Limites Superior e Inferior para Anuidades e Seguros de Vida a partir de Dados Incompletos sobre Mortalidade

ID:
53078
Resumo:
O objetivo deste estudo foi estabelecer limites superior e inferior para o valor presente esperado de anuidades vitalícias e seguros de vida inteira a partir de dados incompletos sobre mortalidade, generalizando resultados anteriores sobre expectativa de vida. Desde seu surgimento, no século XVII, a ciência atuarial se dedica ao estudo de anuidades e seguros. Assim, estabelecer intervalos que propiciam uma ideia inicial sobre o custo desses produtos a partir de dados incompletos sobre mortalidade representa uma contribuição teórica para a área e isso pode ter importantes aplicações em mercados sem registros históricos ou com pouca confiabilidade dos dados sobre mortalidade, bem como em mercados novos ainda pouco explorados. Foram construídos, para o caso contínuo e o discreto, limites superior e inferior para o valor presente esperado de anuidades vitalícias e seguros de vida inteira, contratados por uma pessoa de idade x, a partir de informação sobre o valor presente esperado desses respectivos produtos financeiros subscritos por uma pessoa de idade x + n e a probabilidade de um indivíduo de idade x alcançar com vida a idade x + n. Por meio dos limites de uma anuidade contínua, em um ambiente em que a taxa instantânea de juros é igual a zero, os resultados apresentados também estabelecem limites para a expectativa completa de vida, o que implica que a contribuição desta pesquisa generaliza resultados anteriores da literatura. Constatouse, ainda, que, tanto para anuidades quanto para seguros, o tamanho dos intervalos construídos cresce com aumentos do tamanho da lacuna de dados e diminui à medida que a curva de sobrevivência se torna mais retangular. Ilustrativamente, limites para a expectativa de vida aos 40 anos e aos 60 anos, para os 10 municípios com maior expectativa de vida ao nascer no Brasil no ano de 2010, foram construídos a partir de dados disponíveis no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
Citação ABNT:
SOUZA, F. C.Limites Superior e Inferior para Anuidades e Seguros de Vida a partir de Dados Incompletos sobre Mortalidade. Revista Contabilidade & Finanças, v. 30, n. 80, p. 282-291, 2019.
Citação APA:
Souza, F. C.(2019). Limites Superior e Inferior para Anuidades e Seguros de Vida a partir de Dados Incompletos sobre Mortalidade. Revista Contabilidade & Finanças, 30(80), 282-291.
DOI:
10.1590/1808-057x201807320
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/53078/limites-superior-e-inferior-para-anuidades-e-seguros-de-vida-a-partir-de-dados-incompletos-sobre-mortalidade/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Baili, P.; Micheli, A.; Montanari, A.; Capocaccia, R. (2005). Comparison of four methods for estimating complete life tables from abridged life tables using mortality data supplied to EUROCARE-3. Mathematical Population Studies, 12, 183-198.

Bowers, N. L.; Gerber, H. U.; Hickman, J. C.; Jones, D. A.; Nesbitt, C. J. (1997). Actuarial mathematics. 2 ed. Schaumburg, IL: Society of Actuaries.

Cohen, J. E. (2011). Life expectancy: lower and upper bounds from surviving fractions and remaining life expectancy. Demographic Research, 24, 251-256.

Cohen, J. E. (2015). Markov’s inequality and Chebyshev’s inequality for tail probabilities: a sharper image. The American Statistician, 69(1), 5-7.

Dickson, D. C.; Hardy, M. R.; Waters, H. R. (2013). Actuarial mathematics for life contingences risks. 2 ed. Cambridge: Cambridge University Press.

Faro, C. (2006). Fundamentos da matemática financeira: uma introdução ao cálculo financeiro e à análise de investimento de risco. São Paulo: Saraiva.

Haberman, S.; Sibbett, T. A. (1995). The history of actuarial science. In S. Haberman & T. A. Sibbett (Ed.), History of actuarial science. p. xix-lxxxiii. London: William Pickering.

Hald, A. (1990). A history of probability and statistics and their applications before 1750. New York: John Wiley & Sons.

Ibrahim, R. I. (2008). Expanding an abridged life table using the Heligman-Pollard model. Matematika, 24(1), 1-10.

Mathers, C. D.; Stevens, G. A.; Boerma, T.; White, R. A.; Tobias, M. I. (2015). Causes of international increases in older age life expectancy. Lancet, 385, 540-548.

Mayhew, L.; Smith, D. (2015). On the decomposition of life expectancy and limits to life. Population Studies, 69(1), 73-89.

Pitacco, E.; Denuit, M.; Haberman, S.; Olivieri, A. (2009). Modelling longevity dynamics for pension and annuity business. Oxford: Oxford University Press.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano. (2013). Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (homepage). http://www.atlasbrasil.org. br/2013/

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano. (2013). O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Brasileiro. Brasília, DF: PNDU/IPEA/FJD. (Série Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013).

Rabbi, A. M. F. (2013). Lower and upper bounds of life expectancies and total expected longevity of a developing country. South East Asia Journal of Public Health, 3(2), 52-57.

Souza, F. C. (2018). A heterogeneidade da mortalidade da população brasileira e aspectos distributivos na previdência social: uma análise atuarial da proposta de idade mínima de aposentadoria. Administração Pública e Gestão Social, 10(1), 2-11.

Wilmoth, J. T.; Horiuchi, S. (1999). Rectangularization revisited: variability of age at death within human population. Demography, 36(4), 475-495.