Aderência ao Programa de Integridade da Lei Anticorrupção Brasileira e Implantação de Controles Internos

ID:
53072
Resumo:
Este estudo investiga o grau de aderência das empresas brasileiras de capital aberto aos critérios do programa de integridade estabelecido na lei anticorrupção e, ademais, avalia a relação entre esse programa e a implantação de controles internos. Diante dos escândalos contábeis e fraudes corporativas reportados em diversos países, incluindo o Brasil, aprovou-se a Lei n. 12.846, de 1 de agosto de 2013, conhecida como lei anticorrupção, e o Decreto n. 8.420, de 18 de março de 2015, que regulamentou essa lei e definiu critérios para o funcionamento de programas de integridade. Considerando que os programas de integridade podem afetar os controles internos, é relevante compreender a aderência das empresas aos parâmetros neles estabelecidos, bem como identificar controles internos deles decorrentes. Os resultados do estudo apontam que as empresas de capital aberto têm substancial grau de aderência aos parâmetros do programa de integridade. Ademais, constataram-se novos controles internos como, por exemplo, o surgimento da função compliance officer. Um questionário foi enviado para empresas de capital aberto associadas à Associação Brasileira de Companhias Abertas (ABRASCA). A amostra final foi composta por 32 empresas. A lógica paraconsistente foi aplicada para análise dos dados. Evidências obtidas na pesquisa indicam que, no Brasil, as pessoas jurídicas, especificamente as empresas de capital aberto, mostram-se aderentes à lei anticorrupção e que maiores níveis na adesão aos programas de integridade relacionam-se a maiores níveis de implantação de controles internos.
Citação ABNT:
CASTRO, P. R.; AMARAL, J. V.; GUERREIRO, R. Aderência ao Programa de Integridade da Lei Anticorrupção Brasileira e Implantação de Controles Internos. Revista Contabilidade & Finanças, v. 30, n. 80, p. 186-201, 2019.
Citação APA:
Castro, P. R., Amaral, J. V., & Guerreiro, R. (2019). Aderência ao Programa de Integridade da Lei Anticorrupção Brasileira e Implantação de Controles Internos. Revista Contabilidade & Finanças, 30(80), 186-201.
DOI:
10.1590/1808-057x201806780
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/53072/aderencia-ao-programa-de-integridade-da-lei-anticorrupcao-brasileira-e-implantacao-de-controles-internos/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Araújo, M.; Sanchez, O. A. (2005). A corrupção e os controles internos do Estado. Lua Nova Revista de Cultura de Política, 65, 137-173.

Arruñada, B. (2004). Audit failure and the crisis of auditing. European Business Organization Law Review, 5(4), 635-643.

Association of Certified Fraud Examiners. (2016). Report to the nations on occupational fraud and abuse (2016 Global Fraud Study). http://www.acfe.com/rttn2016.aspx.

Baioco, V. G.; Almeida, J. E. F. (2017). Efeitos do comitê de auditoria e do conselho fiscal na qualidade da informação contábil no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 28(74), 229-248.

Bierstaker, J. L.; Brody, R. G.; Pacini, C. (2006). Accountants’ perceptions regarding fraud detection and prevention methods. Managerial Auditing Journal, 21(5), 520-535.

Bittencourt, S. (2014). Comentários à lei anticorrupção: Lei 12.846/2013. São Paulo, SP: Editora Revista dos Tribunais.

Blanqué, P. (2002). Crisis and fraud. Journal of Financial Regulation and Compliance, 11(1), 60-70.

Blount, J.; Rosenberg, M. (2015). Exclusive: US graft probes may cost Petrobras record $1.6 billion or more. Reuters. http://www.reuters.com/article/us-brazil-petrobras-corruption/exclusive-u-s-graft-probesmay-cost-petrobras-record-1-6-billion-or-more-sourceidUSKCN0QN0BB20150818.

Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo. (2017). Classificação setorial. http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/rendavariavel/acoes/classificacao-setorial/.

Carvalho, F. R. (2002). Lógica paraconsistente aplicada em tomadas de decisão. São Paulo, SP: Aleph.

Carvalho, M.; Ferreira, F. (2014). Alstom pagou R$ 32 mi em suborno, diz ex-executivo. Folha de S. Paulo. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1427548-alstom-pagou-r-32-mi-em-subornodiz-ex-executivo.shtml.

Conselho Administrativo de Defesa Econômica. (2016). Guia para Programas de Compliance. Brasília, DF: Gabinete da Presidência do Cade. http://www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/publicacoes-institucionais/guias_do_Cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf.

Cressey, D. R. (1950). Criminal violation of financial trust. American Sociological Review, 15(6), 738-743.

Cunha, I. L. (2013). Lei anticorrupção e a valorização do controle interno. Tribunal de Contas Mato Grosso. https://www.tce.mt.gov.br/artigo/show/id/93/autor/4.

