Fundos multimercados: desempenho, determinantes do desempenho e efeito moderado Outros Idiomas

ID:
33207
Resumo:
O principal objetivo deste trabalho foi analisar o desempenho dos fundos mul- timercados brasileiros com uma medida alternativa, relacionada ao trabalho de Amin e Kat (2003). Essa medida pode ser considerada como uma alternativa não paramétrica para avaliar a performance de fundos de investimento, especialmente aqueles que têm retornos com distribuição de frequência diferente da normal. Para garantir maior confiabilidade à estimativa da performance dos fundos, foram criados intervalos de confiança para a medida de Amin e Kat (2003) por meio da técnica de bootstrap, o que pode ser considerado uma contribuição metodo- lógica para novas pesquisas a serem desenvolvidas na área. Com dados de 107 fundos, no período de janeiro a agosto de 2011, os principais resultados do estu- do mostraram que, para a performance líquida, não há evidência de geração de valor extraordinário pelos fundos, o que é coerente com a hipótese de eficiência de mercado. Já para a performance bruta, ou seja, a performance antes de serem deduzidas as taxas de administração e performance, há indícios de valor extraor- dinário agregado em cenários econômicos fora de fortes evidências de restrições financeiras. Em outras palavras, a gestão ativa, no Brasil, pode até agregar valor extraordinário, contudo, em linha com Jensen (1978), Fama (1991) e Castro e Minardi (2009), os custos necessários para a obtenção desse retorno compro- metem-no, e, com isso, a rentabilidade líquida percebida pelos cotistas fica pre- judicada. No estudo, também se evidenciou que períodos de crise impactaram significativamente a performance dos fundos da amostra e moderaram a relação entre a performance e seus determinantes, o que é uma das principais contribui- ções do trabalho. Esses achados podem significar importantes contribuições para estudos sobre fundos de investimentos, uma vez que resultados similares para o efeito moderador não foram identificados em trabalhos anteriores.
Citação ABNT:
MALAQUIAS, R. F.; EID JUNIOR, W. Fundos multimercados: desempenho, determinantes do desempenho e efeito moderado. Revista de Administração Mackenzie, v. 15, n. 4, p. 135-163, 2014.
Citação APA:
Malaquias, R. F., & Eid Junior, W. (2014). Fundos multimercados: desempenho, determinantes do desempenho e efeito moderado. Revista de Administração Mackenzie, 15(4), 135-163.
DOI:
10.1590/1678-69712014/administracao.v15n
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/33207/fundos-multimercados--desempenho--determinantes-do-desempenho-e-efeito-moderado/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Ackermann, C.; McEnally, R.; & Ravenscraft, D. (1999). The performance of hedge funds: risk, return, and incentives. The Journal of Finance, 54(3), 833-874.

Agarwal, V.; & Naik, N. Y. (2000). Multi-period performance persistence analysis of hedge funds. The Journal of Financial and Quantitative Analysis, 35(3), 327-342.

Amin, G. S.; & Kat, H. M. (2003). Hedge fund performance 1990-2000: do the “money machines” really add value? Journal of Financial and Quantitative Analysis, 38(2), 251-274.

Ang, A.; Gorovyy, S.; & Inwegen, G. B. (2010). Hedge fund leverage. Retrivied December 1,2011, from http://www.ssrn.com/.

Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. (2011). Índice de Hedge Funds Anbima. Recuperado em 30 junho, 2011, de http://www.anbima.com.br/.

Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. (2011). Rankings e estatísticas – fundos de investimentos – PL e captação. Recuperado em 30 junho, 2011, de http://www.anbid.com.br/.

Ben-David, I.; Franzoni, F.; & Moussawi, R. (2011). Hedge fund stock trading in the financial crisis of 2007-2009. Retrivied December 1, 2011, from http://www.ssrn.com/.

Black, F.; & Scholes, M. (1973). The pricing of options and corporate liabilities. The Journal of Political Economy, 81(3), 637-654.

Bodie, Z.; Kane, A.; & Marcus, A. J. (2010). Investimentos. 8a ed. (S. S. M. Cuccio, Trad.). Porto Alegre: AMGH.

