A nova Advocacia pós-profissional e a modernização das grandes sociedades de advocacia empresarial brasileiras Outros Idiomas

ID:
33123
Resumo:
As mudanças socioeconômicas que ensejaram formas de organização do trabalho mais flexíveis também atingiram os sistemas profissionais, inaugurando a fase do pós-profissionalismo, representada pela adoção de uma lógica orientada para o mercado. O objetivo deste trabalho é compreender e analisar essas transformações na advocacia brasileira a partir de uma pesquisa qualitativa. Foram entrevistados 22 profissionais ligados a seis dos mais importantes escritórios de advocacia do país. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados indicam que os escritórios estão passando por um processo de incorporação de práticas gerenciais típicas de empresas capitalistas que competem no mercado: hierarquia flexível, equipes multidisciplinares e células de trabalho especializadas. Além disso, os profissionais da área estão adotando uma lógica empresarial. Concluiu-se que os grandes escritórios de advocacia estão começando a vivenciar, mais fortemente, uma ruptura com os valores tradicionais da profissão, embora antigas práticas ainda façam parte do cotidiano dessas organizações.
Citação ABNT:
CASTELO JÚNIOR, C.; TURETA, C. A nova Advocacia pós-profissional e a modernização das grandes sociedades de advocacia empresarial brasileiras. Revista de Administração Contemporânea, v. 18, n. 6, p. 813-831, 2014.
Citação APA:
Castelo Júnior, C., & Tureta, C. (2014). A nova Advocacia pós-profissional e a modernização das grandes sociedades de advocacia empresarial brasileiras. Revista de Administração Contemporânea, 18(6), 813-831.
DOI:
10.1590/1982-7849rac20141267
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/33123/a-nova-advocacia-pos-profissional-e-a-modernizacao-das-grandes-sociedades-de-advocacia-empresarial-brasileiras/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Abel, R. L. (1986). The decline of professionalism. Modern Law Review, 49(1), 1-41. doi: 10.1111/j.1468-2230.1986.tb01676.x

Ackroyd, S. (1996). Organization contra organizations professions and organizational change in the United Kingdom. Organization Studies, 17(4), 599-621. doi: 10.1177/017084069601700403

Ackroyd, S., & Muzio, D. (2008). Reasserting the reconstructed professional firm: a rejoinder to brock (2008). Organization Studies, 29(01), 150-155. doi: 10.1177/0170840607086633

Adler, P. S., & Kwon, S.-W. (2013). The mutation of professionalism as a contested diffusion process: clinical guidelines as carriers of institutional change in medicine. Journal of Management Studies, 50(5), 930-962. doi: 10.1111/joms.12003

Análise Advocacia. (2008). Os mais admirados do direito. São Paulo: Análise Editorial.

Bartlett, C., & Ghoshal, S. (1989). Managing across borders: the transnational solution. Boston: Harvard Business School Publishing.

Bauman, Z. (2000). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora.

Biernacki, P., & Waldorf, D. (1981). Snowball sampling: problems and techniques of chain referral sampling. Sociological Methods and Research, 10(2), 141-163. doi: 10.1177/004912418101000205

Bonelli, M. G. da (1998). A competição profissional no mundo do direito. Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, 10(1), 185-214. doi: 10.1590/S0103-20701998000100012

Bonelli, M. G. da (1999). O instituto da ordem dos advogados brasileiros e o estado: a profissionalização no Brasil e os limites dos modelos centrados no mercado. Revista Brasileira de Ciências Socais, 14(39), 61-81. doi: 10.1590/S0102-69091999000100004

Bonelli, M. G. da, & Barbalho, R. M. (2008). O profissionalismo e a construção do gênero na advocacia paulista. Sociedade e Cultura, 11(2), 275–284.

