Mulheres na mineração: carreira, equilíbrio trabalho-família e discriminação Outros Idiomas

ID:
66067
Resumo:
Objetivo: Este artigo analisou a percepção de profissionais, mulheres e homens, acerca da condição da mulher no ambiente de trabalho em uma empresa multinacional do setor de mineração. Método / abordagem: Uma pesquisa de campo survey foi aplicada em uma multinacional do setor de mineração contemplando uma amostra de 262 empregados. Principais resultados: Os resultados apontam que os homens apresentaram maior tendência de concordância em relação às questões sobre a carreira da mulher, ou seja, claramente os profissionais do sexo masculino percebem menos as barreiras à carreira das mulheres do que elas próprias. Quando ao indicador Preconceito e Discriminação, observou-se diferença significativa de percepção entre o sexo feminino e o masculino, evidenciando uma percepção mais aguçada das mulheres quanto à ocorrência de situações de preconceito e discriminação na organização. No indicador Trabalho e Família, diferentemente do esperado, os dados apontam que não houve diferença significativa de percepção entre o sexo feminino e masculino. Contribuições metodológicas / sociais / gerenciais: A pesquisa confirma barreiras vivenciadas pelas mulheres no quesito ascensão e desenvolvimento de carreira e corrobora a existência de situações de preconceito em contextos marcados pela hegemonia do masculino. Originalidade / relevância: A mulher na mineração foi abordada em apenas um estudo nacional e, ao trazer à tona esse debate, o artigo reforça a importância de se pensar na elaboração de políticas e práticas focadas nas necessidades da mulher para que elas possam obter iguais condições de trabalho, salário e ascensão nas organizações.
Citação ABNT:
VALADARES, S. S.; CARVALHO NETO, A. M.; DINIZ, D. M. Mulheres na mineração: carreira, equilíbrio trabalho-família e discriminação . Revista Gestão Organizacional, v. 15, n. 1, p. 167-186, 2022.
Citação APA:
Valadares, S. S., Carvalho Neto, A. M., & Diniz, D. M. (2022). Mulheres na mineração: carreira, equilíbrio trabalho-família e discriminação . Revista Gestão Organizacional, 15(1), 167-186.
DOI:
http://dx.doi.org/10.22277/rgo.v15i1.6314
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/66067/mulheres-na-mineracao--carreira--equilibrio-trabalho-familia-e-discriminacao-/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Abramo, L. W. (2007). A Inserção da mulher no mercado de trabalho: uma força de trabalho secundária. [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo]. Repositório da Universidade de São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-23102007-141151/pt-br.php.

Andrade, T. (2016). Mulheres no mercado de trabalho: onde nasce a desigualdade. Brasília: Câmara dos Deputados, Consultoria Legislativa. (Estudo técnico). https://bd.camara.leg.br/bd/handle/bdcamara/29160?_ga=2.52779112.1318554745.1613295434-275702430.1613295434.

Antunes, C. V., Carvalho-Neto, A., Lima-Souza, E. C. P., & Santos, C. M. M. (2018). O que eles pensam sobre elas? Representações sociais da mulher executiva. Revista Alcance, 25(3), 349-365. https://doi.org/10.14210/alcance.v25n3(Set/Dez).p349-365.

Brasil. (2019). Ministério do Trabalho e Emprego. Relatório Anual de Informações Sociais 2019. Brasília: MTE. http://www.mte.org.br/htm.

Bruschini, C. (1994). O trabalho da mulher brasileira nas décadas recentes. Estudos Feministas, (n. e.), 179-199. https://doi.org/10.1590/%25x.

Bruschini, C., & Lombardi, M. R. (2016). O trabalho da mulher brasileira nos primeiros anos da década de noventa. In Anais do 10 Encontro Nacional de Estudos Populacionais. (pp. 483-516). Belo Horizonte: ENEP.

Buss, D., Rutherford, B., Stewart, J., Côté, G. E., Sebina-Zziwa, A., Kibombo, R., Lebert, J. (2019). Gender and artisanal and small-scale mining: Implications foralization. The Extractive Industries and Society, 6(4), 1101-1112.