Boyson, N. M. (2003). Why do experienced hedge fund managers have lower returns? Retrivied December 1,2011, http://www.ssrn.com/.

Brown, S. J.; Goetzmann, W. N.; & Park, J. (1998). Hedge funds and the Asian currency crisis of 1997. Retrivied December 1,2011, from http://www.ssrn.com/.

Brunnermeier, M. K.; & Pedersen, L. H. (2009). Market liquidity and funding liquidity. Review of Financial Studies, 22(6), 2201-2238.

Camargos, M. A.; & Romero, J. A. R. (2006). Análise empírica da reação do mercado de capitais brasileiro a eventos corporativos: teste conjunto da hipótese de eficiência do mercado. Revista de Gestão USP, 13(3), 57-74.

Castro, B. R.; & Minardi, A. M. A. F. (2009). Comparação do desempenho dos fundos de ações ativos e passivos. Revista Brasileira de Finanças, 7(2), 143-161.

Chernick, M. R. (2008). Bootstrap methods: a guide for practitioners and researchers. 2a ed. New Jersey: John Wiley.

Chevalier, J.; & Ellison, G. (1997). Risk taking by mutual funds as a response to incentives. Journal of Political Economy, 105(6), 1167-1200.

Dangl, T.; Wu, Y.; & Zechner, J. (2008). Market discipline and internal governance in the mutual fund industry. The Review of Financial Studies, 21(5), 2307-2343.

Davison, A. C.; & Hinkley, D. V. (1997). Bootstrap methods and their application. New York: Cambridge University Press.

Diniz, T. C.; Amaral, H. F.; & Ferreira, B. P. (2011). Determinantes do risco soberano e a crise do subprime. Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 35.

Drago, A.; & Galvão, A. B. (2007). Análise de desempenho de hedge funds brasileiros via regimes de taxas de juro. Anais do Encontro Brasileiro de Finanças, São Paulo, SP, Brasil, 7.

Efron, B.; & Tibshirani, R. J. (1993). An introduction to the bootstrap. (Monographs on statistics and applied probability 57). New York: Chapman and Hall.

Eid, W.; Jr; & Securato, J. R. (2010). Financial markets development: evidence for Brazil, India and China. Retrivied June 1,2011, from http://www.ssrn.com/.

Fama, E. F. (1970). Efficient capital markets: a review of theory and empirical works. The Journal of Finance, 25(2), 383-417.

Fama, E. F. (1991). Efficient capital markets: II. The Journal of Finance, 46(5), 1575-1617.

Fraletti, P. B. (2004). Ensaios sobre taxas de juros em reais e sua aplicação na análise financeira. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Gomes, F. A. R.; & Cresto, V. (2010). Avaliação do desempenho dos fundos long-short no Brasil. Revista Brasileira de Finanças, 8(4), 505-529.

Grinblatt, M.; & Titman, S. (1989). Mutual fund performance: an analysis of quarterly portfolio holdings. Journal of Business, 62(3), 393-416.

Gromb, D.; & Vayanos, D. (2002). Equilibrium and welfare in markets with financially constrained arbitrageurs. Journal of Financial Economics, v. 66, 361-407.

Guimarães, C. M.; & Guimarães, R. T. (2006). A hipótese conjunta do CAPM e mercado eficiente. Revista de Administração FACES Journal, 5(2), 72-87.

Hair, J. F.; Anderson, R. E.; Tatham, R. L.; & Black, W. C. (2005). Análise multivariada de dados. 5a ed. (A. S. Sant’Anna & A. Chaves Neto, Trad.). Porto Alegre: Bookman. (Obra original publicada em 1998).

Holmstrom, B. (1979). Moral hazard and observability. The Bell Journal of Economics, 10(1), 74-91.

Jensen, M. C. (1968). The performance of mutual funds in the period 1945-1964. Journal of Finance, 23(2), 389-416.

Jensen, M. C. (1978). Some anomalous evidence regarding market efficiency. Journal of Financial Economics, v. 6, 95-101.

Jensen, M. C.; & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360.

