Title Portuguese:
Diferentes Benefícios da Governança na Gestão de Organizações de Interesse Público e Privado: o Caso da Rede Biodiesel Sergipe
Abstract:
The governance of a network of companies can provide different benefits to the participating organizations. But not always the studies on governance focuses on the features of the organizations can influence the generated benefits. Thus, this study aims to analyze how the governance of the network may have different contributions to management in partner organizations. Methodologically, there was a single case study of a network of companies that had as main objective to structure the chain of production and use of biodiesel in the state of Sergipe (Biodiesel Sergipe Network). Data collection was performed using a semi-structured interview guide held with representatives of public and private organizations. The results showed that, in large organizations, such as a bank and a government institution, the development of new products, research groups and methodologies management was evident. However, the benefits generated by governance were more evident in a family farming cooperative that got the reorganization of the production process, administrative structure, generating new business and implementation of public policies for poverty eradication and development of the small farmer. As a theoretical contribution, it enabled the study show that, in addition to the benefits, features assigned to each institution offered distinct benefits to Network participants. In this case, future studies on governance networks should consider the profile of the participating institutions in view of the distinct benefits provided.
Abstract Portuguese:
A governança de uma rede de empresas pode apresentar diferentes benefícios para as organizações participantes. Porém, nem sempre os estudos sobre governança têm foco em como as características das organizações podem influenciar os benefícios gerados. Assim, no presente trabalho teve-se o objetivo de analisar como a governança dessa rede de empresas pode apresentar diferentes contribuições à gestão em organizações parceiras. Metodologicamente, foi realizado um estudo de caso único em uma rede de empresas que tinha como objetivo central estruturar a cadeia de produção e o uso do biodiesel no Estado de Sergipe (Rede Biodiesel Sergipe). A coleta de informações foi realizada por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada realizado com representantes de organizações públicas e privadas. Os resultados mostraram que, em grandes organizações, como um banco e uma instituição governamental, foi evidente o desenvolvimento de novos produtos, novos grupos de pesquisas e metodologias de gestão. Entretanto, os benefícios gerados pela governança foram mais evidentes em uma cooperativa de agricultura familiar, que obteve a reorganização do processo produtivo, a estruturação administrativa, a geração de novos negócios e a implementação de políticas públicas para a erradicação da pobreza e a evolução do pequeno agricultor. Como contribuição teórica, com o estudo possibilitou-se mostrar que, além dos benefícios, as características atribuídas a cada instituição ofereceram benefícios distintos aos participantes da Rede. Nesse caso, estudos futuros sobre a governança de redes devem considerar o perfil das instituições participantes, considerando-se os benefícios distintos proporcionados.
ABNT Citation:
VAZ, V. H. S.; OLAVE, M. E. L.; BRAZIL, O. A. V. Diferentes Benefícios da Governança na Gestão de Organizações de Interesse Público e Privado: o Caso da Rede Biodiesel Sergipe. RACE: Revista de Administração, Contabilidade e Economia, v. 15, n. 3, p. 969-1006, 2016.
APA Citation:
Vaz, V. H. S., Olave, M. E. L., & Brazil, O. A. V. (2016). Diferentes Benefícios da Governança na Gestão de Organizações de Interesse Público e Privado: o Caso da Rede Biodiesel Sergipe. RACE: Revista de Administração, Contabilidade e Economia, 15(3), 969-1006.
DOI:
http://dx.doi.org/10.18593/race.v15i3.7042
Permalink:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/42907/different-benefits-governance-in-the-public-interest-of-management-and-private-organizations--the-network-case-biofuel-sergipe/i/en
References:
ABRAMOVAY, R.; MAGALHÃES, R. O acesso dos agricultores familiares aos mercados de biodiesel: parcerias entre grandes empresas e movimentos sociais. Londrina, 2007. Disponível em:
. Acesso em: 21 out. 2007.
BALESTRIN, A.; VARGAS, L. M. Evidências teóricas para a compreensão das redes interorganizacionais. In: ENCONTRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS, 2.; 2002, Recife. Anais... Recife: Observatório da Realidade Organizacional: PROPAD/UFPE, ANPAD, 2002. Disponível em:
. Acesso em: 14 nov. 2002.