Cappelle, M. C. A., Melo, M. C. O. L., & Souza, N. L. (2013). Mulher, trabalho e administração. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 2(2), 161-191. http://dx.doi.org/10.9771/23172428rigs.v2i2.9875.

Carrilho, A. (2016). Mulheres Invisíveis, mas necessárias: a negação da feminização no trabalho da mineração. [Tese de Doutorado, Universidade de Brasília]. Repositório da Universidade de Brasília. https://repositorio.unb.br/handle/10482/22237.

Carvalho Neto, A. M., Tanure, B., & Andrade, J. (2010). Executivas: carreira, maternidade, amores e preconceitos. RAE-eletrônica, 9(1), 1-23.

Castilhos, Z. C., & Castro, N. F. (2006) Mulheres na mineração: restitutio quae sera tamem. In Z. N., Castilhos, M. H., Machado, R. L., & N. F. Castro (Orgs.). Gênero e trabalho infantil na pequena mineração: Brasil, Peru, Argentina Bolívia. (p. 41-64). Rio de Janeiro: CETEM/MCT.

Costa, F. M. S. (2020). A apropriação do trabalho reprodutivo pelo trabalho em domicílio. [Dissertação de Mestrado, Puc Minas]. Repositório da PUC Minas. http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_FlaviaMariaDaSilvaCosta_8263.pdf.

Daniel, C. (2011). O trabalho e a questão de gênero: a participação de mulheres na dinâmica do trabalho. O Social em Questão, 14(25/26), 323-344. http://osocialemquestao.ser.pucrio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=36&sid=14.

Efron, B., & Tibshirani, R. J. (1993). An introduction to the bootstrap. New York: Chapman Hall.

Fuentealba, P. S. G., & Gutiérrez, N. A. (2018) Equidad de género en la gran minería del cobre de Chile. Experiencias de inserción laboral feminina en espacios masculinizados. Revista Temas Sociológicos, (22), 49-85. https://doi.org/10.29344/07196458.22.1678.

Galeazzi, I. M. S., Garcia, L., Driemeier, M. M., Toni, M. D., Kreling, N. H., & Follador, P. (2011). Mulheres trabalhadoras: 10 anos no mercado de trabalho atenuam desigualdades. Mulher e Trabalho, 3, 9-36. http://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/mulheretrabalho/article/view/2690/3012.

Gibb, S. J., Fergusson, D. M., Horwood, L. J., & Boden, J. M. (2014). The effects of parenthood on workforce participation and income for men and women. Journal of Family and Economic Issues, 35(1), 14-26. https://doi.org/10.1007/s10834-013-9353-4.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.

Guiraldelli, R. (2012). Adeus à divisão sexual do trabalho? Desigualdade de gênero na cadeia produtiva da confecção. Sociedade e Estado, 27(3). https://doi.org/10.1590/S010269922012000300014.

Henderson, P. A., Ferreira, M. A. A., & Dutra, J. S. (2016). As barreiras para ascensão da mulher a posições hierárquicas: um estudo sob a ótica da gestão da diversidade no Brasil. Revista de Administração da UFSM, 9(3), 489-505. https://doi.org/10.5902/198346598208.

Hirata, H., & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 595-609. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742007000300005.

Hollander, M., & Wolfe, D. A. (1999). Nonparametric statistical methods. (2a ed.) NY: John Wiley.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2021). Estatísticas de gênero. Rio de Janeiro: IBGE. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101784_informativo.pdf.

Macedo, F. M. F., Boava, D. L. T., Cappelle, M. C. A., & Oliveira, M. L. S. (2012). Relações de gênero e subjetividade na mineração. Revista de Administração, 16(2), 217-236. https://doi.org/10.1590/S1415-65552012000200004.

Mota-Santos, C., Carvalho Neto, A., Oliveira, P., & Andrade, J. (2019). Reforçando a contribuição social de gênero: a servidora pública qualificada versus a executiva. Revista de Administração Pública, 53(1), 101-123. http://dx.doi.org/10.1590/0034761220170156.

Mota-Santos, C. M. (2012). As mulheres brasileiras: do espaço privado da casa para as posições executivas nas organizações brasileiras. [Tese de Doutorado, PUC Minas]. Repositório da PUC Minas. http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Administracao_SantosCMM_1.pdf.

