Análise da Relação entre Variáveis Demográficas e Escores de Tolerância ao Risco Outros Idiomas

ID:
44892
Resumo:
As Finanças Comportamentais são um ramo recente da teoria financeira que visa incorporar aspectos psicológicos e sociológicos na investigação acerca das anomalias do mercado e do comportamento do investidor. Nesta pesquisa, buscou-se avaliar quais variáveis demográficas podem ser utilizadas para classificar os decisores quanto ao grau de tolerância ao risco. Para isso, aplicou-se a 305 indivíduos um questionário estruturado com base nos trabalhos desenvolvidos por Gava e Vieira (2006), Grable e Lyntton (2001) e Survey of Consumer Finances (SCF). O grau de tolerância ao risco foi mensurado por meio de uma variável observável, oriunda da SCF, e de uma variável latente, composta de três construtos que se referem a algumas dimensões do risco: risco do investimento, conforto e experiência ante o risco e risco especulativo (GRABLE; LYNTTON, 2001). Quanto às técnicas de análise, aplicaram-se a Análise Fatorial Confirmatória (AFC) e a análise de variância (ANOVA). Os resultados auferidos mostram que o maior impacto na tolerância ao risco foi ocasionado pelo conforto e pela experiência ante o risco, sendo esta a dimensão que obteve a maior média dentre as dimensões analisadas e apresentou a maior correlação com o escore de tolerância ao risco. Quanto às variáveis demográficas, a pesquisa demonstrou que aqueles que são jovens, solteiros e sem filhos tendem a aceitar mais risco em seus investimentos. Percebeu-se, ainda, que a renda apresentou um efeito não linear sobre a tolerância ao risco: os mais tolerantes ao risco são os que têm maior capacidade de suportar as possíveis perdas decorrentes dos investimentos de maior risco.
Citação ABNT:
NOBRE, L. H.; MACEDO, A. F. P.; NOBRE, F. C.; SILVA, W. V. Análise da Relação entre Variáveis Demográficas e Escores de Tolerância ao Risco . Revista de Administração da UFSM, v. 10, n. 1, p. 116-128, 2017.
Citação APA:
Nobre, L. H., Macedo, A. F. P., Nobre, F. C., & Silva, W. V. (2017). Análise da Relação entre Variáveis Demográficas e Escores de Tolerância ao Risco . Revista de Administração da UFSM, 10(1), 116-128.
DOI:
10.5902/19834659 12915
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/44892/analise-da-relacao-entre-variaveis-demograficas-e-escores-de-tolerancia-ao-risco-/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
BARBERIS, N.; THALER, R. A survey of behavioral finance. Handbook of the Economics of Finance, 2003.

CASTRO JÚNIOR, F. H. F.; FAMÁ, R. As novas finanças e a teoria comportamental no contexto da tomada de decisão sobre investimentos. Caderno de pesquisas em administração, v. 9, n. 2, 2002.

CORTER, J. E.; CHEN, Y. J. Do Investment Risk Tolerance Attitudes Predict Portfolio Risk? Journal of Business and Psychology, v. 20, n. 3, p. 369-381, 2005.

CROY, G.; GERRANS, P.; SPEELMAN, C. The role and relevance of domain knowledge, perceptions of planning importance, and risk tolerance in predicting savings intentions. Journal of Economic Psychology, v. 31, n. 6, p. 860-871, 2010.

DAMODARAN, A. Gestão estratégica do risco: uma referência para tomada de riscos empresariais. Porto Alegre: Bookman, 2009.

ECKEL, C. C.; GROSSMAN, P. J. Forecasting Risk Attitudes: An Experimental Study Using Actual and Forecast Gamble Choices. Journal of Economic Behavior and Organization, v. 68, n. 1, 2008.

GAVA, A. M.; VIEIRA, K. M. Medindo a Tolerância ao Risco: Desenvolvimento e Validação de um Instrumento de Medida e a Influência das Variáveis Demográficas. In: XXIX ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - ENANPAD, 2006, Salvador. Anais... 2006.

GRABLE, J. Financial Risk Tolerance and Additional Factors That Affect Risk Taking in Everyday Money Matters. Journal of Business and Psychology, v. 14, n. 4, p. 625-630, 2000.

GRABLE, J., LYTTON, R. H. Assessing the concurrent validity of the SCF risk tolerance question. Journal of Financial Counseling and Planning, v. 12, p. 43-52, 2001.

