desempenha um papel fundamental para sua sobrevivência e longevidade e que seu financiamento e sua gestão de investimentos estão relacionados à sua sobrevivência e ao seu risco de saída do mercado. Em conclusão, os resultados confirmam a ideia inicial de que a dualidade inerente às cooperativas de crédito – princípios cooperativos versus eficiência econômica – poderia influenciar a estabilidade, sobrevivência e longevidade dessas instituições. Tais resultados também podem implicar que uma cooperativa de crédito que adota a lógica de um banco privado ficará mais distante de seus membros, algo que prejudicará suas futuras operações e aumentará a probabilidade de sua saída do mercado.
Citação ABNT:
CARVALHO, F. L.; DIAZ, M. D. M.; BIALOSKORSKI NETO, S.; KALATZIS, A. E. G. Saída e insucesso das cooperativas de crédito no Brasil: uma análise do risco. Revista Contabilidade & Finanças, v. 26, n. 67, p. 70-84, 2015.
Citação APA:
Carvalho, F. L., Diaz, M. D. M., Bialoskorski Neto, S., & Kalatzis, A. E. G. (2015). Saída e insucesso das cooperativas de crédito no Brasil: uma análise do risco. Revista Contabilidade & Finanças, 26(67), 70-84.
DOI:
10.1590/1808-057x201411390
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/35090/saida-e-insucesso-das-cooperativas-de-credito-no-brasil--uma-analise-do-risco/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Albuquerque Junior, J.; Ribeiro, E. P. (2001). Avaliação dos indicadores de predição de insolvência bancária no Brasil para os períodos de 1994/95 e 1997/98: uma análise de robustez. In Anais do 28º Encontro Nacional de Economia (p. 1). Salvador, BA. Recuperado de http://www.anpec.org.br/encontro2001/artigos/200104241.pdf.

Altman, E. I. (1968). Financial ratios, discriminant analysis and the prediction of corporate bankruptcy. The Journal of Finance, 23(4), 589-609.

Alves, K. L. F. (2009). Análise de sobrevivência de bancos privados no Brasil (Dissertação de mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos). Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18140/tde-28102009-103529/.

Baer, W.; Nazmi, N. (2000). Privatization and restructuring of banks in Brazil. The Quarterly Review of Economics and Finance, 40(1), 3-24. doi: 10.1016/s1062-9769(99)00042-3.

Banco Central do Brasil. (2011). Relatório de inclusão financeira (n. 2). Brasília, DF: Banco Central do Brasil. Recuperado de http://www.bcb. gov.br/Nor/relincfin/RIF2011.pdf.

Ban, U.; Mazibas, M. (2009). Bank failure prediction with artificial neural networks: a comparative application to Turkish banking system. Iktisat Isletme Ve Finans, 24(282), 27-53. doi: 10.3848/ iif.2009.282.6047.

Barron, D. N.; West, E.; Hannan, M. T. (1994). A time to grow and a time to die: growth and mortality of credit unions in New York City, 1914-1990. The American Journal of Sociology, 100(2), 381-421.

Barroso, M. F. G.; Bialoskorski Neto, S. (2010). Surplus distribution in San Paulo rural credit cooperatives. Organizações Rurais & Agroindustriais, 12(2), 290-307.

Bauer, K. J.; Miles, L. L.; Nishikawa, T. (2009). The effect of mergers on credit union performance. Journal of Banking and Finance, 33(12), 2267-2274. doi: 10.1016/j.jbankfin.2009.06.004.

Beaver, W. H. (1966). Financial ratios as predictors of failure. Journal of Accounting Research, 4, 71-111.

Bhattacharjee, A.; Higson, C.; Holly, S.; Kattuman, P. (2009). Macroeconomic instability and business exit: determinants of failures and acquisitions of UK firms. Economica, 76(301), 108-131. doi: 10.1111/j.1468-0335.2007.00662.x.

Braga, M. J.; Bressan, V. G. F.; Colosimo, E. A.; Bressan, A. A. (2006). Investigating the solvency of Brazilian credit unions using a proportional hazard model. Annals of Public and Cooperative Economics, 77(1), 83-106. doi: 10.1111/j.1370-4788.2006.00298.x.

Bressan, V. G. F.; Braga, M. J.; Resende Filho, M. A.; Bressan, A. A. (2013). Brazilian credit union member groups: borrower-dominated, saver-dominated or neutral behavior? Brazilian Administration Review, 10(1), 40-56. doi: 10.1590/S1807-76922012005000008.

Bruin, J. (2006). Newtest: command to compute new test. Recuperado de http://www.ats.ucla.edu/stat/stata/ado/analysis/.

Canbas, S.; Cabuk, A.; Kilic, S. B. (2005). Prediction of commercial bank failure via multivariate statistical analysis of financial structures: The Turkish case. European Journal of Operational Research, 166(2), 528546. doi: 10.1016/j.ejor.2004.03.023.

Cleves, M.; Gould, W. W.; Gutierrez, R. G.; Marchenko, Y. (2010). An introduction to survival analysis using Stata, 3. ed. Texas: Stata Press.

Cole, R. A.; Gunther, J. W. (1998). Predicting bank failures: a comparison of on- and off-site monitoring systems. Journal of Financial Services Research, 13(2), 103-117. doi: 10.1023/a:1007954718966.

