Narrativa Histórica, Decolonialidade e Polifonia nos Estudos em Gestão: Uma Abordagem Teórico-Metodológica

ID:
64480
Resumo:
Este artigo tem como objetivo propor a abordagem histórica decolonial polifônica para os estudos em gestão, justapondo o aporte teórico metodológico da perspectiva histórica à luz da opção decolonial. Com a estrutura de artigo conceitual, propomos um encontro entre a abordagem historiográfica e os estudos em gestão, com o intuito de refletir sobre as possibilidades de aprimoramento da teoria das organizações, ressaltando a preocupação metodológica com a polifonia nos estudos históricos. Como resultado, reconhecemos as limitações epistemológicas no uso da história quando associado às pesquisas em gestão que precisam ser superadas, ao mesmo tempo em que firmamos o posicionamento de reconhecer a história composta por narrativas entendidas como representações fragmentadas do passado. Além disso, articulamos a opção ético-política da decolonialidade para embasar a co-construção de narrativas históricas sobre saberes-práticos translocais em gestão rumo à transmodernidade pluriversal. O artigo contribui com (re)orientações epistêmicas e metodológicas engajadas em domínios mais amplos da (1) pesquisa-ensino local/regional (2) mediante a teoria e prática da gestão em (3) resgate da identidade sociocultural.
Citação ABNT:
SILVA, ?.; SANTOS, E. C. D. Narrativa Histórica, Decolonialidade e Polifonia nos Estudos em Gestão: Uma Abordagem Teórico-Metodológica. Brazilian Business Review, v. 18, n. 6, p. 679-699, 2021.
Citação APA:
Silva, ?., & Santos, E. C. D. (2021). Narrativa Histórica, Decolonialidade e Polifonia nos Estudos em Gestão: Uma Abordagem Teórico-Metodológica. Brazilian Business Review, 18(6), 679-699.
DOI:
https://doi.org/10.15728/bbr.2021.18.6.5
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/64480/narrativa-historica--decolonialidade-e-polifonia-nos-estudos-em-gestao--uma-abordagem-teorico-metodologica/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Abdalla, M. M., & Faria, A. (2017). Em defesa da opção decolonial em administração/gestão. Cadernos EBAPE.BR, 15(4), 914-929.

Adorisio, A. L. M. (2014). Organizational remembering as narrative: ‘Storying’ the past in banking. Organization, 21(4), 463-476. https://doi.org/10.1177/1350508414527248

Adorisio, A. L. M., & Mutch, A. (2013). In search of historical methods. Management & Organizational History, 8(2), 105-110.

Ballestrin, L. M. A. (2017). Modernidade/Colonialidade sem “Imperialidade”? O Elo Perdido do Giro Decolonial. Revista de Ciências Sociais, 60(2), 505-540.

Barros, A., Carneiro, A., & Wanderley, S. (2019). Organizational archives and historical narratives: Practicing reflexivity in (re)constructing the past from memories and silences. Qualitative Research in Organizations and Management, 14(3), 280-294. https://doi.org/10.1108/QROM-01-2018-1604

Barros, A., & Carrieri, A. de P. (2015). O cotidiano e a história: construindo novos olhares na Administração. Revista de Administração de Empresas, 55(2), 151-161.

Bell, E., & Taylor, S. (2013). Writing history into management research. Management & Organizational History, 8(2), 127-136.

Bhaskar, R. (1997). A Realist Theory of Science. 2 ed. London: Verso.

Bhaskar, R. (2009). Scientific Realism and Human Emancipation. 2 ed. New York: Routledge.

Booth, C., & Rowlinson, M. (2006). Management and organizational history: Prospects. Management & Organizational History, 1(1), 5-30.

Bowie, D. (2019). Contextual analysis and newspaper archives in management history research”. Journal of Management History, 25(4), 516-532. https://doi.org/10.1108/JMH-01-2018-0007

Carneiro, A. T. (2016). Pode a área de Estudos Organizacionais ser historiográfica? Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, Belo Horizonte, 3(8), 1019-1049.

Chumbita, H. (2015). Fundamentos para los estudios organizacionales: aportes del pensamiento crítico suramericano. Cadernos EBAPE.BR, 13(2), 390-401.

Clark P., & Rowlinson, M. (2004). The Treatment of History in Organisation Studies: Towards an ‘Historic Turn’? Business History, 46(3), 331-352.

Costa, A. M., & Saraiva, L. A. S. (2011). Memória e a formalização social do passado nas organizações. Revista Brasileira de Administração Pública, n. 45, p. 1761-1780.

Couto, F. F., & Carrieri, A. (2018). Enrique Dussel e a Filosofia da Libertação nos Estudos Organizacionais. Cadernos EBAPE.BR, 16(4), 631-641.