Da Costa, N. C.; Abe, J. M.; Murolo, A. C.; Silva, J. I, Filho.; Leite, C. F. S. (1999). Lógica paraconsistente anotada. São Paulo, SP: Atlas.

Dantas, J. A.; Zendersky, H. C.; Santos, S. C.; Niyama, J. K. (2005). A dualidade entre os benefícios do disclosure e relutância das organizações em aumentar o grau de evidenciação. Revista Economia & Gestão, 5(11), 56-76.

Davis, J. (1976). Levantamento de dados em sociologia. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Del Debbio, A.; Maeda, B.; Ayres, C. (2013). Temas de anticorrupção e compliance. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier.

Dorminey, W. J.; Fleming, A. S.; Kranacher, M.; Riley, A, Jr. (2010). Beyond the fraud triangle: enhancing deterrence of economics crimes. Fraud Magazine, The CPA Journal, 80(7), 16-23.

Ge, W.; McVay, S. (2005). The disclosure of material weaknesses in internal control after the Sarbanes-Oxley Act. Accounting Horizons, 19(3), 137-158.

La Porta, R.; Shleifer, A.; Lopez-de-Silanes, F.; Vishny, R. (1998). Law and finance. Journal of Political Economy, 106(6), 1113-1155.

Martins, G.; Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. 2 ed. São Paulo, SP: Atlas.

Moyes, G.; Baker, C. R. (2003). Auditors’ beliefs about the fraud detection effectiveness of standard audit procedures. Journal of Forensic Accounting, IV(2), 199-216.

Murcia, F. D.; Borba, J. A.; Schiehll, E. (2008). Relevância dos red flags na avaliação do risco de fraudes nas demonstrações contábeis: a percepção de auditores independentes brasileiros. Revista Universo Contábil, 4(1), 25-45.

Nd. Decreto-Lei nº 2.848. (1940). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm.

Nd. Decreto nº 8.420. (2015). Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1 de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8420.htm.

Nd. Lei nº 12.846, de 1 de agosto de 2013. (2013). Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm.

Organisation for Economic Co-operation and Development. (2010). Good practice guidance on internal controls, ethics, and compliance. https://www.oecd.org/daf/anti-bribery/44884389.pdf.

Pereira, A. C.; Nascimento, W. S. (2005). Um estudo sobre a atuação da auditoria interna na detecção de fraudes nas empresas do setor privado no estado de São Paulo. Revista Brasileira de Gestão de Negócios – FECAP, 7(19), 46-56.

Perera, L. C.; Freitas, E. C.; Imoniana, J. O. (2014). Avaliação do sistema de combate às fraudes corporativas no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, 11(23), 3-30.

Petry, A. (2014). A ética que vem de fora. O cerco ao dinheiro sujo se fecha com a ajuda de empresas europeias nas investigações. Depois da Siemens no exterior, o Deutsche faz acordo milionário no Brasil. Veja, 47(2363), 58-59.

Rockness, H.; Rockness, J. (2005). Legislated ethics: From Enron to Sarbanes-Oxley, the impact on corporate America. Journal of Business Ethics, 57, 31-54.

Sá, A. L.; Hoog, W. A. Z. (2010). Corrupção, fraude e contabilidade. 3 ed. Curitiba, PR: Juruá.

Salbu, S. (1997). Bribery in the global market: A critical analysis of the foreign corrupt practices act. Washington and Lee Law Review, 54(1), 229-289.

Sanches, C.; Meirelles, M.; Sordi, J. O. (2010). Análise qualitativa por meio da lógica paraconsistente: método de interpretação e síntese da informação obtida por escalas Likert. In Anais do III ENEPEQ (1-17). João Pessoa, PB.

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo. (2015). Anuário do trabalho na micro e pequena empresa 2014. 7 ed. São Paulo, SP: Dieese. http://observatorio.sebraego.com.br/midias/downloads/16042014155502.pdf.

Shapiro, B.; Matson, D. (2008). Strategies of resistance to internal control regulation. Accounting, Organizations and Society, 33, 199-228.

Silva, A. H. C.; Sancovschi, M.; Cardozo, J. S. S.; Condé, R. A. D. (2012). Teoria dos escândalos corporativos: uma análise comparativa de casos brasileiros e norte-americanos. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, 17(1), 92-108.

Verschoor, C. C. (1998). A study of the link between a corporation’s financial performance and its commitment to ethics. Journal of Business Ethics, 17(13), 1509-1516.

Wells, J. T. (2008). Principles of fraud examination. 2 ed. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.

Wilder, J. W, Jr. (1978). New concepts in technical trading systems. Greensboro, NC: Trends Research.

Wolfe, D. T.; Hermanson, D. R. (2004). The fraud diamond: considering the four elements of fraud. The CPA Journal. http://ww.nysscpa.org/printversions/cpaj/2004/1204/p38.htm.

Yallapragada, R.; Roe, C. W.; Toma, A. G. (2012). Accounting fraud and white-collar crimes in the United States. Journal of Business Case Studies, 8(2), 187-192.