Davis, K. (2001). Credit union governance and survival of the cooperative form. Journal of Financial Services Research, 19(2/3), 197-210.

Desai, V. S.; Conway, D. G.; Crook, J. N.; Overstreet, G. A. (1997). Credit-scoring models in the credit-union environment using neural networks and genetic algorithms. IMA Journal of Management Mathematics, 8(4), 323-346. doi: 10.1093/imaman/8.4.323.

Dimitras, A. I.; Zanakis, S. H.; Zopounidis, C. (1996). A survey of business failures with an emphasis on prediction methods and industrial applications. European Journal of Operational Research, 90(3), 487-513. doi: 10.1016/0377-2217(95)00070-4.

Esteve-Pérez, S.; Sanchis-Llopis, A.; Sanchis-Llopis, J. A. (2010). A competing risks analysis of firms’ exit. Empirical Economics, 38(2), 281-304.

Ferguson, C.; Mckillop, D. G. (2000). Classifying credit union development in terms of mature, transition and nascent industry types. The Service Industries Journal, 20(4), 103-120.

Ferreira, M. A. M.; Gonçalves, R. M. L.; Braga, M. J (2007). Investigação do desempenho das cooperativas de crédito de Minas Gerais por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA). Economia Aplicada, 11(3), 425-445.

Fine, J. P.; Gray, R. J. (1999). A proportional hazards model for the subdistribution of a competing risk. Journal of the American Statistical Association, 94(446), 496-497.

Fried, H. O.; Knox Lovell, C. A.; Eeckaut, P. V. (1993). Evaluating the performance of US credit unions. Journal of Banking and Finance, 17(2-3), 251-265.

Fuller, D. (1998). Credit union development: financial inclusion and exclusion. Geoforum, 29(2), 145-157. doi: 10.1016/s00167185(98)00009-8.

Gimenes, R. M. T.; Uribe-Opazo, M. A. (2006). Previsão de insolvência de cooperativas agropecuárias por meio de modelos multivariados. Revista FAE, 4(3), 69-78.

Goddard, J.; McKillop, D.; Wilson, J. O. S. (2009). Which credit unions are acquired? Journal of Financial Services Research, 36(2), 231-252. doi: 10.1007/s10693-009-0055-x.

Gutiérrez-Nieto, B.; Serrano-Cinca, C.; Mar Molinero, C. (2009). Social efficiency in microfinance institutions. Journal of the Operational Research Society, 60(1), 104-119. doi: 10.1057/palgrave.jors.2602527.

Gu, Z.; Lee, C.W. J.; Rosett, J. G. (2005). What determines the variability of accounting accruals? Review of Quantitative Finance and Accounting, 24(3), 313-334.

Janot, M. (2001). Modelos de previsão de insolvência bancária no Brasil (Working Papers Series). Brasília, DF: Banco Central do Brasil.

Kaplan, E. L.; Meier, P. (1958). Nonparametric estimation from incomplete observations. Journal of the American Statistical Association, 53(282), 457-481.

Libby, R. (1975). Accounting ratios and prediction of failure: some behavioral evidence. Journal of Accounting Research, 13(1), 150-161.

Liu, J. (2009). Business failures and macroeconomics factors in the UK. Bulletin of Economic Research, 61(1), 47-72. doi: 10.1111/j.14678586.2008.00294.x.

Matias, A. B. (1999). Insucesso de grandes bancos privados brasileiros (Tese de Livre-Docência, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto). Recuperado de http://www.cepefin.org.br/publicados_pdf/tese_livre_docencia.pdf/.

McKillop, D.; Wilson, J. O. S. (2011). Credit unions: a theoretical and empirical overview. Financial Markets, Institutions and Instruments, 20(3), 79-123.

Ralston, D.; Wright, A.; Garden, K. (2001). Can mergers ensure the survival of credit unions in the third millennium? Journal of Banking and Finance, 25(12), 2277-2304. doi: 10.1016/s0378-4266(01)00193-5.

Soares, M. M.; Melo Sobrinho, A. D. (2008). O papel do Banco Central do Brasil e a importância do cooperativismo de crédito. 2. ed. Brasília, DF: Banco Central do Brasil.

Souza, U. R.; Braga, M.; Ferreira, M, A. M. (2011). Fatores associados à eficiência técnica e de escala das cooperativas agropecuárias paranaenses. Revista de Economia e Sociologia Rural, 49(3), 573-597.

Spencer, J. E. (1996). An extension to Taylor’s model of credit union. Review of Social Economy, 54(1), 89-98.

Taylor, R. A. (1979). Demand for labour by credit unions. Applied Economics, v. 11, p. 333-340.

Trindade, M. T.; Ferreira Filho, F. A.; Bialoskorski Neto, S. (2010). Brazilian credit co-operatives and financial banks: a ten-year performance comparison. Journal of Co-Operative Studies, v. 43, p. 14-22.

Westley, G. D.; Shaffer, S. (1999). Credit union policies and performance in Latin America. Journal of Banking & Finance, 23(9), 1303-1329. doi: 10.1016/s0378-4266(99)00006-0.

World Council of Credit Unions. (2014). Statistical report. Madison, WI: WOCCU, 2013. Recuperado de http://www.woccu.org/publications/statreport.