Couto, F. F., Honorato, B. E. F., & Silva, E. R. (2019). Organizações Outras: Diálogos Entre a Teoria da Prática e a Abordagem Decolonial de Dussel. Revista de Administração Contemporânea, 23(2), 249-267.

Czarniawska, B. (2000). The uses of narrative in organization research. Gothenburg Research Institute Report, n. 5, p. 1-39.

Decker, S. (2013). The silence of the archives: business history, postcolonialism and archival ethnography. Management & Organizational History, 8(2), 155-173.

Decker, S., Kipping, M., Wadhwani, R. D. (2015). New business histories! Plurality in business history research methods. Business History, 57(1), 30-40.

Dussel, E. (1993). O encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade. Petrópolis, RJ: Vozes.

Dussel, E. (2005). Europa, Modernidade e Eurocentrismo. In: Lander, E. (org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. 2 ed. Buenos Aires: Clacso.

Dussel, E. (2012). Transmodernity and interculturality: an Interpretation from the perspective of philosophy of liberation. Journal of Peripheral Cultural Production of the Luso-Hispanic World, 1(3), 1-26.

Dussel, E., & Ibarra-Colado, E. (2006). Globalization, Organization and the Ethics of Liberation. Organization, 13(4), 489-508. https://doi.org/10.1177/1350508406065852

Escobar, A. (2007). Worlds and knowledges otherwise: The Latin American modernity/coloniality research program. Cultural Studies, 21(2-3), 179-210.

Geoffrey, J., & Friedman, W. (2017). Debating Methodology in Business History. The Business History Review, n. 91, p. 443-455.

Godoi, C. K., Uchôa, A. G. F. (2019). Metodologia de Análise Sociológica Discursivo-imagética: possibilidades aos estudos organizacionais. Organizações e Sociedade, 26(91), 776-794.

Holanda, L. A. (2011). Resistência e apropriação de práticas do management no organizar de coletivos da cultura popular. (Tese de Doutorado). Departamento de Ciências Administrativas. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.

Jenkins, K. (1995). On ‘What Is History?From Carr and Elton to Rorty and White. Routledge: London.

Jenkins, K. (1997). Introduction: On Being Open about our Closures. In: Jenkins, K. (org.). The Postmodern History Reader. New York: Routledge.

Joaquim, N. F., & Carrieri, A. P. (2018). Construção e Desenvolvimento de um Projeto de História Oral em Estudos sobre Gestão. Organizações & Sociedade, 25(85), 303-319.

Kaul, S C., Sandhu, M., & Alam, Q. (2019). Researching the history of marginalized issues in management research: A proposed interpretive framework. Journal of Management History, 25(2), 237-256. https://doi.org/10.1108/JMH-06-2018-0030

Lage, V. C. (2019). Interpretations of Brazil and Global Capitalism. Latin American Perspectives, 46(4), 137-153.

Lara, L. G., Vizeu, F., & Alves, E. B. (2019). The instrumentalization of metaphors in the management field: reflections from the use of the book “the art of war”. Brazilian Business Review, 16(5), 416-430. https://doi.org/10.15728/bbr.2019.16.5.1

Lugones, M. (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3), 935-952.

Maclean, M., Harvey, C., & Clegg, S. (2017). Organization Theory in Business and Management History: Present Status and Future Prospects. Business History Review, 91(3), 457-481.

Maclean, M., Harvey, C., & Clegg, S. R. (2016). Conceptualizing Historical Organization Studies. Academy of Management Review, 41(4), 609-632.

Mignolo, W. (2008). Desobediência Epistêmica: A opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF. Dossiê: Literatura, língua e identidade, n. 34, p. 287-324.

Mignolo, W. D. (2007). Delinking: The rhetoric of modernity, the logic of coloniality and the grammar of de-coloniality. Cultural Studies, 21(2-3), 449-514.

Mignolo, W. D. (2009). Epistemic Disobedience, Independent Thought and Decolonial Freedom. Theory, Culture & Society, 26(7-8), 159-181.

Mignolo, W. D. (2017). Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 32(94), 1-18.

Mignolo, W. D., & Tlostanova, M. V. (2006). Theorizing from the Borders: Shifting to Geoand Body-Politics of Knowledge. European Journal of Social Theory, 9(2), 205-221.

Mignolo, W. D., & Walsh, C. E. (2018). On decoloniality: concepts, analytics and praxis. Raleigh, NC: Duke University Press.

Mills, A. J., Suddaby, R., Foster, W. M., & Durepos, G. (2016). Re-visiting the historic turn 10 years later: current debates in management and organizational history – an introduction. Management & Organizational History, 11(2), 67-76. 18 698

Misoczky, M. C. (2011). World visions in dispute in contemporary Latin America: development x harmonic life. Organization, 18(3), 345-363.