Joaquim, G. P. G.; & Moura, M. L. (2011). Performance and persistence of Brazilian hedge funds during the financial crisis. Revista Brasileira de Finanças, 9(4), 465-488.

Jordão, G. A.; & Moura, M. L. (2009). Análise de desempenho de fundos multimercados brasileiros. Recuperado em 2 outubro,2011, de http://bibliotecadigital.fgv.br.

Kaiser, D. G.; & Haberfelner, F. (2011). Hedge fund biases after the financial crisis. Retrivied December 1, 2011, from http://www.ssrn.com/.

Lhabitant, F. S. (2001). On swiss timing and selectivity: in the quest of Alpha [Research Paper No 27]. International Center for Financial Asset Management and Engineering, Geneva, Swiss.

Li, H.; Zhang, X.; & Zhao, R. (2011). Investing in talents: manager characteristics and hedge fund performances. Journal of Financial and Quantitative Analysis, 46(1), 59-82.

Lopes, A. B.; & Galdi, F. C. (2007). Returns to value investing: fundamentals or limits to arbitrage? Retrivied December 1,2011, from http://www.ssrn.com/.

Morin, R. A.; & Suarez, A. F. (1983). Risk aversion revisited. The Journal of Finance, 38(4), 1201-1216.

Ornelas, J. R. H.; Silva, A. F. A.; Jr.; & Farias, A. R. (2008). Manipulation-proof performance evaluation of Brazilian fixed income and multimarket funds. Anais do Encontro Brasileiro de Finanças, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 8.

Rochman, R. R.; & Eid, W.; Jr. (2006). Fundos de investimento ativos e passivos no Brasil: comparando e determinando os seus desempenhos. Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Salvador, BA, Brasil, 30.

Rochman, R. R.; & Eid, W. Jr. (2007). Insiders conseguem retornos anormais? Estudos de eventos sobre as operações de insiders das empresas de governança corporativa diferenciada da Bovespa. Anais do Encontro Brasileiro de Finanças, São Paulo, SP, Brasil, 7.

Rochman, R. R.; & Ribeiro, M. P. (2003). A Relação entre a Estrutura, Conduta e Desempenho da Indústria de Fundos de Investimento: um estudo de painel. Recuperado em 2 outubro,2011, de http://bibliotecadigital.fgv.br/site/biblioteca-digital.

Ross, S. A. (1973). The economic theory of agency: the principal’s problem. The American Economic Review, 63(2), 134-139.

Sanvicente, A. Z. (1999). Taxas de performance e desempenho de fundos de ações. Recuperado em 3 outubro,2011, de www.risktech.com.br.

Sharpe, W. F. (1966). Mutual fund performance. The Journal of Business (Part 2: Supplement on Security Prices), 39(1), 119-138.

Shleifer, A.; & Vishny, R. W. (1997). The limits of arbitrage. The Journal of Finance, 52(1), 35-55.

Teo, M. (2009). Does size matter in the hedge fund industry? Retrivied December 1,2011, from http:// www.ssrn.com/.

Tizziani, E.; Klotzle, M. C.; Ness, W. L.; Jr.; & Motta, L. F. (2009). O efeito disposição na indústria brasileira de fundos de investimento em ações. Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 33.

Valor On-Line (2010). Custos afastam investidores de fundos de fundos. Recuperado em 19 janeiro,2012, de www.valor.com.br.

Valor On-Line. (2010). Sorte ou competência, o que define o sucesso do gestor. Recuperado em 19 janeiro,2012, de www.valor.com.br.

Varga, G.; & Wengert, M. (2011). A indústria de fundos de investimentos no Brasil. Recuperado em 2 outubro, 2011, de http://www.quantumfundos.com.br.

Vieira, V. A. (2009). Moderação, mediação, moderadora-mediadora e efeitos indiretos em modelagem de equações estruturais: uma aplicação no modelo de desconfirmação de expectativas. Revista de Administração, 44(1), 17-33.

Xavier, A. L. B.; Montezano, R. M. S.; & Oliveira, M. A. C. (2008). Persistência de performance: fundos de investimento multimercado com renda variável e alavancagem. Anais do Encontro Brasileiro de Finanças, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 8.