Bonelli, M. G. da, Cunha, L. G., Oliveira, F. L. de, & Silveira, M. N. B. da. (2008). Profissionalização por gênero em escritórios paulistas de advocacia. Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, 20(1), 265-290. doi: 10.1590/S0103-20702008000100013

Briscoe, F. (2007). From iron cage to iron shield? How bureaucracy enables temporal flexibility for professional services workers. Organization Science, 18(2), 297-314. doi: 10.1287/orsc.1060.0226

Briscoe, F., & Tsai, W. (2011). Overcoming relational inertia: how organizational members respond to acquisition events in a law firm. Administrative Science Quarterly, 56(3), 408-440. doi: 10.1177/0001839211432540

Brock, D. M. (2008). The reconstructed professional firm: a reappraisal of Ackroyd and Muzio (2007). Organization Studies, 29(01), 145-149. doi: 10.1177/0170840607086632

Brown, A. D., & Lewis, M. A. (2011). Identities, discipline and routines. Organization Studies, 32(7), 871-895. doi: 10.1177/0170840611407018

Cooper, D. J., Hinings, C. R., Greenwood, R., & Brown, J. L. (1996). Sedimentation and transformation in organizational change: the case of Canadian law firms. Organizational Studies, 17(4), 623-647. doi: 10.1177/017084069601700404

Cooper, R. (1986). Organization/disorganization. Social Science Information, 25(2), 299-335. doi: 10.1177/053901886025002001

Creswell, J. W. (1998). Qualitative inquiry and research design: choosing among five traditions. Thousand Oaks, CA: Sage Publications.

Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (2000). Introduction: the discipline and practice of qualitative research. In N. K. Denzin & Y. Lincoln (Eds.), Handbook of qualitative research (pp. 1-32). Thousand Oaks: Sage Publications.

DiMaggio, P. J. (1988). Interest and agency in institutional theory. In L. G. Zucker (Ed.), Institutional patterns and organizations: culture and environment (pp. 3-22). Cambridge, MA: Ballinger.

Empson, L., Cleaver, I., & Allen, J. (2013). Managing partners and management professionals: institutional work dyads in professional partnerships. Journal of Management Studies, 50(5), 808-844. doi: 10.1111/joms.12025

Freidson, E. (2001). Professionalism: the third logic. Cambridge: Polity Press.

Gray, J. (1999). Reestructuring law firms: reflexitivity and emerging forms. In D. Brock, M. Powell, & C. H. Hinings (Eds.), Reestructuring professional organization: accounting, healthcare and law (pp. 87-104). London: Routledge.

Greenwood, R., & Hinings, C. R. (1993). Understanding strategic change: the contribution of archetypes. Academy of Management Journal, 36(5), 1052-1081. doi: 10.2307/256645

Greenwood, R., Hinings, C. R., & Brown, J. (1990). “P2-form ” strategic management: corporate practices in professional partnership. Academy of Management Journal, 33(4), 725-755. doi: 10.2307/256288

Greenwood, R., & Lachman, R. (1996). Change as an underlying theme in professional service organizations: an introduction. Organization Studies, 17(4), 563-572. doi: 10.1177/017084069601700401

Greenwood, R., Li, S. X., Prakash, R., & Deephouse, D. L. (2005). Reputation, diversification, and organizational explanations of performance in professional service firms. Organization Science, 16(6), 661-673. doi: 10.1287/orsc.1050.0159

Hapner, P. A. M. (2002). O estado organizacional dos grandes escritórios de advocacia do Brasil: dois estudos de caso (Dissertação de mestrado). Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Hinings, C. R. (2005). The changing nature of professional organizations. In S. Ackroyd, R. Batt, P. Thompson, & P. S. Tolbert (Eds.), The Oxford handbook of work and organization (Chap. 17, pp. 405-424). Oxford: Oxford University Press.

Hitt, M. A., Bierman, L., Uhlenbruck, K., & Shimizu, K. (2006). The importance of resources in the internationalization of professional services: the good, the bad, and the ugly. Academy of Management Journal, 49(6), 1137-1157. doi: 10.5465/AMJ.2006.23478217

Kipping, M., & Kirkpatrick, I. (2013). Alternative pathways of change in professional service firms: the case of management consulting. Journal of Management Studies, 50(5), 777-807. doi: 10.1111/joms.12004

Krippendorff, K. (2004). Content analysis: an introduction to its methodology. London: Sage .

Kritzer, H. M. (1999). The professions are dead, long live the professionals: legal practice in a postprofessional world. Law and Society Review, 3(3), 713-759. doi: 10.2307/3115110

Larson, M. (1977). The rise of professionalism: a sociological analysis. Berkeley: University of California Press.