BRASIL. Lei n° 11.097, de 13 de janeiro de 2005. Dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira; altera as Leis nos 9.478, de 06 de agosto de 1997, 9.847, de 26 de outubro de 1999 e 10.636, de 30 de dezembro de 2002; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jan. 2005a. Disponível em: . Acesso em: 03 dez. 2005.
BRASIL. Lei n° 11.116, de 18 de maio de 2005. Dispõe sobre o Registro Especial, na Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, de produtor ou importador de biodiesel e sobre a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre as receitas decorrentes da venda desse produto; altera as Leis nos 10.451, de 10 de maio de 2002, e 11.097, de 13 de janeiro de 2005; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 maio 2005b. Disponível em: . Acesso em: 03 dez. 2005.
BRASIL.Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Instrução Normativa MDA n° 1, de 19 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre os critérios e procedimentos relativos à concessão, manutenção e uso do selo combustível social. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 fev. 2009. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2009.
CAMPOS, A.; CARMELIO, E. C. Biodiesel e agricultura familiar no Brasil: resultados socioeconômicos e expectativa futura. In: FERREIRA, J. R.; CRISTO, C. M. P. N. (Org.). O futuro da indústria: biodiesel. Coletânea de artigos / coordenadores José Rincon Ferreira, Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo – Brasília, DF: MDICSTI/IEL, 2006. (Série Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, 14). Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2013.
CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura – A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CORNFORTH, C. The governance of cooperatives and mutual associations: a paradox perspective. Annals of Public and Cooperative Economics, v. 75, n. 1, p. 11-32, 2004. Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2004.
CORREIA, L. F.; AMARAL, H. F. Reflexão sobre as funções da Governança Corporativa. Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 43-55. 2006. Disponível em: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDYQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frege%2Farticle%2Fdownload%2F36549%2F39270&ei=FGiKUt32Ioe3kQf8nYH4Cg&usg=AFQjCNHZNUht-UOF0dmL_B55IVQFmNnRIQ&bvm=bv.56643336,d.eW0 Acesso em: 12 out. 2006.
CRESWELL, J. Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. London: Sage, 2002.
CRUZ, J. A. W.; MARTINS, T. S.; QUANDT, C. O. Redes de cooperação: um enfoque de governança. Revista Alcance – Eletrônica, v. 15, n. 2, p. 190-208, maio/ago. 2008. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2008.
EINSENHARDT, K. M. Building theories from case study research. Academy of Management Review. v. 14, n. 4, p. 532-550, 1989.
FIGUEIREDO FILHO, W. B. Estruturas de governança, cooperação e legitimidade na construção do desenvolvimento regional. REDES, Santa Cruz do Sul, v. 20, n. 1, p. 52-68, jan./abr. 2015.
FITTIPALDI, M. A. S.; DONAIRE, D. Governança na rede de negócios do setor editorial de revistas. REGES – Revista Eletrônica de Gestão, Picos, v. 2, n. 2, p. 73-88, maio/ago. 2009.
HUMPHREY, J.; SCHMITZ, H. Governance and upgrading: linking industrial cluster and global value chain research. IDS Working Paper 120. Brighton: Institute of Development Studies, University of Sussex, 2000.
HUMPHREY, J.; SCHMITZ, H. Governance in global value chains. IDS Bulletin 32, p. 19-29, 2001.
KWASNICKA, E. L. Governança gestora na rede de negócios: um estudo comparativo. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 8, n. 21, p. 33-42, maio/ago. 2006. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2006.
LOPES, F. D.; BALDI, M. Redes como perspectiva de análise e como estrutura de governança: uma análise das diferentes contribuições. Revista de Administração Pública – RAP, Rio de Janeiro, v. 43, n. 5, p. 1007-1035, set./out. 2009. Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2009.
MONTENEGRO, L. M. Um parlamento de múltiplos atores: um estudo sob a perspectiva da teoria ator-rede para o entendimento da governança e dos resultados estratégicos de Cursos de Graduação em Administração de Instituições de Ensino Superior Particulares de Curitiba. 2013. 212 p. Tese (Doutorado em Administração, Área de Concentração Estratégia e Organizações, do Setor de Ciências Sociais Aplicadas)–Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
MUELLER, M.; SCHMIDT, A.; KUERBIS, B. Internet security and networked governance in international relations. International Studies Review, n. 15, p. 86-104, 2013. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2013.
