Trajetórias de Consumo: O Sujeito-Consumidor de Serviços Bancários na Terceira Idade Outros Idiomas

ID:
41094
Resumo:
O crescimento da população com mais de 60 anos e o aumento da expectativa de vida têm ampliado a participação de idosos no mercado consumidor. Este fenômeno tem sido ainda mais evidente no mercado de serviços bancários, uma vez que o recebimento da aposentadoria obriga os consumidores da terceira idade a possuírem uma conta bancária. No entanto, a forma como estes consumidores exercem agência nas suas práticas de consumo de serviços financeiros é variável, envolvendo, além de uma posição como consumidor, sua construção como sujeitos. Assim, o artigo tem como objetivo analisar a construção do sujeito-consumidor de serviços bancários na terceira idade. Um estudo empírico foi conduzido através de entrevistas com dez consumidores do município de Progresso – RS – Brasil. Os resultados demonstram que a percepção de capacidade de agência no consumo de serviços bancários na terceira idade é um fenômeno influenciado pela trajetória de vida dos indivíduos e sua capacidade de lidar com o processo de subjetivação. A necessidade de lidar com o outro (pessoas e tecnologias) emerge como limitadora do desejo de se construir como sujeito-consumidor de serviços bancários. Por fim, teoriza-se que a agência do consumidor é construída em consonância com as trajetórias de vida dos indivíduos enquanto consumidores e sujeitos sociais.
Citação ABNT:
DALMORO, M.; VITTORAZZI, K. Trajetórias de Consumo: O Sujeito-Consumidor de Serviços Bancários na Terceira Idade . Revista de Administração Contemporânea, v. 20, n. 3, p. 328-346, 2016.
Citação APA:
Dalmoro, M., & Vittorazzi, K. (2016). Trajetórias de Consumo: O Sujeito-Consumidor de Serviços Bancários na Terceira Idade . Revista de Administração Contemporânea, 20(3), 328-346.
DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/1982-7849rac2016140059
Link Permanente:
https://www.spell.org.br/documentos/ver/41094/trajetorias-de-consumo--o-sujeito-consumidor-de-servicos-bancarios-na-terceira-idade-/i/pt-br
Tipo de documento:
Artigo
Idioma:
Português
Referências:
Arnould, E. J.; Thompson, C. J. (2005). Consumer culture theory (CCT): twenty years of research. Journal of Consumer Research, 31(1), 868-882. doi: 10.1086/426626

Askegaard, S.; Linnet, J. T. (2011). Towards an epistemology of consumer culture theory: phenomenology and the context of context. Marketing Theory, 11(4), 381-404. doi: 10.1177/1470593111418796

Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Barnhart, M.; Peñaloza, L. (2013). Who are you calling old? Negotiating old age identity in the elderly consumption ensemble. Journal Consumer Research, 39(6), 1133-1153. doi: 10.1086/668536

Bauman, Z. (1988). Freedom. Milton Keynes: Open University Press.

Borgerson, J. (2005). Materiality, agency, and the constitution of consuming subjects: insights for consumer research. Advances in Consumer Research, v. 32, p. 439-443.

Cheung, M. F. Y.; To, W. M. (2011). Customer involvement and perceptions: the moderating role of customer co-production. Journal of Retailing and Consumer Service, 18(4), 271-277. doi: 10.1016/j.jretconser.2010.12.011

Cova, B.; Kozinets, R. V.; Shankar, A. (2007). Tribes, inc.: the new world of tribalism. Oxford: Butterworth-Heinemann.

Debert, G. G. (1996). A invenção da terceira idade e a rearticulação de formas de consumo e demandas políticas. Anais do Encontro da Associação Nacional da Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 20.

Debert, G. G. (1999). A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo: Fapesp.

Deleuze, G. (2001). Empirismo e subjetividade: ensaio sobre a natureza humana segundo Hume. São Paulo: Editora 34.

Elias, N. (1987). La soledad de los moribundos. Cidade do México: Fondo de Cultura Económica.

Ensslin, L.; Ensslin, S. R.; Pinto, H. M. (2013). Processo de investigação e análise bibliométrica: avaliação da qualidade dos serviços bancários. Revista de Administração Contemporânea, 17(3), 325-349. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rac/v17n3/a05v17n3.pdf. doi: 10.1590/S141565552013000300005

Featherstone, M. (2010). Body, image and affect in consumer culture. BodySociety, 16(1), 194-221. doi: 10.1177/1357034X09354357

Firat, A. F.; Venkatesh, A. (1995). Liberatory postmodernism and the reenchantment of consumption. Journal of Consumer Research, 22(3), 239-267. doi: 10.1086/209448

Geisler, M.; Veresiu, E. (2014). Creating the responsible consumer: moralistic governance regimes and consumer subjectivity. Journal of Consumer Research, 41(3), 840-857. doi: 10.1086/677842

Giddens, A. (1991). Modernity and self-identity. Cambridge: Polity Press.

Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martin Fontes.

Glaser, B. G.; Strauss, A. L. (1967). The discovery of grounded theory: strategies for qualitative research. Chicago: Aldine Publishing Company.

Goldenberg, M. (2011). Corpo, envelhecimento e felicidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Goldenberg, M. (2013). A bela velhice. Rio de Janeiro: Record.

Grönroos, C. (1982). An applied service marketing theory. European Journal of Marketing, 16(7), 3041. doi: 10.1108/EUM0000000004859

Guillemard, A. M. (1986). Le déclin du social: formation et crise des politiques de la vieillesse. Paris: PUF.