Lawrence, T. B., Malhotra, N., & Morris, T. (2012). Episodic and systemic power in the transformation of professional service firms. Journal of Management Studies, 49(1), 102-143. doi: 10.1111/j.1467-6486.2011.01031.x

Lazega, E. (2000). Rule enforcement among peers: a lateral control regime. Organization Studies, 21(1), 193-214. doi: 10.1177/0170840600211003

Lewis, R. B. (2004). NVivo 2.0 and ATLAS.ti 5.0: a comparative review of two popular qualitative data-analysis programs. Field Methods, 16(4), 439-464. doi: 10.1177/1525822X04269174

Malos, S. B., & Campion, M. A. (1995). An options-based model of career mobility in professional service firms. Academy of Management Review, 20(3), 611-644. doi: 10.5465/AMR.1995.9508080332

Malsch, B., & Gendron, Y. (2013). Re-theorizing change: institutional experimentation and the struggle for domination in the field of public accounting. Journal of Management Studies, 50(5), 870-899. doi: 10.1111/joms.12006

Miner, J. B., Crane, D. P., & Vandenberg, R. J. (1994). Congruence and fit in professional role motivation theory. Organization Science, 5(1), 86-97. doi: 10.1287/orsc.5.1.86

Morgan, G., & Quack, S. (2005). Institutional legacies and firm dynamics: the growth and internationalization of UK and German law firms. Organization Studies, 26(12), 1765-1785. doi: 10.1177/0170840605059156

Muzio, D., Brock, D. M., & Suddaby, R. (2013). Professions and institutional change: towards an institutionalist sociology of the professions. Journal of Management Studies, 50(5), 699-721. doi: 10.1111/joms.12030

Muzio, D., & Faulconbridge, J. (2013). The global professional service firm: 'one firm' models versus (Italian) distant institutionalized practices. Organization Studies, 37(7), 897-925. doi: 10.1177/0170840612470232

Nordenflycht, A. von (2010). What is a professional service firm? Toward a theory and taxonomy of knowledge-intensive firms. Academy of Management Review, 35(1), 155-174.

Ordem dos Advogados do Brasil. (1996). Perfil dos advogados brasileiros. Brasília: Comissão de Ensino Jurídico, OAB Federal.

Pereira, B. R. (2008a). O vertiginoso crescimento dos escritórios de direito de São Paulo. Revista Getúlio, 12(2), 35-37.

Pereira, B. R. (2008b). Análise advocacia 2008: uma visão quantitativa (Relatório de Pesquisa/2008), São Paulo, SP: GVlaw Escola de Direito de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas.

Phillips, D. J. (2005). Organizational genealogies and the persistence of gender inequality: the case of silicon valley law firms. Administrative Science Quarterly, 50(3), 440-472. doi: 10.2189/asqu.2005.50.3.440

Picolomini, A. J. P., & Wolthers, C. B. (2002). Sociedade de advogados e advogados que as integram: distinções e interações. In S. Ferraz (Ed.), Sociedade de advogados (Vol. 1, Cap. 4, pp. 62-76). São Paulo: Malheiros.

Roslender, R. (1992). Sociological perspectives on modern accountancy. London: Routledge.

Ryan, G. W., & Bernard, H. R. (2000). Data management and analysis methods. In N. K. Denzin & Y. Lincoln (Eds.), Handbook of qualitative research (Vol. 2, Chap. 29, pp. 798-802). Thousand Oaks: Sage Publications.

Salluh, J. I. (2002). Sociedade de advogados: formação e estrutura. In S. Ferraz (Ed.), Sociedade de advogados (Vol. 1, Cap. 3, pp. 52-61). São Paulo: Malheiros.

Sherer, P. D., & Lee, K. (2002). Institutional change in large law firms: a resource dependency and institutional perspective. Academy of Management Journal, 45(1), 102-119. doi: 10.2307/3069287

Sherr, A. (2000). Professional work, professional career and legal education: educating the lawyer for 2010. Retrieved from http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1881595

Smets, M., & Jarzabkowski, P. (2013). Reconstructing institutional complexity in practice: a relational model of institutional work and complexity. Human Relations, 66(10), 1279-1309. doi: 10.1177/0018726712471407

Sonpar, K., & Golden-Biddle, K. (2008). Using content analysis to elaborate adolescent theories of organization. Organizational Research Methods, 11(4), 795-814. doi: 10.1177/1094428106297804