Influência dos traços de personalidade narcisista dos CEOs no endividamento das empresas da B3 Outros Idiomas

ID:
75633
Resumo:
O objetivo deste artigo é investigar a influência dos traços de personalidade narcisista dos CEOs no endividamento das empresas brasileiras não financeiras listadas na B3. Pesquisas sobre os traços narcisistas têm como temática principal o impacto na rentabilidade das organizações. Desse modo, este trabalho visa preencher a lacuna da compreensão das implicações dos traços narcisistas dos CEOs nas decisões de endividamento das empresas e dos seus determinantes ao inserir uma característica psicológica. Esta pesquisa se torna relevante pois ajuda acadêmicos, profissionais de negócios e formuladores de políticas a identificarem padrões e tendências que possam alertar para possíveis crises financeiras. O impacto causado por este artigo está relacionado às evidências acerca dos efeitos que a contratação de CEOs narcisistas ocasionam no endividamento, pois compreender a interação entre o perfil do CEO e as escolhas financeiras da empresa pode fornecer orientações práticas para a gestão de riscos e tomadas de decisão informadas, contribuindo assim para o campo da estratégia empresarial e finanças corporativas. Foi utilizada uma amostra de 299 empresas não financeiras, analisadas de 2011 a 2020, com dados da base da Economatica, Relatórios Anuais, Relatos Integrados, Relatórios de Sustentabilidade e Relatórios da Administração. Para mensurar os traços de personalidade narcisista utilizou-se duas proxies, baseadas na assinatura e na proeminência da fotografia do CEO. O endividamento foi medido pelos indicadores: endividamento oneroso, total, de curto e longo prazo. Os resultados apontam que quanto maior os traços narcisistas dos CEOs maior será o endividamento das organizações, contribuindo para compreensão aprofundada dos fatores que influenciam as decisões financeiras das empresas, uma vez que identificar os fatores que levam a decisões arriscadas de endividamento pode permitir a implementação de medidas preventivas e estratégias de gestão de risco mais eficazes.
Citação ABNT:
OLIVEIRA1, A. P. S.; GARCIA, I. A. S. Influência dos traços de personalidade narcisista dos CEOs no endividamento das empresas da B3 . Revista Contabilidade & Finanças, v. 35, n. 94, p. 1-15, 2024.
Citação APA:
Oliveira1, A. P. S., & Garcia, I. A. S. (2024). Influência dos traços de personalidade narcisista dos CEOs no endividamento das empresas da B3 . Revista Contabilidade & Finanças, 35(94), 1-15.
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x20231834.en
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/75633/influencia-dos-tracos-de-personalidade-narcisista-dos-ceos-no-endividamento-das-empresas-da-b3-/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Abatecola, G., & Cristofaro, M. (2020). Hambrick and Mason’s “Upper Echelons Theory”: evolution and open avenues. Journal of Management History, 16(1), 116-136. https://doi. org/10.1108/JMH-02-2018-0016

Ahn, J. S., Assaf, A. G., Josiassen, A., Baker, M. A., Lee, S., Kock, F., & Tsionas, M. G. (2019). Narcissistic CEOs and corporate social responsibility: Does the role of an outside board of directors matter? International Journal of Hospitality Management, 85. https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2019.102350

Al-Shammari, M., Rasheed, A., & Al-Shammari, H. A. (2019). CEO narcissism and corporate social responsibility: Does CEO narcissism affect CSR focus? Journal of Business Research, 104, 106-117. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.07.005

Araújo, V. C., Góis, A. D., De Luca, M. M. M., & Lima, G. A. S. F. (2021). Narcisismo do CEO e o tax avoidance corporativo. Revista Contabilidade & Finanças, 32(85), 80-94. https://doi.org/10.1590/1808-057x202009800

Armani, B. D., Antunes, B. R. S., Reina, D. R. M., Silva, W. A. M., & Reina, D. (2019). Os Traços de Personalidade do Dark Triad dos Acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis na Qualidade das Notas Explicativas. GESTÃO.Org – Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, 17(1), 88-101. https://doi.org/10.21714/1679-18272017v15n2.p576-588

Avelar, E. A., Souza, A. A., Amaral, H. F., Orefici, J. B. P., &Cailleau, R. (2020). Determinants of Leverage and Regulation: An Analysis in Dental Health Plan Operators. Revista de Administração da UFSM, 13(4), 808-828. https://doi. org/10.5902/1983465940116