NEUMAN, L. W. Social research methods: qualitative and quantitative approaches. 3. ed. Boston: Allyn & Bacon, 1997.
OLIVEIRA, J. L. et al. A governança corporativa como elemento mediador na empresa familiar. Revista de Administração FACES Journal, Belo Horizonte, v. 11, n. 3, jul./set. 2011, p. 105-122. Disponível em: . Acesso em: 16 dez. 2011.
PARDINI, D. J.; ALVES, P. S. M.; GONÇALVES, C. A. Governança gestora: uma nova concepção na gestão de redes de pequenas e médias empresas. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 11, n. 2, p. 297-315, jul./dez. 2010. Disponível em: . Acesso em: 16 dez. 2010.
PIRES, E. et al. As modalidades de governança territorial no Estado de São Paulo: relatório de pesquisa. Rio Claro: Unesp, 2013.
PROVAN, K. G.; KENIS, P. Modes of network governance: structure, management, and effectiveness. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 18, n. 2, p. 229-252, 2008. Disponível em: ou . Acesso em: 03 set. 2008.
RHODES, R. A. W. The new governance: governing without government. Political Studies, v. 44, p. 652-667, 1996.
RHODES, R. A. W. Understanding governance: ten years on. Organization Studies, v. 28, n. 8, 2007.
RHODES, R. A. W. Waves of governance. In: LEVI-FAUR, D. (Ed.). The Oxford Handbook of Governance. Oxford: Oxford University Press, 2012.
RODRIGUES, A. L.; MALO, M. C. Estruturas de governança e empreendedorismo coletivo: o caso dos doutores da alegria. Revista de Administração Contemporânea, v. 10, n. 3, p. 29-50, jul./set. 2006.
SACHS, n. Da civilização do petróleo a uma nova civilização verde. Transcrição da palestra feita e revista pelo autor no Instituto de Estudos Avançados da USP no dia 28.6.2005. Estudos Avançados, v. 19, n. 55, 2005.
SANTOS, M. H. C. Governabilidade, governança e democracia: criação de capacidade governativa e relações executivo-legislativo no bBrasil pós-constituinte. Dados [online], v. 40, n. 3, 1997. Disponível em: . Acesso em: 13 dez. 2013. 1997.
SAUNDERS, M.; LEWIS, P.; THORNILL, A. Research methods for business students. 4. ed. Harlow: Pearson Education, 2007.
SOUZA, Q. R.; QUANDT, C. O. Governança de redes interorganizacionais e níveis de controle formal: atividades de gestão do conhecimento em uma rede do terceiro setor. Revista Alcance, v. 14, n. 2, p. 207-230, maio/ago. 2007. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2007.
VIEIRA, J. N. S. A agroenergia e os novos desafios para a política agrícola no Brasil. In: O futuro da indústria: biodiesel. Brasília, DF: O futuro da indústria: biodiesel. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Instituto Euvaldo Lodi/Núcleo Central, 2006.
VITAL BRAZIL, O. A. et al. Custos de transação na cadeia produtiva de biodiesel. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE REGULAÇÃO, 6.; 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ABAR, 2009.
VITAL BRAZIL, O. A. et al. Impactos da produção e uso de biodiesel no Estado de Sergipe. In: RIO OIL & GAS EXPO AND CONFERENCE, 1.; 2008, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: IBP, 2008.
WEGNER, D. Mecanismos de governança de redes horizontais de empresas: o caso das redes alemãs de grande porte. RGO - Revista Gestão Organizacional, v. 5, n. 2, p. 214-228, jul./dez. 2012. Disponível em: . Acesso em: 16 dez. 2012.
WILLIAMSON, O. E. The economics of organization: the transaction costs approach. American Journal of Sociology, v. 87, n. 3, p. 548-577, nov. 1981.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Tradução Ana Thorell. São Paulo: Bookman, 2010.
ZYLBERSZTAJN, D.; FARINA, E. M. M. Q. Dynamics of network governance: a contribution to the study of complex forms. REAd, v. 65, n. 1, jan./apr. 2010. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2010.