Mota-Santos, C. M., & Carvalho-Neto, A. M. (2017). O papel da família na trajetória de mulheres executivas e empreendedoras. Revista Alcance, 24(1), 36-49. https://doi.org/10.14210/alcance.v24n1.p036-049.

Nascimento. S. D. (2014). Precarização do trabalho feminino: a realidade das mulheres no mundo do Trabalho. Revista Temporalis, 14(28), 39-56. https://doi.org/10.22422/2238-1856.2014v14n28p39-56.

Norberg, C., & Fältholm, Y. (2018). “Learn to blend in!”: a corpus-based analysis of the representation of women in mining. Equality, Diversity and Inclusion, 37(7), 98-712. https://doi.org/10.1108/EDI-12-2017-0270.

Oliveira, I. G. S., Cardoso, S. P., Dias, R. S., & Borges Júnior, R. (2018). Influence of female boardroom presence on firm value: an analysis on companies listed on B3. Revista de Negócios, 23(3), 49-57. http://dx.doi.org/10.7867/1980-4431.2018v23n3p49-57.

Pimpa, N. (2019). How mining companies promote gender equality through sustainable development? Cogent Business & Management, 6(1), 1647590. https://doi.org/10.1080/23311975.2019.1647590.

Pinto, C. R. J. (2010). Feminismo, história e poder. Revista Sociologia Política, 18(36), 15-23.

Quirino, R. (2011). Mineração também é lugar de mulher! Desvendando a (nova?!) face da divisão sexual do trabalho na Mineração de Ferro. (Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais]. Repositório da UFMG. https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-8NTGLQ.

Reis, S. J., Mota-Santos, C. M., & Teixeira, M. B. M (2020). “Joguei a toalha!”: a realidade de executivas que decidiram retornar ao lar. Uma discussão sobre o fenômeno opt-out. Revista de Ciências da Administração, 22(56), 8-26. https://doi.org/10.20503/recape.v8i3.36820.

Reis, T. A., Dias, A. S., Oliveira, E. O., Costa, J. A., Cremonezi, G. O., & Spers, V. R. E. (2018). Desafios e Conflitos da mulher na busca da ascensão na carreira profissional. Revista de Carreiras e Pessoas, 8(3), 398-412.

Rocha-Coutinho, M. L., & Coutinho, R. R. (2011) Mulheres brasileiras em posições de liderança. Economia Global e Gestão, 16(1), 61-80.

Santos, M. H., & Amâncio, L. (2014). Sobre minorias em profissões marcadas pelo género: consequências e reações. Análise Social, (212), 700-726.

Silva, P. M. M., Rocha Neto, M. P., Brito, L. M. P., Barreto, L. K. S., & Gurgel, F. F. (2016). Equidade de gênero nas organizações: o trabalho e os desafios da mulher na construção civil. Organizações em Contexto, 12(24). https://doi.org/10.15603/19828756/roc.v12n24p283-305.

Susskind, R.; & Susskind, D. (2017) The future of the professions: How technology will transform the work of human experts. Glasgow: Oxford University Press.

Tanure, B., Carvalho Neto, A., & Mota-Santos, C. (2014). Pride and prejudice beyond the glass ceiling: Brazilian female executives´ psychological type. Revista de Ciências da Administração, 16(39), 210-223. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2014v16n39p210.

Teixeira, C. M. (2009). As mulheres no mundo do trabalho: ação das mulheres, no setor fabril, para a ocupação e democratização dos espaços público e privado. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(2), 237-244. https://doi.org/10.1590/S010237722009000200012.

Valadares, B. H. A. (2016). Igualdade de gênero e autonomia das mulheres: estudo das novas práticas adotadas pelas grandes empresas brasileiras. (Dissertação de Mestrado, PUC Minas]. Repositório da PUC Minas. http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_ValadaresBHA_1.pdf.

Vieira, A., & Amaral, G. A. (2013). A arte de ser beija-flor na tripla jornada de trabalho da mulher. Saúde e Sociedade, 22(2), 403-414. https://doi.org/10.1590/S010412902013000200012.