Impactos da Eliminação da Consolidação Proporcional nas Demonstrações Contábeis da Itaúsa Other Languages

ID:
49313
Abstract:
O objetivo deste trabalho é avaliar os impactos da eliminação do método de consolidação proporcional (CP) para reconhecimento dos investimentos em joint ventures, com a adoção do Pronunciamento Técnico CPC 19 (R2) nos valores reportados pela Itaúsa – Investimentos Itaú S.A., bem como identificar quais ajustes contábeis são necessários para explicar as diferenças nos valores reportados. Até 31 de dezembro de 2012, eram permitidos dois métodos para reconhecimento desses investimentos: CP e equivalência patrimonial (MEP). A adoção do CPC 19 (R2), a partir de 1º de janeiro de 2013, trouxe importantes alterações e a eliminação da CP foi a mais polêmica. São muitos os usuários e pesquisadores que defendem esse método, sustentando que ele produz informações mais relevantes. Os efeitos dessa alteração, com impactos relevantes nos valores reportados pela investidora, foram bastante evidentes no Brasil, pois quase a totalidade das empresas utilizava a CP. Escolheu-se o caso da Itaúsa e, consequentemente, do Itaú Unibanco Holding, por ser esse o maior grupo privado do Brasil e representar um investimento relevante para sua investidora. As análises indicaram que o valor do ativo reportado pela Itaúsa usando a CP foi 832% maior do que o valor obtido pelo MEP. Para as dívidas e as receitas, esse percentual foi ainda muito maior: 5.096% e 17.771%, respectivamente. Tal impacto afeta indicadores financeiros, rankings setoriais e demais análises financeiras. Por exemplo, o indicador de endividamento passou de 91% para 16%, quando da alteração para o MEP. As análises também identificaram um conjunto de ajustes contábeis que explicam as diferenças nos valores reportados pela Itaúsa, e esses ajustes vão além do simples reconhecimento dos valores proporcionais das joint ventures, incluindo goodwill, resultados não realizados, entre outros. Acredita-se que a principal contribuição deste trabalho é permitir um melhor entendimento sobre a relevância do CP C19 (R2) para o mercado brasileiro, bem como suas consequências para o maior grupo privado brasileiro.
ABNT Citation:
SARQUIS, R. W.; SANTOS, A. D. Impactos da Eliminação da Consolidação Proporcional nas Demonstrações Contábeis da Itaúsa. Revista Contabilidade & Finanças, v. 29, n. 77, p. 213-228, 2018.
APA Citation:
Sarquis, R. W., & Santos, A. D. (2018). Impactos da Eliminação da Consolidação Proporcional nas Demonstrações Contábeis da Itaúsa. Revista Contabilidade & Finanças, 29(77), 213-228.
DOI:
10.1590/1808-057x201804470
Permalink:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/49313/impactos-da-eliminacao-da-consolidacao-proporcional-nas-demonstracoes-contabeis-da-itausa/i/en
Document type:
Artigo
Language:
Português
References:
Bauman, M. P. (2007). Proportionate consolidation versus the equity method: additional evidence on the association with bond ratings. International Review of Financial Analysis, 16(5), 496-507.

Betancourt, L.; Baril, C. P. (2013). Accounting for joint ventures moves closer to convergence. The CPA Journal, 83(2), 26-31.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis. (2009). Pronunciamento técnico CPC 19 - Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture).

Comitê de Pronunciamentos Contábeis. (2012). Pronunciamento técnico CPC 19 (R2) - Negócios em conjunto. http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/274_CPC_19_%20R2_rev%2003.pdf.

Ernst & Young. (2011). Challenges in adopting and applying IFRS 11. http://www.ey.com/Publication/vwLUAssets/Applying_IFRS_11/$FILE/Applying_IFRS_11.pdf.

Furuta, F. (2005). Estudo da consolidação proporcional nas empresas que atuam no mercado brasileiro. (Dissertação de Mestrado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo). http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-05102006-174105/pt-br.php.