Misoczky, M. C. (2019). Populism/people/popular: Reflections from a Latin American perspective. Organization, p. 1-9. https://doi.org/10.1177/1350508419870893

Misoczky, M, C., & Camara, G. D. (2015). Enrique Dussel: contribuições para a crítica ética e radical nos Estudos Organizacionais. Cadernos EBAPE.BR, 13(2), 286-314.

Misoczky, M. C., Flores, R. K., & Goulart, S. (2015). An anti-management statement in dialogue with critical brazilian authors. Revista de Administração de Empresas, 55(2), 130-138.

Mollan, S. (2019). Imperialism and coloniality in management and organization history. Management & Organizational History, 14(1), 1-9.

Mordhorst, M. & Schwarzkopf, S. (2017). Theorising narrative in business history. Business History, 59(8), 1155-1175.

Munslow, A. (2000). The Routledge Companion to Historical Studies. London: Routledge.

Pollak, M. (1989). Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 2(3), 3-15.

Pollak, M. (1992). Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 5(10), p. 200-212.

Popp, A., & Fellman, S. (2016). Writing business history: Creating narratives. Business History, 59(8), 1242-1260.

Pozzebon, M., & Bido, D. S. (2019). Research methods in management: advances and applications. RAUSP Management Journal, 54(4), 366-370. https://doi.org/10.1108/RAUSP-10-2019-148

Quijano, A. (1993). América Latina en la economía mundial. Problemas del desarrollo, 24(95), 43-59.

Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: Lander, E (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Colección Sur.

Quijano, A. (2009). Colonialidade do Poder e Classificação Social. In: Santos, B. S. & Menezes, M. P. Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almedina S. A.

Rowlinson, M. (2013). Management & Organizational History: the continuing historic turn. Management & Organizational History, 8(4), 327-328.

Rowlinson, M., Booth, C, Clark, P., Delahaye, A, & Procter, S. (2010). Social remembering and organizational memory. Organization Studies, London, 31(1), 69-87.

Rowlinson, M., & Hassard, J, Decker, S. (2014). Research Strategies for Organizational History: A Dialogue Between Historical Theory and Organization Theory. The Academy of Management Review, 39(4), 250-374.

Santos, E. C., Silva, I. H. F. R., Dias, P. K., & Morais, W. M. (2019). Reflexões Acerca dos Saberes e Práticas Organizativas das Culturas Populares em Caruaru-PE. In: X Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD, n. 10, p. 1-10.

Segato, R. (2012). Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. E-Cadernos CES, n. 18, p. 18-37.

Serva, M. (2017). Epistemologia da administração no Brasil: o estado da arte. Cadernos EBAPE.BR, 15(4), 741-750. https://dx.doi.org/10.1590/1679-395173209

Simões, P. (2019). Brazil’s Crisis of Memory: Embracing Myths and Forgetting History. Latin American Perspectives, 46(4), 4-14. https://doi.org/10.1177/0094582X19843843 18 699

Śliwa, M. (2013). Learning to listen: an organizational researcher’s reflections on ‘doing oral history’. Management & Organizational History, 8(2), 185-196.

Smith, A., & Russell, J. (2015). Toward polyphonic constitutive historicism: a new research agenda for management historians. Management & Organizational History, 11(2), 236-251.

Spivak, G. C. (2010). Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo horizonte: Editora UFMG.

Tumbe, C. (2019). Corpus linguistics, newspaper archives and historical research methods. Journal of Management History, 25(4), 533-549. https://doi.org/10.1108/JMH-01-2018-0009

Van Lent, W., & Durepos, G. (2019). “Nurturing the historic turn: “history as theory” versus “history as method”. Journal of Management History, 25(4), 429-443. https://doi.org/10.1108/JMH-03-2019-0017

Van Maanen, J., Sorensen, J., & Mitchell, T. (2007). “The interplay between theory and method”. Academy of Management Review, 32(4), 1145-1154.

Wanderley, S. (2015). Estudos organizacionais, (des)colonialidade e estudos da dependência: as contribuições da Cepal. Cadernos EBAPE.BR, 13(2), 237-255.

Wanderley, S., & Barros, A. (2018). Decoloniality, geopolitics of knowledge and historic turn: towards a Latin American agenda. Management & Organizational History, 14(1), 79-97.

Wanderley, S., Barros, A., Costa, A. S. M., & Carrieri, A. P. (2016). Caminhos e percursos da História em Administração: um chamado à reflexão sobre o tempo e a construção do presente. Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, Belo Horizonte, 3(8), 832-851.

Weatherbee, T. G. (2012). Caution!This historiography makes wide turns: Historic turns and breaks in management and organization studies. Management & Organizational History, 7(3), 203-218.