Avelar, E. A., Souza, A. A., Amaral, H. F., & Reyes, S. T. (2019). Endividamento de Operadoras de Planos de Saúde da Modalidade Autogestão e Regulação da Saúde Suplementar. REAd. Revista Eletrônica de Administração, 25(3), 124-152. https://doi.org/10.1590/1413-2311.271.96907

Avelino, B. C., & Lima, G. A. S. F. (2017). Narcisismo e desonestidade acadêmica. Revista Universo Contábil, 13(3), 70-89. https://www.redalyc.org/pdf/1170/117054197005.pdf

Bailey, C. D. (2019). The joint effects of narcissism and psychopathy on accounting students’ attitudes towards unethical professional practices. Journal of Accounting Education, 49. https://doi.org/10.1016/j.jaccedu.2019.08.001

Bassyouny, H., Abdelfattah, T., & Tao, L. (2020). Beyond narrative disclosure tone: The upper echelons theory perspective. International Review of Financial Analysis, 70. https://doi. org/10.1016/j.irfa.2020.101499

Braun, S. (2017). Leader narcissism and outcomes in organizations: a review at multiple levels of analysis and implications for future research. Frontiers in Psychology, 8(773), 1-22. https://doi.org/10.3389%2Ffpsyg.2017.00773

Campbell, W. C., Hoffman, B. J., Campbell, S. M., & Marchisio, G. (2011). Narcissism in organizational contexts. Human Resource Management Review, 21(4), 268-284. https://doi. org/10.1016/j.hrmr.2010.10.007

Cavalcanti, J. M. M., Paz, R. A. L., Ferreira, B. P., Amaral, H. F., & Mól, A. L. R. (2018). Relevância das Características dos CEO na Estrutura de Capital de Empresas Listadas no IBrX-100 da BM&FBOVESPA. Revista Pretexto, 19(1), 25-42. https://doi. org/10.21714/pretexto.v19i1.3638

Chatterjee, A., & Hambrick, D. C. (2007). It’s all about me: narcissistic Chief Executive Officers and their effects on company strategy and performance. Administrative Science Quarterly, 52(3), 351-386. https://doi.org/10.2189/asqu.52.3.351

Cragun, O. R., Olsen, K. J., & Wright, P. M. (2019). Making CEO Narcissism Research Great: A Review and Meta-Analysis of CEO Narcissism. Journal of Management, 46(6). https://doi.org/10.1177/0149206319892678

Do, T. K. (2020). Financial statement comparability and corporat debt maturity. Finance Research Letters, 40. https://doi.org/10.1016/j.frl.2020.101693

D’Souza, M. F., Aragão, I. R. B. N., & De Luca, M. M. M. (2018). Análise da Ocorrência de Maquiavelismo e Narcisismo no Discurso nos Relatórios Administrativos de Empresas Envolvidas em Escândalos Financeiros. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 12(3), 402-420. https://doi. org/10.17524/repec.v12i3.1899

D’Souza, M. F., & Lima, G. A. S. F. (2021). Narcissism, risk and uncertainties: analysis in the light of prospect and fuzzy-trace theories. RAUSP Management Jounal, 56(1), 129-147. https:// doi.org/10.1108/RAUSP-10-2019-0226

D’Souza, M. F., Oliveira, M. L. S., Almeida, J. S. C., & Natividade, D. S. (2019). Eu Posso, Você Pode, Eu Posso Mais: Narcisismo e Poder. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 13(2), 162-179. https://doi.org/10.17524/repec.v13i2.2103

Garcia, I. A. S. (2021). Performance financeira das firmas lideradas por CEOs narcisistas: Um antes e depois da cadeira do poder (Tese de doutorado em Ciências Contábeis). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/22529

Gitman, L. J. (2002). Princípios de administração financeira. Harbra.

Góis, A. D. (2017). The dark tetrad of personality and the accounting information quality: The moderating effect of corporate reputation (Tese de Doutorado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade). Universidade de São Paulo, São Paulo. https://doi.org/10.11606/T.12.2018.

Guedes, M. J. C. (2017). Mirror, mirror on the wall, am I the greatest performer of all? Narcissism and self-reported and objective performance. Personality and Individual Differences, 108, 182-185. https://doi.org/10.1016/j.paid.2016.12.030

Hambrick, D. C. (2007). Upper echelons theory: an update. Academy of Management Review, 32(2), 334-343. https://www.jstor.org/stable/20159303

Hambrick, D. C., & Mason, P. A. (1984). Upper echelons: The organization as a reflection of its top managers. Academy of Management Review, 9(2), 193-206. https://doi. org/10.2307/258434

Ham, C., Lang, M., Seybert, N., & Wang, S. (2017). CFO Narcissism and Financial Reporting Quality. Journal of Accounting Research, 55(5), 1089-1135. https://papers.ssrn. com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2581157

Ham, C., Seybert, N., & Wang, S. (2018). Narcissism is a bad sign: CEO signature size, investment, and performance. Review of Accounting Studies, 23(1), 234-264. https://doi.org/10.1007/ s11142-017-9427-x

Harris, M., & Raviv, A. (1991). The theory of capital structure. The Journal of Finance, 46(1), 297-355. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1991.tb03753.x

Kim, B., Lee, S., & Kang, K. H. (2018). The moderating role of CEO narcissism on the relationship between uncertainty CEO effects in three countries. Strategic Management Journal 28(8), 767-789. https://doi.org/10.1002/smj.610

Lima, G. A. S. F., Avelino, B. C., & Cunha, J. V. A. (2017). Narcissism: Are Accounting Students Using their PersonalityTraits to Perform Better? Revista de Contabilidade e Organizações, 11(31), 59-74. https://doi.org/10.11606/rco. v11i31.137775

Li, M., & Jones, C. D. (2019). The effects of TMT faultlines and CEO-TMT power disparity on competitive behavior and firm performance. Group & Organization Management, 44(5), 874-914. http://dx.doi.org/10.1177/1059601118813790

Lin, F., Lin, S.-W., & Fang, W.-C. (2019). How CEO narcissism affects earnings management behaviors. The North American Journal of Economics and Finance, 51. https://doi. org/10.1016/j.najef.2019.101080

Liu, Y., Li, Y., Hao, X., & Zhang, Y. (2019). Narcissism and Learning from Entrepreneurial Failure. Jornal of Business Venturing, 34(3), 496-512. https://doi.org/10.1016/j. jbusvent.2019.01.003

Lopes, I. F., Kaveski, I. D. S., Beuren, I. M., & Theiss, V. (2019). Relação entre a Remuneração dos Executivos e a Estrutura de Endividamento de Empresas Listadas na [B]³ – Brasil, Bolsa, Balcão. Gestão & Regionalidade, 35(106), 177-196. https://doi. org/10.13037/gr.vol35n106.5342

Lubit, R. (2002). O impacto dos gestores narcisistas nas organizações. Revista de Administração de Empresas, 42(3), 66-77. https://doi.org/10.1590/S0034-75902002000300007

Machado, M. A. V., Medeiros, O. R., & Eid Junior, W. (2010). Problemas na mensuração da estrutura de capital: evidências empíricas no Brasil. Brazilian Business Review, 7(1), 24-47. https://doi.org/10.15728/bbr.2010.7.1.2

Marion, J. C. (2008). Análise das Demonstrações Contábeis: contabilidade empresarial. Atlas.

Mogha, V., & Williams, B. (2020). Culture and capital structure: What else to the puzzle? International Review of Financial Analysis, 73. https://doi.org/10.1016/j.irfa.2020.101614

Moura, F. V. (2020). Decisões sobre o Prazo de Endividamento de Empresas Brasileiras de Capital Aberto – Um Modelo Ajustado com Base em Teorias de Imperfeições do Mercado e Ambiente Macroeconômico (2000-2011). Revista Organizações em Contexto, 16(31), 267-288. https://doi. org/10.15603/1982-8756/roc.v16n31p267-288

Myers, S. C. (1984). The capital structure puzzle. Journal of Finance, 39(3), 575-592. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1984.tb03646.x

Nevicka, B., De Hoogh, A. H. B., Van Vianen, A. E. M., Beersma, B., & McIlwain, D. (2011). All I need is a stage to shine: Narcissists’ leader emergence and performance. The Leadership Quarterly, 22(5), 910-925. https://doi. org/10.1016/j.leaqua.2011.07.011

Neyland, J. (2019). Love or money: The effect of CEO divorce on firm risk and compensation. Journal of Corporate Finance, 60. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2019.101507

O’Reilly, C. A., Doerr, B., Caldwell, D. F., & Chatman, J. A.(2014). Narcissistic CEOs and executive compensation. The Leadership Quarterly, 25(2), 218-231. https://doi. org/10.1016/j.leaqua.2013.08.002org/10.2307/2328319

O’Reilly, C. A., Doerr, B., & Chatman, J. A. (2018). “See You in Court”: How CEO narcissism increases firms’ vulnerability to lawsuits. The Leadership Quarterly, 29(3),365-378. https://doiorg/10.1016/j.leaqua.2017.08.001

Orlova, S., Harper, J. T., & Sun, L. (2020). Determinants of Capita Structure Complexity. Journal of Economics and Business, 110 https://doi.org/10.1016/j.jeconbus.2020.105905

Pacheco, J., Schmitt, M., Bortoluzzi, D. A., & Lunkes, R. J. (2019). Características dos Executivos do Alto Escalão e a Influência no Desempenho: Um Estudo em Empresas Listadas na Bolsa Brasileira. BASE – Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, 16(1), 59-83. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=337260223004

Patel, P. C., Cooper, D. (2014). The harder they fall, the faster they rise: Approach and avoidance focus in narcissistic CEOs. Strategic Management Journal, 35, 1528-1540. https://doi.org/10.1002/smj.2162

Plöckinger, M., Aschauer, E., Hiebl, M. R. W., & Rohatschek, R. (2016). The influence of individual executives on corporate financial reporting: A review and outlook from the perspective of upper echelons theory. Journal of Accounting Literature 37corporate financial reporting: A review and outlook from the perspective of upper echelons theory. Journal of Accounting Literature 37, 55-75. https://doi.org/10.1016/j.acclit.2016.09.002

Raskin, R., & Terry, H. (1988). A Principal-Components analysis of the Narcissistic Personality Inventory (NPI) and further evidence of its construct validity. Journal of Personality and Social Psychology 54,(5), 890-902. https://doi.org/10.1037//0022-3514.54.5.890

Rijsenbilt, A., & Commandeur, H. (2013). Narcissus Enters the Courtroom: CEO Narcissism and Fraud. Journal of Business Ethics, 117(2), 413-429. https://doi.org/10.1007/s10551-012-1528-7

Sankowsky, D. (1995). The charismatic leader as narcissist: Understanding the abuse of power. Organizational Dynamics, 23(4), 57-71. Recuperado de https://psycnet.apa.org/doi/10.1016/0090-2616(95)90017-9

Ting, I. W. K., Azizan, N. A. B., & Kweh, Q. L. (2015). Upper Echelon Theory Revisited: The Relationship between CEO Personal Characteristics and Financial Leverage Decision. Procedia – Social and Behavioral Sciences, 195, 686-694. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.06.276

Titman, S., & Wessels, R. (1988). The determinants of capital structure choice. Journal of Finance, 43(1), 1-19. https://doi.org/10.2307/2328319

Tristão, P., & Sonza, I. (2019). A Estrutura de Capital no Brasil é Estável? Revista de Administração Mackenzie, 20(4), 1-30.

Tristão, P., & Sonza, I. (2019). A Estrutura de Capital no Brasil é Estável? Revista de Administração Mackenzie, 20(4), 1-30. https://doi.org/10.1590/1678-6971/eRAMF190154

Vries, M. F. R. K., Miller, D., Betiol, M. I. S., & Girard, O. (1990). Narcisismo e liderança: uma perspectiva de relações de objetos. Revista de Administração de Empresas, 30(3), 5-16. https://doi.org/10.1590/S0034-75901990000300002

Welch, I. (2006). Common Flaws in Empirical Capital Structure Research. Recuperado de https://www.semanticscholar.org/paper/Common-Flaws-in-Empirical-Capital-Structure-Welch/c9ec1eeda0ce01e800d2e64dcdaf489d61d066a4

Zhang, H., Ou, A. Y., Tsui, A. S., & Wang, H. (2017). CEO humility, narcissism and firm innovation: A paradox perspective on CEO traits. The Leadership Quarterly, 28(5), 585-604. https://doi.org/10.1016/j.leaqua.2017.01.003

Zweigenhaft, R. L. (1977). The empirical study of signature size.Social Behavior and Personality: An International Journal, 5(1), 177-186. https://psycnet.apa.org/doi/10.2224/sbp.1977.5.1.177