Graham, R. C.; King, R. D.; Morrill, C. K. (2003). Decision usefulness of alternative joint venture reporting methods. Accounting Horizons, 17(2), 123-137.

International Accounting Standards Board. (2007). Basis for Conclusion on Exposure Draft 09 Joint Arrangements. http://www.hkicpa.org.hk/file/media/section6_standards/standards/FinancialReporting/edpdf-2007/ED-ED9-IASB-bc.pdf

International Accounting Standards Board. (2007). IASB proposes improvements to the accounting for joint arrangements. http://www.ifrs.org/News/Press-Releases/Documents/ED9JointArrangements.pdf.

International Financial Reporting Standards Foundation. (2011). Effect analysis: IFRS 11 joint arrangements and disclosures for joint arrangements included in IFRS 12 disclosure of interests in other entities. http://www.ifrs.org/Alerts/ProjectUpdate/Documents/IFRS11_Eff ectanalysis.pdf.

Jifri, K. A.; Citron, D. (2009). The value-relevance of financial statement recognition versus note disclosure: evidence from goodwill accounting. European Accounting Review, 18(1), 123-140.

Leitner-Hanetseder, S.; Stockinger, M. (2014). How does the elimination of the proportionate consolidation method for joint venture investments influence European companies? ACRN Journal of Finance and Risk Perspectives, 3(1), 1-18.

Lourenço, I. C.; Curto, J. D. (2010). Determinants of the accounting choice between alternative reporting methods for interests in jointly controlled entities. European Accounting Review, 19(4), 739-773.

Major, M. J. (2017). O positivismo e a pesquisa “alternativa” em contabilidade. Revista Contabilidade & Finanças, 28(74), 173-178.

Martins, E.; Gelbcke, E. R.; Santos, A.; Iudícibus, S. (2013). Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades. (2a. ed.). São Paulo, SP: Atlas.

Martins, G. A.; Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. (2a. ed.). São Paulo, SP: Atlas.

Milburn, J. A.; Chant, P. D. (1999). Reporting interests in joint ventures and similar arrangements. Norwalk, CT: Financial Accounting Standards Board.

Reklau, D. L. (1977). Accounting for investments in joint ventures - a reexamination. The Journal of Accountancy, 144(3), 96-103.

Richardson, A. W.; Roubi, R. R.; Soonawalla, K. (2012). Decline in financial reporting for joint ventures? Canadian evidence on removal of financial reporting choice. European Accounting Review, 21(2), 373-393.

Saccon, C.; Dima, S. M. (2015). Financial reporting for joint ventures and capital markets reactions. International Journal of Economics and Business Research, 9(2), 158-169.

Santos, J. A. F. C. (2011). Tratamento contabilístico dos interesses em entidades conjuntamente controladas nos sectores da construção e do real estate. (Dissertação de Mestrado, ISCTE Business School, Portugal). https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/4882/1/Dissertacao_Mestrado_Jose_Santos_Dez2011.pdf.

Sarquis, R. W. (2015). Eliminação do método de consolidação proporcional para reconhecimento dos investimentos em joint ventures: quais os impactos para as empresas do mercado brasileiro? (Dissertação de Mestrado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo). http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-26032015-161923/en.php.

Soonawalla, K. (2006). Accounting for joint ventures and associates in Canada, UK, and US: do US rules hide information? Journal of Business Finance & Accounting, 33(34), 395-417.

Souza, J. A.; Tavares, M. F. N.; Anjos, L. C. M.; Lopes, C. C. V. M. (2015). Uma análise da extinção da consolidação proporcional em investimentos joint ventures a partir da perspectiva das empresas que contribuíram junto ao IASB. Revista de Contabilidade da UFBA, 9(3), 18-34.

Stoltzfus, R. L.; Epps, R. W. (2005). An empirical study of the value-relevance of using proportionate consolidation accounting for investments in joint ventures. Accounting Forum, 29(2), 169-190.