Hall, S. (1997). The work of representation and the spectacle of the other. In S. Hall (Org.), Representation: cultural representation and signifying practices. (pp. 16-64). London: Open University Press.

Hegel, G. (1988). Enciclopédia das ciências filosóficas em epítome. Lisboa: Edições 70.

Held, T. (1986). Institutionalization and deinstitutionalization of the life course. Human Development, 29(3), 157-162. doi: 10.1159/000337845

Hodgson, D. (2002). Know your customer: marketing, governmentality and the “new consumer” of financial services. Management Decision, 40(4), 318-328. doi: 10.1108/00251740210426312

Holt, D. B.; Thompson, T. J. (2004). Man-of-action heroes: the pursuit of heroic masculinity in everyday consumption. Journal of Consumer Research, 31(2), 425-440. doi: 10.1086/422120

Humphreys, A. (2010). Semiotic structure and the legitimation of consumption practices: the case of casino gambling. Journal of Consumer Research, 37(3), 490-510. doi: 10.1086/652464

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (n.d.). Cidades. Recuperado de http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=431515#

Järvinen, R. A. (2014). Consumer trust in banking relationships in Europe. International Journal of Bank Marketing, 32(6), 551-566. doi: 10.1108/IJBM-08-2013-0086

Karababa, E.; Ger, G. (2011). Early modern Ottoman coffeehouse culture and the formation of the consumer subject. Journal of Consumer Research, 37(5), 737-760. doi: 10.1086/656422

Kjeldgaard, D.; Askegaard, S. (2006). The glocalization of youth culture: the global youth segment as structures of common difference. Journal of Consumer Research, 32(2), 231-247. doi: 10.1086/506304

Kohijoki, A. M. (2011). The effect of ageing on consumer disadvantage in grocery retail services among the Finnish elderly. Journal of Retailing and Consumer Services, 18(4), 370-377. doi: 10.1016/j.jretconser.2011.04.003

Lemos, M.; Zagaglia, R. (2004). A arte de envelhecer: saúde, trabalho e estatuto do idoso. Rio de Janeiro: UERJ.

Lofland, J.; Lofland, L. (1995). Analyzing social settings: a guide to qualitative observation and analysis. Belmont, CA: Wadsworth.

Lovelock, C.; Wirtz, J.; Hemzo, M. A. (2011). Marketing de serviços: pessoas, tecnologia e estratégia. São Paulo: Pearson Prentice Hall.

Malhotra, N. K. (2011). Pesquisa de marketing: foco na decisão. São Paulo: Pearson Prantice Hall.

McCracken, G. (1988). The long interview. Newbury Park, CA: Sage.

Meihy, J. (1996). Manual de história oral. São Paulo: Loyola.

Meneely, L.; Strugnell, C.; Burns, A. (2009). Elderly consumers and their food store experiences. Journal of Retailing and Consumer Services, 16(6), 458-465. doi: 10.1016/j.jretconser.2009.06.006

Moisander, J.; Valtonen, A. (2006). Qualitative marketing research: a cultural approach. London: Sage.

Moschis, G. P. (2012). Consumer behavior in later life: current knowledge, issues, and new directions for research. Psychology & Marketing, 29(2), 57-75. doi: 10.1002/mar.20504

Parasuraman, A.; Zeithaml, V. A.; Berry, L. (1988). SERVQUAL: a multiple item scale for measuring consumer perceptions of service quality. Journal of Retailing, 64(1), 12-40. doi: 10.1016/S22125671(14)00505-X

Pitteri, S.; Nachbar Jr, D.; Arruda, A. G. S. (2010). As redes de autoatendimento bancário e os idosos: quais as características das ATMS que determinam sua rejeição. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, 7(1), 107-124. doi: 10.5335/rbceh.2010.011

Ribeiro, J. L. D.; Machado, C. O.; Tinoco, M. A. C. (2010). Determinantes da satisfação e atributos da qualidade em serviços bancários. Gestão & Produção, 17(4), 775-790. doi: 10.1590/S0104530X2010000400011

Richins, M. L.; Chaplin, L. N. (2015). Material parenting: how the use of goods in parenting fosters materialism in the next generation. Journal Consumer Research, 41(6), 1333-1357. doi: 10.1086/680087

Schau, H. J.; Gilly, M. C.; Wolfinbarger, M. (2009). Consumer identity renaissance: the resurgence of identity-inspired consumption in retirement. Journal of Consumer Research, 36(2), 255-276. doi: 10.1086/597162

Silva, L. R. F. (2008). Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento. História, Ciência, Saúde-Manguinhos, 15(1), 155-168. doi: 10.1590/S0104-59702008000100009

Solomon, M. (2011). O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. Porto Alegre: Bookman.

Thompson, C. J. (2005). Consumer risk perceptions in a community of reflexive doubt. Journal of Consumer Research, 32(2), 235-248. doi: 10.1086/432233

Zacharias, M. L. B.; Figueiredo, K. F.; Almeida, V. M. C. de (2008). Determinantes da satisfação dos clientes com serviços bancários. RAE-eletrônica, 7(2). Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/raeel/v7n2/02.pdf. doi: 10.1590/S1676-56482008000200002

Zeithaml, V. A.; Bittner, M. J.; Gremler, D. D. (2011). Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. Porto Alegre: Bookman.

Zimerman, G. I. (2007). Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed.