ID: 1359
Autoria:
José Roberto Gomes da Silva.
Fonte:
REAd. Revista Eletrônica de Administração, v. 14, n. 1, p. 1-26, Janeiro-Abril, 2008. 26 página(s).
Palavras-chave:
auto-emprego , autônomos , espaço , relações de trabalho , tempo
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Nos últimos anos, tem crescido a discussão sobre alternativas de
substituição ao tradicional modelo de carreira como empregado
formal em organizações, em tempo integral. Neste contexto, a
condição de autônomo, ou o auto-emprego, tem despertado
especial atenção, considerando-se o aumento do número de
profissionais que aderem voluntariamente a esta forma de atuação,
ou que para ela são levados a migrar, face às políticas de
terceirizações e de formação de parcerias que se operam nas empresas,
entre outras razões. A literatura sobre o tema permanece,
entretanto, mais centrada na descrição das características deste
tipo de condição, com pouco foco nas implicações para os
indivíduos, em termos de como se percebem no novo contexto. Este
artigo busca contribuir para eliminar tal lacuna, analisando como
pessoas com alto nível de qualificação que migraram para o auto-emprego
lidam com as dimensões de tempo e espaço. As análises sobre
estas duas dimensões baseiam-se, respectivamente nos quadros
conceituais propostos por Lewis e Weigert (1981) e Lefebvre
(1991), bem como em outros autores que buscaram inspiração
nestas mesmas referências. Realizaram-se entrevistas com
indivíduos, em diferentes faixas etárias, que migraram da
situação de empregados formais em empresas para a condição de
auto-emprego e que nela têm permanecido por períodos distintos.
Os resultados sugerem que a situação de autoempregados leva os
indivíduos a reverem os conceitos e valores que definem sua noção de
temporalidade e suas representações de espaço, além da forma como
percebem o seu espaço incorporado e entendem a dinâmica dos
espaços da família, das empresas e da vida em sociedade.