GRABLE, J., RABBANI, A. Risk tolerance across life domains: evidence from a sample of older adults. Journal of Financial Counseling and Planning, v. 25, n. 2, p. 174-183, 2014.

HAIR, J. F.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.; BLACK, W. C. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.

HALFELD, M.; TORRES, F. Finanças Comportamentais: aplicações no contexto brasileiro. RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 2, 2001.

HALLAHAN, T.; FAFF, R.; MCKENZIE, M. An exploratory investigation of the relation between risk tolerance scores and demographic characteristics. Journal of Multinational Financial Management, v. 13, n. 4-5, p. 483-502, 2003.

HARRIS, C. R., JENKINS, M.; GLASER, D. Gender differences in risk assessment: Why do women take fewer risks than men? Judgment and Decision Making, v. 1, p. 48-63. 2006.

KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect Theory: an analysis of decision under risk. Econometrica, v. 47, n. 2, p. 263-291. 1979.

KNIGHT, F. Risk, uncertainty and profit. Boston: Houghton Mifflin Company, The Riverside Press, Cambridge, 1921.

NASCIMENTO, M.; NASCIMENTO, V. M.; SOUZA, J. V.; VAN BELLEN, H. M. Sistema previdenciário sob a ótica das finanças comportamentais. Revista de Administração da UFSM, v. 5, n. 1, p. 47-57, 2012.

NICHOLSON, N.; O’CREEVY, M. F., SOANE, E.; WILLMAN, P. Risk propensity and personality. Working paper. London Business School, London, 2009.

PARK, H.; SOHN, W. Behavioral Finance: A Survey of the Literature and Recent Development. Seoul Journal of Business, v. 19, n. 1, 2013.

PEREIRA, B.; LOBLER, M. L.; SIMONETTO, E. O. Análise dos modelos de tomada decisão sob o enfoque cognitivo. Revista de Administração da UFSM, v. 3, n. 2, p. 260-268, 2010.

POWELL. M.; SCHUBERT, R.; GYSLER, M. How to predict gender-differences in choice under risk: a case for the use of formalized models, Working Paper No. 01/21, Institute for Economic Research, Zurich, 2001.

QIU, J.; STEIGER, E. M. Understanding the Two Components of Risk Attitudes: An Experimental Analysis. Management Science, v. 57, n. 1, p. 193-199, 2010.

ROSZKOWSKI, M. J.; GRABLE, J. E. Evidence of lower risk tolerance among public sector employees in their personal financial matters. Journal of Occupational and Organizational Psychology, v. 82, n. 2, p. 453-463, 2009.

SAHM, C. R. How Much Does Risk Tolerance Change? Quarterly Journal of Finance, v. 02, n. 04, p. 1250020-1 - 1250020-38, 2012.

SCHUBERT, R. Analyzing and managing risks - on the importance of gender differences in risk attitudes. Managerial Finance, v. 32, n. 9, p. 706-715, 2006.

SCHUBERT, R.; BROWN, M.; GYSLER, M.; BRACHINGER, H. W. Financial decision-making: are women really more risk-averse? American Economic Review, v. 89, n. 2, p. 381-385, 1999.

SILVA, W. V.; IUBEL, F. B.; GOMES, L.; DEL CORSO, J. M. Análise do índice de especulação de valor agregado para empresas de capital aberto negociadas na Bovespa. Revista de Administração da UFSM, v. 1, n. 3, p. 436-452, 2008.

STATMAN, M. Behaviorial Finance: Past Battles and Future Engagements. Financial Analysts Journal, v. 55, n. 6, p. 18-27, 1999.

TVERSKY, A.; KAHNEMAN, D. Advances in prospect theory: Cumulative representation of uncertainty. Journal of Risk and Uncertainty, v. 5, n. 4, p. 297-323, 1992.

VAN DE VENTER, G.; MICHAYLUK, D.; DAVEY, G. A longitudinal study of financial risk tolerance. Journal of Economic Psychology, v. 33, n. 4, p. 794-800, 2012.

WEBER, E. U.; BLAIS, A. R.; BETZ, N. E. A domain-specific risk-attitude scale: measuring risk perceptions and risk behaviors. Journal of Behavioral Decision Making, v. 15, n. 4, p. 263-290, 2002.